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Poços-caldense lança livro sobre a Tropicália

O jovem economista e mestre em Comunicação Social, Rafael Zincone, lança nesta quarta-feira, 16, no Rio de Janeiro o livro “Aqui é o fim do mundo – Tropicália e desenvolvimento dependente no Brasil”. O lançamento coincide com a comemoração dos 50 anos do Tropicalismo, movimento musical e cultural que marcou uma geração no Brasil.

Livro faz crítica social por dentro da grande indústria – foto divulgação

O livro faz parte de uma dissertação do mestrado de Zincone pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e discute o conteúdo político da Tropicália a partir de sua inserção em programas de televisão e da temática da vida cotidiana brasileira do final dos anos 1960.

Zincone faz um questionamento ao o leitor sobre até que ponto é possível fazer crítica social por dentro da grande indústria. Partindo de grandes intérpretes da cultura brasileira, o autor dialoga com as visões de Roberto Schwarz, Heloísa Buarque de Hollanda e Carlos Nelson Coutinho. Com base no referencial metodológico da Economia Política da Comunicação e da Cultura, o autor se aprofundou em uma pesquisa original ainda que ligada aos clássicos do pensamento social brasileiro. Economia e cultura; produção cultural e desenvolvimento econômico; a ditadura militar, o AI-5; estética e indústria; arte e sociedade são tópicos articulados no livro de modo original, revelando novos ângulos e conexões.

Zincone teve a oportunidade de se encontrar pessoalmente com Caetano Veloso – foto acervo pessoal

Com título inspirado na música homônima de Torquato Neto e embalada na voz de Gilberto Gil, Zincone lança seu livro hoje às 19h no Gabinete de Leitura Guilherme Araújo, na antiga casa do primeiro produtor musical de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa. Segundo o próprio Caetano Veloso, Guilherme seria um dos idealizadores “daquela coisa toda” da Tropicália.

Para o autor é praticamente impossível falar sobre o Tropicalismo sem lembrar de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Os Mutantes – assim como de outros tantos artistas e intelectuais da época como, por exemplo, Rogério Duarte, Torquato Neto, Rogério Duprat e Hélio Oiticica, “não podemos pensar a Tropicália sem ter em mente a economia de seu tempo e a indústria cultural de seu tempo no Brasil e no mundo”. Concluiu Zincone.

O autor ainda planeja lançar o livro também em Poços de Caldas, sua terra natal e onde vive a família. A data e o local ainda não foram definidos, mas a expectativa é que o lançamento ocorra em novembro deste ano.

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