IASM reduz benefícios por falta de repasse da prefeitura
O Instituto de Assistência aos Servidores Municipais de Poços de Caldas, o IAMS, reduziu para 50% os benefícios concedidos para os servidores municipais para atendimento médico e odontológico. A medida tomada pelo Conselho Diretor do IASM em decorrência da falta de recursos para custear as despesas com a assistência médica e odontológica.
Segundo o presidente do Conselho, Jailton Bernardes Faria Dias, os atraso do repasse patronal vem ocorrendo desde 2012 e para suprir os custos vinham sendo utilizados as reservas do IASM, porém nos últimos meses a reserva foi zerada. “Com o atraso do repasse feito pela prefeitura não tem como mantermos o atendimento e para que não pare fomos obrigados a tomar esta decisão”, explicou o presidente do conselho.
De acordo com Jailton, o valor que é descontado dos servidores tem sido realizado normalmente, o problema é o repasse patronal que deveria ser feito pela prefeitura. Com os atrasos a dívida do município com o IASM chega aos R$ 10 milhões, sendo que R$ 2 milhões da administração de Paulinho Courominas e R$ 8 milhões da administração de Eloisio do Carmo Lourenço. Porém com as correções Bernardes acredita que este valor possa chegar à casa dos R$ 13 milhões.
Ainda segundo Bernardes, o IASM tem uma despesa mensal em média de R$ 1,5 milhão com os atendimentos como consultas e internações.
Antes da medida, o IASM pagava 60% dos benefícios e o servidor pagava 40% em contrapartida que dependo do valor é dividida em 12 e até mesmo 24 meses. Agora os valores serão divididos em meio a meio, 50% para o servidor e 50% para IASM.
Além dos benefícios reduzidos pela metade, no caso de internação, o servidor ou o dependente não poderá mais ficar em quarto particular. Se for necessária a internação, com a medida o servidor ou dependente terá de ficar em quarto coletivo.
Atualmente o IASM tem 10 mil usuários entre servidores e dependentes, e ao longo dos 30 anos de existência esta seria uma das piores crises enfrentadas pelo instituto. O presidente do conselho teme pela paralisação do serviço, uma vez que por causa das clausulas contratuais, as empresas que prestam os serviços médicos e odontológicos podem interromper o atendimento. “Nós temos reunido com a atual administração, e apesar da crise financeira, acredito que isso não vá acontecer. O conselho está aberto à negociação e entende a dificuldade financeira pela qual a prefeitura passa, bem como a maioria dos municípios”, concluiu o presidente.
A notícia de que os benefícios seriam reduzidos pela metade pegou muitos usuários de surpresa, como o caso do guarda municipal, Luciano Inácio que foi retirar uma guia para o tratamento odontológico. “A gente fica preocupado porque isso vai prejudicar a todos nós. Minha família sempre precisa de um atendimento médico e agora com a redução fica complicado, principalmente em relação à internação, pois acredito que a recuperação do paciente é mais rápida se estiver no quarto particular”, enfatizou o guarda municipal.
Pensamento parecido com o de dona Gessi de Fátima dos Santos, que é dependente no plano do marido. A manicure contou que muitas vezes vai a UPA para usar o plano somente em caso de necessidade, como por exemplo, uma consulta com um especialista, como hoje que foi retirar uma guia para ir ao otorrino, pois estava com dor de garganta. A redução dos benefícios deixou a manicure preocupada. “A gente espera que a prefeitura possa fazer o repasse o quanto antes, pois meu marido contribuiu a vida toda como servidor e agora não podemos ficar sem este atendimento”, lamentou Gessi.
