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Comissão vai estudar ações para controlar invasão de aguapés no Bortolan

Uma comissão formada por integrantes da Secretaria Municipal de Planejamento, por meio do Departamento de Meio Ambiente, DME e DMAE vai se reunir ainda esta semana para discutir medidas e ações para controlar a invasão de aguapés na represa do Bortolan.

Surgimento de aguapés tem preocupado usuários da represa – foto Roni Bispo/Poçoscom.com

Nos últimos dias, parte da represa, principalmente do lado em que se pratica navegação tem recebido um grande volume de aguapés que se deslocam da região próxima a CBA, onde a incidência é maior.

As plantas se deslocam com a força da correnteza e do vento se posicionando nas raias onde remadores costumam navegar. Um risco para os praticantes da atividade segundo apontou o presidente do Clube de Remo de Poços de Caldas, Marcelo Noberto.“ Não são apenas os remadores em embarcações pequenas que correm risco, as plantas também oferecem risco para as lanchas que podem ter a turbina entupida pelos aguapés, uma vez que elas formam pequenas ilhas no meio da represa”, alertou o presidente do clube.

Às margens da represa do Bortolan está sediado o Clube de Remo de Poços de Caldas que no ano passado recebeu a remadora e medalhista mundial, Claudia Santos, que fez toda pré-temporada antes de disputar as Paralampíadas Rio 2016.

O Clube se adequou às exigências do Comitê Olímpico Internacional e colocando Poçoes entre os  73 municípios brasileiros credenciados pelo COI como sede para o treinamento dos pré-jogos olímpicos e paralímpicos para receber delegações, principalmente as estrangeiras. No caso do Clube de Remo foi construída uma raia semiolímpica de 1.100 m para dar condições de treinamento para os atletas.

Quantidade de aguapés está impedindo a saída dos pedalinhos- foto Roni Bispo/Poçoscom.com

Ainda segundo Noberto, se a quantidade de aguapés continuar aumentando, não será possível a navegação das pequenas embarcações  também dos pedalinhos, uma das atrações oferecidas pelos comerciantes ao entorno da represa, pois as plantas estão concentradas justamente no pier onde os equipamentos ficam ancorados, trazendo prejuízo para o turismo local.

De acordo com Secretário de Planejamento, Thiago Cavelagna, a represa tem uma área de 350 hectares, porém menos de 10% estariam tomados por aguapés. Apesar de ser um volume considerado pequeno, a situação não deixa de ser preocupante. “ A presença de aguapés na represa traz preocupação pelo fato das plantas serem um indicador da existência de poluição nas águas e que muitas vezes é causada por um índice elevado de coliformes fecais,”  informou o secretário.

Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa da DME, formos informados de que  a responsabilidade pela área é da distribuidora,  porém a represa já se encontra em desequilíbrio, e desde 2011, a DMED realiza monitoramento de qualidade da água do reservatório para acompanhamento do  processo de poluição, das cianobactérias, que são microorganismos procarióticos  existentes na água  e de possíveis alterações que possam causar mortalidade de peixes, por causa de variações de oxigênio dissolvido.

A atuação da DMED se encontra limitada, uma vez que não tem competência para fiscalizar as diversas fontes de poluição (pontuais e difusas) existentes na bacia hidrográfica do reservatório Bortolan.

A simples retirada dos aguapés sem a melhora das condições ambientais daquela bacia hidrográfica resultaria apenas num paliativo bastante oneroso para os cofres públicos, podendo ainda, prejudicar a qualidade da água naquele local.

Para solucionar este problema são necessárias medidas de longo prazo contemplando: projeto de recuperação da represa Bortolan e de sua região de montante, fiscalização e autuações em responsáveis por fontes de poluição: pontuais e difusas da bacia hidrográfica, e também, educação ambiental para aumentar a percepção pública para este problema. Estas ações dependem do envolvimento da Prefeitura (Secretaria de Planejamento/Departamento de Meio Ambiente), indústrias da região, SUPRAM Sul de Minas, DMAE, população de entorno, além é claro da DMED.

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