Historias de Poços

1898-2017 Poços, Anos Luz a Frente do Seu Tempo

 

  1. Uma breve História da Eletricidade

Está presente em nossas vidas durante as 24 horas do dia, porém muitos não fazem idéia de como tudo começou e nem tão pouco de sua evolução.

Faremos então uma breve viagem no tempo para conhecer um pouco de sua História.

A história da eletricidade foi marcada pela evolução técnica e pelo desenvolvimentos científicos, estendendo-se a variados campos da ciência e inúmeras aplicações práticas. Farei aqui uma pequena abordagem a essa história, recheada de acontecimentos e descobertas, desde os seus primórdios na antiguidade grega até o início do século XX.

A palavra eletricidade provém do latim eletricus, que significa literalmente “produzido pelo âmbar por fricção”. O filósofo, astrônomo e matemático grego Tales de Mileto (625 a.C. – 558 a.C.), ao esfregar um pedaço de âmbar numa pele de carneiro, observou que este atraia pedaços de palha, testemunhando uma manifestação da eletricidade estática.

História da Eletricidade no Brasil

A primeira usina elétrica brasileira foi instalada em 1883, na cidade de Campos (RJ). Era uma usina termoelétrica. A primeira usina hidrelétrica brasileira foi construída pouco depois no município de Diamantina (MG), aproveitando as águas do Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha.

Mas a primeira hidrelétrica do Brasil para serviços de utilidade pública foi a do rio Paraíbúna, produzia energia para a cidade de Juiz de Fora (MG). Era muito difícil naquela época construir uma usina elétrica. O Brasil não tinha nenhuma fábrica de máquinas térmicas, nem possuía grandes reservas exploradoras de carvão ou petróleo, que são os combustíveis dessas máquinas. O panorama só começou a mudar realmente à partir da 1.a Guerra Mundial. Pois ficou muito difícil importar, e por isso, muitos bens passaram a ser feitos aqui. Isso fez com que numerosas indústrias viessem para o Brasil, principalmente para São Paulo, todas elas precisando consumir grandes quantidades de energia elétrica. O governo resolveu então dar incentivos para as empresas de energia elétrica que quisessem vir para o Brasil. A mais importante foi a band and Share, norte-americana que organiza dez empresas de energia elétrica, localizada em nove capitais brasileiras e na cidade de Pelotas (RS). Em 1930, o Brasil já possuía 891 usinas, sendo 541 hidrelétricas, 337 térmicas e 13 mistas. Com a 2.a Guerra Mundial voltou o problema de importação e de racionamento de carvão e petróleo. A essa altura a usina elétrica já era utilizada para outras finalidades, além da indústria da iluminação pública e doméstica.

Quando os rios das regiões Sudeste, Sul e Nordeste estiverem totalmente aproveitados será possível transferir energia entre várias regiões por intermédio de um sistema elétrico integrado de âmbito nacional.

Companhia Mineira de Eletricidade (C.M.E.) foi uma empresa geradora e fornecedora de energia da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.

A companhia foi fundada por Bernardo Mascarenhas e Francisco Batista de Oliveira em 1888. A C.M.E. construiu a primeira usina hidrelétrica do Brasil, Marmelos-Zero, no Rio Paraibuna, em Juiz de Fora, no ano seguinte.

Em 1889, seis anos após a experiência pioneira no norte fluminense, a primeira hidroelétrica da América do Sul era inaugurada; tratava-se da Usina de Marmelos, idealizada pelo industrial mineiro Bernardo Mascarenhas para abastecer a sua fábrica de tecidos e prover a cidade de Juiz de Fora de iluminação elétrica.

A central de Marmelos-zero foi inaugurada com capacidade de 250 kW. A combinação de energia elétrica e industrialização transformou Juiz de Fora na “Manchester mineira”. A solução empregada em Juiz de Fora contemplava dois sistemas: um em corrente contínua, para os usos industriais; o outro em corrente alternada, para a iluminação.

Houve dois eventos que antecederam às experiências de Campos e Juiz de Fora e que reforçam essa contemporaneidade. O primeiro deles foi a iluminação por energia elétrica da estação central da ferrovia D. Pedro II (Central do Brasil), já em 1879; o segundo foi a entrada em operação, em Diamantina, de uma central hidroelétrica no Ribeirão do Inferno para suprir de energia elétrica uma mineradora, no ano de 1883.

No entanto, Campos e Juiz de Fora, em função de suas capacidades e características, são consideradas as duas experiências mais importantes.

Desse modo, pode-se observar que houve um hiato muito pequeno entre a invenção da lâmpada, a fundação da primeira central americana e a entrada em operação da primeira central brasileira de serviço público; demonstrando a contemporaneidade da indústria de suprimento de eletricidade do Brasil que, desde os seus primórdios, teve como traço marcante do seu desenvolvimento, justamente, esse atributo.

 

Rio de janeiro

Suas origens remontam a criação da inauguração, em 1908, da usina hidrelétrica de Piabanha, no então município de Entrerrios (atual Três Rios).

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HISTÓRIA DA ELETRICIDADE NO BRASIL

Energia no Brasil

1879 – Dom Pedro II concedeu a Thomaz Alva Edison o privilégio de introduzir no país aparelhos e processos de sua invenção destinados à utilização da eletricidade na iluminação pública.

Foi inaugurada na Estação Central da Estrada de Ferro Dom Pedro II, atual Central do Brasil, a primeira instalação de iluminação elétrica permanente.

João Batista Panccini, Utilizando uma pequena queda d’agua próximo as Termas Antônio Carlos, faz seus primeiros experimentos de geração de energia, alimentando várias baterias para sua oficina.

1881 – A Diretoria Geral dos Telégrafos instalou, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira iluminação externa pública do país em trecho da atual Praça da República.

1883 – Entrou em operação a primeira usina hidrelétrica no país, localizada no Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha, na cidade de Diamantina.

D. Pedro II inaugurou na cidade de Campos, o primeiro serviço público municipal de iluminação elétrica do Brasil e da América do Sul.

1889 – Entrou em operação a primeira hidrelétrica de maior porte do Brasil, Marmelos-Zero da Companhia Mineira de Eletricidade, pertencente ao industrial Bernardo Mascarenhas, em Juiz de Fora – MG.

1892 – Inaugurada, no Rio de Janeiro, pela Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico, a primeira linha de bondes elétricos instalados em caráter permanente do país.

1897 – inauguração do serviço de iluminação elétrica em Belo Horizonte. Véspera da inauguração da cidade.

1898 – Inaugurado em Poços de Caldas, MG, em primeiro de setembro,  o serviço de iluminação publica através de energia elétrica, com a inauguração da usina da empresa Força e Luz, construída na Cascata das Antas. Gerador de 25 kva (Ver Fotos)

1899 – Criada em Toronto (Canadá) a São Paulo Railway, Light and Power Empresa Cliente Ltda – SP RAILWAY.

1901 – entrada em operação da usina hidrelétrica Parnaíba (atual Edgard de Souza) pertencente à São Paulo Light, primeira a utilizar barragem com mais de 15 metros de altura.

1903 – Aprovado pelo Congresso Nacional, o primeiro texto de lei disciplinando o uso de energia elétrica no país.

1904 – Criada em Toronto (Canadá) a Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Empresa Cliente – RJ TRAMWAY.

1908 – Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Fontes Velha, na época a maior usina do Brasil e uma das maiores do mundo.
Inaugurada no Rio de Janeiro a iluminação publica com eletricidade. 10 anos depois de Poços de Caldas, MG.
1912 – Criada em Toronto (Canadá), a Brazilian Traction, Light and Power EmpresaCliente Ltd que unificou as empresas do Grupo Light.

1913 – Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Delmiro Gouveia, primeira do Nordeste, construída para aproveitar o potencial da Cachoeira de Paulo Afonso no rio São Francisco.

1921 – inaugurada pela General Eletric, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira fábrica de lâmpadas do país.

1927 – A American and Foreign Power Empresa Cliente – AMFORP iniciou suas atividades no país adquirindo o controle de dezenas de concessionárias que atuavam no interior de São Paulo.

1934 – Promulgado pelo presidente Getúlio Vargas o Código de Águas, assegurando ao poder público a possibilidade de controlar, rigorosamente, as concessionárias de energia elétrica.

1937 – O presidente Getúlio Vargas inaugurou no Rio de Janeiro o primeiro trecho eletrificado da Estrada de Ferro Central do Brasil.

1939 – O presidente Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional de Águas e Energia – CNAE para sanear os problemas de suprimento, regulamentação e tarifa referentes à indústria de energia elétrica do país.

1940 – Regulamentada a situação das usinas termelétricas do país, mediante sua integração às disposições do Código de Águas.

1941 – Regulamentado o “custo histórico” para efeito do cálculo das tarifas de energia elétrica, fixando a taxa de remuneração dos investidores em 10%.

1945 – Criada, no Rio de Janeiro, a primeira empresa de eletricidade de âmbito federal, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF.

1952 – Criação da Centrais Elétricas de Minas Gerais – Cemig, atualmente denominada Companhia Energética de Minas Gerais S/A – Cemig.

Criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE para atuar nas áreas de energia e transporte.

1954 – Entrou em operação a primeira grande hidrelétrica construída no rio São Francisco, a Usina Hidrelétrica Paulo Afonso I, pertencente à Chesf.

Entrou em operação a Usina Termelétrica Piratininga, a óleo combustível, primeira termelétrica de grande porte do Brasil.

1956 – Foi criada para administrar o programa energético do estado do Espírito Santo, a Escelsa, empresa posteriormente federalizada e que passou a fazer parte do Grupo Eletrobrás.

1957 – Criada a Central Elétrica de Furnas S.A., com o objetivo expresso de aproveitar o potencial hidrelétrico do rio Grande para solucionar a crise de energia na Região Sudeste.

1960 – Como desdobramento da política desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek, conhecida como Plano de Metas, foi criado o Ministério das Minas e Energia – MME.

1961 – Durante a presidência de Jânio Quadros foi criada a Eletrobrás, constituída em 1962 pelo presidente João Goulart para coordenar o setor de energia elétrica brasileiro.

1962 – entrada em operação da usina hidrelétrica de Três Marias, pertencente a Centrais Elétricas de Minas Gerais S/A – Cemig e primeira a ser utilizada para a regularização do Rio São Francisco.

1963 – entrada em operação da maior usina do Brasil na época de sua construção, a usina hidrelétrica de Furnas, pertencente a Central Elétrica de Furnas – Furnas.

1965 – criação sob a sigla DNAE, do Departamento Nacional de Águas e Energia, transformado, em 1969, em Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE.

Adoção do plano nacional de unificação de frequência em 60 Hz, de acordo com a recomendação do Conselho Nacional das Águas e Energia Elétrica – CNAEE.

1975        –           Criados o Comitê de Distribuição da Região Sul-Sudeste – CODI e o Comitê Coordenador de Operação do Norte/Nordeste – CCON.

1979 – Depois de oitenta anos sob o controle estrangeiro, foi nacionalizada a Light Serviços de Eletricidade S.A.

Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Sobradinho, realizando o aproveitamento múltiplo do maior reservatório do país que regulariza a vazão do rio São Francisco.

Foi autorizada pelo DNAEE a instalação do Sistema Nacional de Supervisão e Coordenação de Operação – SINSC.

1982     – O Ministério das Minas e Energia criou o Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos – GCPS.

1984 – Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Tucuruí, da Eletronorte, primeira hidrelétrica de grande porte construída na Amazônia.

Concluída a primeira parte do sistema de transmissão Norte-Nordeste, permitindo a transferência de energia da bacia amazônica para a região Nordeste. Entrou em operação a Usina Hidrelétrica Itaipu, maior hidrelétrica do mundo com 12.600 MW de capacidade instalada.

1985 – Constituído o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL, com o objetivo de incentivar a racionalização do uso da energia elétrica.

Entrou em operação a Usina Termonuclear Angra I, primeira usina nuclear do Brasil.

1986 – entrou em operação o sistema de transmissão Sul-Sudeste, o mais extenso da América do Sul, transportando energia elétrica da Usina Hidrelétrica Itaipu até a região Sudeste.

1988       –   Criada a Revisão Institucional de Energia Elétrica – REVISE, embrião das alterações promovidas no setor de energia elétrica durante a década de 1990.

Criado o Comitê Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico – COMASE.

1990   –   O presidente Fernando Collor de Mello sancionou a Lei nº 8.031 criando o Programa Nacional de Desestatização – PND.

Criado o Grupo Tecnológico Operacional da Região Norte – GTON, órgão responsável pelo apoio às atividades dos Sistemas Isolados da Região Norte e regiões vizinhas.

Criado o Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica – SINTREL para viabilizar a competição na geração, distribuição e comercialização de energia.

1995    –     As empresa controladas pela Eletrobrás foram incluídas no Programa Nacional de Desestatização que orientava a privatização dos segmentos de geração e distribuição.

Realizado o leilão de privatização da Escelsa, inaugurando nova fase do setor de energia elétrica brasileiro em consonância com a política de privatização do Governo Federal.

1997 – Criada a Eletrobrás Termonuclear S.A. – ELETRONUCLEAR, empresa que passou a ser a responsável pelos projetos das usinas termonucleares brasileiras,

Constituído o novo órgão regulador do setor de energia elétrica sob a denominação de Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

1998 – O Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE foi regulamentado, consolidando a distinção entre as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.

Foram estabelecidas as regras de organização do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, para substituir o Grupo Coordenador para Operação Interligada – GCOI.

1999  –   A primeira etapa da Interligação Norte-Sul entrou em operação, representando um passo fundamental para a integração elétrica do país.

2000         –          O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou o Programa Prioritário de Termelétricas visando a implantação no país de diversas usinas a gás natural.

Entrou em operação, no mês de julho, a usina hidrelétrica Itá, na divisa dos municípios de Aratiba (RS) e Itá (SC). A conclusão das obras de aproveitamento foram levadas a termo pela Gerasul, em parceria com a Itá Energética, consórcio formado pelas empresas Odebrecht Química, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Cimentos Itambé. Em março de 2001, a usina atingiu a capacidade de 1.450 MW.

A importação de 1.000 MW de energia da Argentina, iniciada no mês de julho pela Companhia de Interconexão Energética (Cien), utilizou novas linhas de 500 kV e uniu as subestações de Rincón e Garabi (Argentina), Santo Ângelo e Itá (Brasil), constituindo a maior e mais importante compra de energia pelo Brasil da Argentina.

Foi instituído, no mês de agosto, pela Lei nº 9.478, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Efetivamente instalado em outubro, o Conselho assumiu a atribuição de formular e propor ao presidente da República as diretrizes da política energética nacional.

2001 – Nesse ano, o Brasil vivenciou sua maior crise de energia elétrica, acentuada pelas condições hidrológicas extremamente desfavoráveis nas regiões Sudeste e Nordeste. Com a gravidade da situação, o governo federal criou, em maio, a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), com o objetivo de “propor e implementar medidas de natureza emergencial para compatibilizar a demanda e a oferta de energia elétrica, de forma a evitar interrupções intempestivas ou imprevistas do suprimento de energia elétrica”. Em junho, foi implantado o programa de racionamento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e, em agosto, em parte da região Norte.

Ainda no âmbito da crise de energia elétrica, no mês de agosto, o governo criou a empresa Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) para realizar a contratação das térmicas emergenciais.

Entrou em operação, em agosto, a Usina Termelétrica Eletrobold (RJ), incluída no Programa Prioritário de Termelétricas (PPT). A usina foi construída pela Sociedade Fluminense de Energia (SFE), controlada pelo grupo norte-americano Enron, sendo equipada com oito grupos de geradores a gás natural e totalizando 380 MW de capacidade instalada.

Entrou em operação, em novembro, a Usina Termelétrica Macaé Merchant, no município de Macaé (RJ), também incluída no PPT. A usina foi construída pela empresa norte-americana El Paso Energy, tendo sido projetada para operar com vinte turbinas a gás natural, com capacidade total de 928 MW.
Entrou em operação, em dezembro, a primeira unidade da Usina Hidrelétrica Lajeado, na divisa dos municípios de Miracema do Tocantins e Palmas (TO). Construída pela Investco, consórcio liderado pelas empresas Rede Lajeado Energia, do Grupo Rede, e EDP Brasil, controlada pela Eletricidade de Portugal (EDP), a usina foi projetada para operara com cinco unidades geradoras, com capacidade total de 900 MW.

Em dezembro, terminou o racionamento na região Norte.

2002 – Entrou em operação, em fevereiro, a Usina Hidrelétrica Machadinho, na divisa dos municípios de Maximiliano de Almeida (RS) e Piratuba (SC). Foi construída por consórcio formado pela Gerasul, Celesc, CEEE, Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas e grandes empresas privadas consumidoras de energia, como a Alcoa Alumínio, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a Valesul Alumínio, a Companhia de Cimentos Portland Rio Branco e a Camargo Corrêa Cimentos. Em julho, entrou em operação a terceira e última unidade geradora da usina, perfazendo o total de 1.140 MW.

Em fevereiro, terminou o racionamento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Entrou em operação, em maio, a Usina Hidrelétrica Cana Brava, na divisa dos municípios de Cavalcanti e Minaçu (GO), com capacidade de geração de 450 MW, alcançada quatro meses após a inauguração. A Companhia Energética Meridional (CEM), empresa constituída pela Tractebel, é a empresa responsável pela construção e operação da usina, e do sistema de transmissão associado.

Em junho, foi extinta a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), substituída pela Câmara de Gestão do Setor Energético (CGSE), vinculada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A CGSE foi encarregada de propor ao CNPE diretrizes para a elaboração da política do setor de energia elétrica, além de gerenciar o Programa Estratégico Emergencial para o aumento da oferta de energia.

2003 – O Governo Federal lançou em novembro o programa Luz para todos, objetivando levar, até 2008, energia aos 12 milhões de brasileiros que não têm acesso ao serviço. Deste total, 10 milhões estão na área rural. A gestão do programa será compartilhada entre estados, municípios, agentes do setor elétrico e comunidades.

Entrou em operação comercial em novembro a 15ª unidade geradora hidráulica da Usina Hidrelétrica Tucuruí. É a terceira máquina da segunda etapa, que irá acrescentar mais 375 MW de potência à usina. As obras irão ampliar a capacidade de geração, de 4.245 MW para 8.370 MW, possibilitando o atendimento a mais de 40 milhões de pessoas. Tucuruí passará a ser a maior hidrelétrica nacional.

2004 – Foi inaugurada em janeiro a PCH Padre Carlos, em Poços de Caldas (MG). A usina tem capacidade para gerar 7,8 MW e é um reforço no atendimento aos 52 mil consumidores da área de concessão do Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas e integra um conjunto de cinco pequenas centrais hidrelétricas já em operação na área.

O novo modelo do setor elétrico foi aprovado com a promulgação, em março, das Leis nº 10.847 e nº 10.848, que definiram as regras de comercialização de energia elétrica e criaram a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) , com a função de subsidiar o planejamento técnico, econômico e sócio ambiental dos empreendimentos de energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e fontes energéticas renováveis. O novo modelo definiu a oferta de menor tarifa como critério para participação nas licitações de empreendimentos, estabeleceu contratos de venda de energia de longo prazo e condicionou a licitação dos projetos de geração às licenças ambientais prévias.

No âmbito desta nova legislação, foram criados a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e o Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico (CGISE), a Eletrobrás e suas controladas foram retiradas do Programa Nacional de Desestatização (PND) e a Eletrosul foi autorizada a retomar a atividade de geração. A empresa mudou sua denominação para Eletrosul Centrais Elétricas S.A.

2005 – Em janeiro, foi inaugurada em Veranópolis (RS) a Usina Hidrelétrica Monte Claro, com capacidade para gerar 130 MW. A usina integra, junto com as usinas 14 de Julho e Castro Alves, o Complexo Energético do Rio das Antas, na região Nordeste do estado. A obra é um dos empreendimentos de geração com entrada em operação prevista para este ano, sendo 11 hidrelétricas e uma térmica. Com 2.995 MW de capacidade instalada, esse conjunto de usinas vai aumentar em 4,4% a capacidade instalada de geração no país.

O sistema de fornecimento de energia elétrica no Espírito Santo foi reforçado, em março, com a inauguração da Linha de Transmissão Ouro Preto 2 – Vitória e da ampliação da subestação de Vitória. A obra, realizada em 15 meses, prazo recorde na construção de linhas de transmissão, melhora a qualidade e a confiabilidade do sistema e reduz a possibilidade de falta de energia elétrica por falhas nas linhas de transmissão. Com a nova linha de transmissão o Espírito Santo deixa de ser ponta do sistema elétrico e passa a contar com caminhos alternativos de suprimento de energia.

Foram assinados os contratos de concessão para a implantação de 2.747 quilômetros de 10 novas linhas de transmissão. As obras significarão investimentos de R$2,06 bilhões e deverão estar concluídas até 2007. As linhas foram arrematadas, em leilão realizado em 2004, por 10 empresas brasileira e três espanholas. As concessões têm duração de 30 anos e a construção dos novos empreendimentos beneficiará 140 municípios de 11 estados: Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

A Eletrobrás e a Korea Electric Power Corporation (Kepco), da Coréia do Sul, assinaram Protocolo de Intenção para cooperação e formação de parcerias para investimentos conjuntos em projetos nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil e na América Latina. A Kepco é uma empresa estatal sul-coreana com atividades similares às da Eletrobrás. O protocolo prevê a avaliação do uso de todas as opções disponíveis de combustível, incluindo o carvão, outros combustíveis fósseis, energia renovável e, eventualmente, energia nuclear.

Em abril foi inaugurada em Belém (PA) uma usina de produção de biodiesel do Grupo Agropalma. A unidade tem capacidade para produzir 8 milhões de litros de biodiesel por ano e a empresa utilizará como matéria-prima resíduos do processamento de palma. Maior produtora de óleo de palma da América Latina, a Agropalma domina todo o ciclo de produção e produz quase a totalidade de matéria-prima vegetal utilizada, cerca de 120 mil toneladas. A primeira usina brasileira de produção do biodiesel foi inaugurada em março, em Cássia (MG), e o combustível já está sendo comercializado em Belo Horizonte.

2006 – A empresa de Pesquisa Energética (EPE) concluiu em março de 2006, os estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica – PDEE 2006-2015, propondo diretrizes, metas e recomendações para a expansão dos sistemas de geração e transmissão do país até 2015. O documento foi apresentado como marco da retomada do planejamento do setor de energia elétrica. O Plano foi o primeiro documento do gênero elaborado pela EPE e deverá ser atualizado anualmente. Dessa forma, o governo pretende retomar uma prática consagrada nas décadas de 1980 e 1990 pelo extinto Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos (GCPS).

2007 – Em fevereiro de 2007 foi ativada a primeira turbina da usina hidrelétrica Campos Novos, marcando o início da operação comercial do empreendimento. Localizada no rio Canoas, em Santa Catarina, a usina exigiu a construção da maior barragem do tipo entrocamento e face de concreto já executada no país, com 202 metros de altura e comprimento de crista de 592 metros. As outras duas unidades de geração, assim como a primeira, terão, cada uma, potência máxima instalada de 293,3 MW e devem entrar em funcionamento ainda este ano.

Em 10 de dezembro de 2007, o consórcio Madeira Energia vence o leilão da usina hidrelétrica Santo Antônio promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O consórcio, formado pelas empresas Odebrecht Investimentos em Infraestrutura Ltda., Construtora Norberto Odebrecht S.A, Andrade Gutierrez Participações S.A., Cemig Geração e Transmissão S.A., Furnas Centrais Elétricas S.A. e pelo Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (FIP), construirá a primeira das duas usinas do Complexo do Rio Madeira, em Rondônia, que vai fornecer mais de 6.000 megawatts para o sistema interligado nacional, energia suficiente para atender 25 milhões de pessoas.

2008 – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, em 8 de janeiro de 2008, modelo de contrato de permissão para as cooperativas de eletrificação rural atuarem como distribuidoras de energia.  A permissão será concedida por 20 anos, a partir da assinatura  de contrato, sem direito a prorrogação. Entre as imposições às cooperativas, está o veto ao desempenho de outras atividades; a mudança da relação com os associados, que passam a condição de consumidores detentores de direitos e obrigações; o ingresso das cooperativas como agentes no ambiente regulado; e os estabelecimentos de obrigações do serviço a ser prestado.

Foi publicada no Diário Oficial da União, em 8 de abril de 2008, a Lei nº 11.651, que amplia o campo de atuação da Centrais Elétricas Brasileiras S.A.  (Eletrobrás). A sanção, concedida sem vetos pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, permite que a holding tenha participações majoritárias em empreendimentos, além de flexibilizar os negócios e atuação  da empresa no exterior.

2009 – O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou, em 3 de agosto de 2009, o Plano Decenal de Expansão de Energia 2008-2017 que, além de consubstanciar as políticas públicas para o setor emanadas pelo Conselho Nacional de Política Energética, é utilizada na elaboração do Programa de Licitações de Usinas e de Linhas de Transmissão. Segundo o MME, o novo Plano Decenal leva em consideração as contribuições recebidas em processo de consulta pública, introduzindo ajustes e definindo melhorias para o próximo ciclo de planejamento.

Os governos do Brasil e Paraguai assinaram, em 1º de setembro de 2009, em Assunção, acordo sobre a venda da energia gerada por Itaipu. O Brasil triplicará o valor pago ao Paraguai, a título de direito de cessão, que passará dos atuais US$ 120 milhões para US$630 milhões por ano.  Além disso, um grupo de trabalho formado por especialistas dos dois países deverá analisar a possibilidade de venda da energia pela estatal paraguaia Ande diretamente às distribuidoras. O grupo vai debater ainda a possibilidade de venda da energia a outros países após 2023, quando se encerra o tratado e o pagamento pela usina, ficou acertado também que Itaipu arcará com os custos da modernização de uma linha de transmissão entre a usina e Villa Hayes, ampliando sua capacidade para 500 Kw, o que permitirá que o Paraguai disponha de mais energia.

O governo federal editou, no dia 30 de dezembro de 2009, o Decreto nº 7.058, alterando artigo do Decreto nº 93.872, de 1986, e liderando as autarquias federais, empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações e entidades sob controle acionário da União para conceder aval, fiança ou garantia de qualquer espécie a obrigações contraída por pessoa física ou jurídica. Com a medida, as empresas estatais do setor de energia elétrica, que possuam concorrentes privados, passam a poder conceder garantias financeiras para as operações de suas controladas ou subsidiárias.

Fonte: Memória da Eletricidade – Eletrobrás (atualizado em 13 abr./2012)

 

Ruina da primeira usina hidreletrica de Poços de Caldas – 1898

Não é de exagero afirmar que Poços de Caldas foi em muitos aspectos uma cidade muito a frente do seu tempo. E a eletrificação publica apenas confirma tal regra. Assim como várias outras invenções, a descoberta teórica acontecerá muito antes mas, a execução e aplicabilidade só seria possível centenas de anos depois. O uso da eletricidade tal qual se tem hoje, iluminando milhões de lares, alimentando industrias e gerindo grandes meios de transportes estava apenas começando no mundo e como toda novidade, em meio a grandes polemicas quanto a segurança e aplicabilidade, quando em 1898 Poços de Caldas já está inaugurando sua primeira usina hidrelétrica. Pouco depois de inaugurada a primeira do Brasil na cidade de Juiz de Fora.

Com vários acumuladores, (baterias) o pioneiro João Batista Panccini, já tinha demostrado a eficácia da eletricidade anos antes, quando próximo as Termas Antonio Carlos, usando uma pequena queda-d’água alí existente antes do aterro para construção do atual balneário, já alimentava pequenas maquinas e iluminava sua oficina através de um gerador alí instalado.

Foi então que a cidade decidiu por contratar Otaviano Ferreira de Brito, para implantar nossa primeira usina publica, para alimentar 155 lampadas nas ruas, antes iluminadas por lampiões a querosene ou óleo de baleia, e, também pouco mais de 330 casas existentes no povoado.

O Medo do Novo

“Nenhuma grande inovação foi simplesmente aceita sem grande oposição e medo”

O embate entre os sistemas de energia envolvia a opinião pública em polemicas. Uma delas era a preocupação com a ameaça representada pelas linhas de alta-tensão. Em 1889, Bernardo Mascarenhas, pioneiro no Brasil na geração de energia elétrica, divulgava na imprensa de Juíz de Fora um comunicado de um certo Doutor Wheeler, membro da comissão de inspeção de eletricidade de Nova York, que afirmava que de 1258 mortes produzidas por desastres, naquela grande cidade, apenas 5 casos fatais foram atribuídos à eletricidade, com 64 casos sendo imputados a estradas de ferro; 17 a explosões de querosene; 32 a explosões e sufocações a gás de iluminação e 55 a desastres de carros e carroças.

Poços de Caldas não temia o novo e já tinha visto resultados nos experimentos do arquiteto João Batista Panccini, aliás, o próprio arquiteto que desenhou a capital mineira, Aarão Reis, não só buscou aqui os desenhos de nossa cidade como também foi conhecer a experiência de Panccini, na geração de energia. Rapidamente ele colocou no seu projeto a eletrificação de Belo Horizonte, a nova capital. O que só aconteceu um ano antes da inauguração oficial da energia elétrica em Poços de Caldas. Embora que o início da construção da nossa usina começara antes da capital do Estado.

A trajetória histórica da eletricidade em Poços de Caldas passa de um pioneiro privado para o Estado que encampa a geração por determinados períodos mas, em 1927, para expandí-la, pois no tempo da modernização da cidade tal setor precisava de melhorias, a prefeitura assume tal serviço que estava com o governo estadual. Porem, em 1954, quando venceria tal convenio ea geração deveria voltar para o Estado de Minas, outro momento de luz do então prefeito Dr. Martinho Mourão, cria o Departamento Municipal de Eletricidade para cidade especificamente do setor. Em 1955, a atividade passa a ser inteiramente de Poços de Caldas por uma outorga do presidente Juscelino K. de Oliveira. E na velocidade da luz a história chega até nossos dias.

Poços hoje.

Cento e dezenove  anos depois Poços de Caldas continua sendo referencia como das poucas cidades brasileiras que produzem sua própria energia elétrica. Os 25 kVAs de 1898 se multiplicaram  milhares de vezes. A capacidade instalqadea ho0je e de mais de 211,92 MVA, um crescimento de mais de centenas de vezes  vezes em potencia instalada.

A cidade também adquiriu uma  grande experiência em geração e  em implantação de pequenas usinas geradoras, unidades que só bem mais tarde o Brasil viria a constatar que é mais racional ter várias pequenas usinas próximo ao ponto de consumo, ao contrário de grandes usinas distantes e milhares de quilômetros de linhas de transmissão.  O setor energético da cidade há muito tempo tem sido visitado por vários países que descobrem aqui como novidades conhecimentos que para Poços de Caldas já se tornaram normais.

Dezenas de anos depois das PCHs de Poços de Caldas, os riscos previstos já se confirmam. Grandes usinas, grandes blackout.  Apagões em grandes regiões e vários estados têem pouco ou nenhum impacto em Poços de Caldas o que mostra que a cidade estava no caminho certo em optar por PCHs.

O que não dizer de grandes apagões já ocorridos no Brasil e mais recentemente  como o ocorrido na Índia? 600 milhões de pessoas sem energia elétrica?

Mesmo sendo controlado por órgãos e leis nacionais que vão além dos interesses de Poços de Caldas, a cidade se apresenta com praticamente todas as moradias servidas de energia.

A experiência local já ultrapassou as fronteiras da cidade e do Estado. Poços de Caldas já tem participações de outros grandes empreendimentos geradores de eletricidade pelo Brasil a fora.

Recentemente para atender a legalidade de todo esse crescimento uma grande mudança estrutural se fez necessária e a autarquia se dividiu em três grupos, sendo que agora, terá de lutar com mudanças na lei brasileira que pretende em 2015 ter a federação gerenciando todo o setor energético, o que seria um grande prejuízo para Poços de Caldas que por vários anos tem recebido prêmios como um dos melhores serviços prestados na geração e abastecimento de energia elétrica do Brasil.

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