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PCC: Operação atinge estrutura de facção criminosa, inclusive em Poços

A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo deflagraram, nesta quinta-feira, 14, a Operação Echelon, para atingir a estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC), que controla as ramificações interestaduais da facção criminosa. Trata-se do setor conhecido como “Resumo dos Estados”, que é subordinado diretamente à cúpula da organização.

Operação no Sul de Minas contou com a participação de 70 policiais civis – foto Polícia Civil

No Sul de Minas, sob o comando do 17º e 18º Departamento de Polícia Civil de Poços de Caldas, a operação foi realizada em Poços de Caldas, Botelhos, Guaxupé, Passos, Itaú de Minas, Fortaleza de Minas, Pouso Alegre, Extrema e Caxambu. No estado, a ação também foi realizada em Divinópolis e Sacramento. Na região 70 policiais participaram da ação.

Ao todo, os policiais estão cumprindo 59 mandados de busca e apreensão em 14 Estados, entre eles Minas Gerais, com a participação da Polícia Civil mineira. A Justiça decretou, ainda, a prisão preventiva de 75 acusados, todos apontados como integrantes da facção.

Resposta aos ataques a ônibus

O chefe do 18º Departamento de Polícia Civil, delegado Bráulio Stivanin Júnior, confirmou que a operação é uma resposta das forças de segurança aos ataques recentes realizados pela organização criminosa em diversas cidades de Minas. “Eu gostaria de enfatizar que, se para os infratores não existe a divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, para as polícias também não, já que está havendo e já vinha ocorrendo uma intensa troca de informações, justamente para combater a organização criminosa”, afirmou o delegado, em entrevista coletiva realizada no final da manhã desta quinta-feira, 14.

Grande parte dos mandados foi cumprida contra elementos já presos em unidades prisionais, inclusive no presídio de Poços. Além disso, foram apreendidos computadores, notebooks, tablets, telefones celulares, blocos de anotações e todo tipo de elemento que comprove a existência e a ligação dos suspeitos com a referida organização. Desde os ataques iniciados em 3 de junho, sete pessoas já foram presas em Poços de Caldas.

O delegado regional, Gustavo Henrique Manzoli, explica que, com a modernização da legislação sobre o crime organizado, é possível que, mesmo presos, os suspeitos sejam novamente indiciados e condenados, com o aumento das penas. “A Lei de organizações criminosas propiciou à Polícia, ao Ministério Público e à Justiça, responsabilizar aqueles indivíduos que ficam, do interior de unidades prisionais, comandando o crime, ou seja, a partir do momento em que nós fazemos a prova competente no que tange à ligação desses indivíduos com ataques criminosos contra instituições públicas, patrimônio privado ou contra órgãos policiais, eles podem ser responsabilizados com base na Lei de Organizações Criminosas”, informou.

As investigações

As investigações começaram em junho de 2017, quando o líder máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, estava isolado pela sexta vez no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no presídio de Presidente Bernardes, na região oeste do Estado de São Paulo.

As investigações feitas pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior-8 (Deinter-8), de Presidente Prudente/SP, e pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado, mostraram como a cúpula do grupo mantém contato com bandidos em outros estados, atuando nos tráficos de armas e drogas.

Crescimento do PCC

Nos últimos quatro anos, o total de integrantes do PCC espalhados fora do estado de São Paulo cresceu seis vezes, passando de 3 mil para mais de 20 mil em 2018. A facção, que, em São Paulo, conta com mais de 10 mil integrantes, está presente ainda em cinco países da América do Sul: Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai e Peru. Em Minas Gerais, o número de integrantes é de 1.432 criminosos.

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