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Seminário discute a diversidade na educação

 Teve início na manhã desta segunda-feira, 29, no Espaço Cultural da Urca o 1º Seminário Diretrizes da Política Educacional de Minas Gerais – Diversidade, Inclusão e Educação Básica, promovido pela Superintendência Regional de Ensino de Poços de Caldas.

Durante dois dias educadores das 47 escolas abrangidas pela Regional de Ensino e representantes de outras superintendências e representantes da Secretaria de Estado de Educação vão debater e discutir formas de lidar com a diversidade racial e sexual dentro da sala de aula.

Segundo a Superintendente Regional de Ensino de Poços de Caldas, Rosemar Prado, o objetivo do encontro é dar voz e notoriedade às populações “invisíveis” que são a comunidade negra, os índios. ” É muito difícil trabalhar com estas questões na escola, pois o dia a dia engessa todas as propostas. Não se discute claramente a questão dos negros, dos povos indígenas,  muito menos os gêneros e a mulher de forma geral. Com este debate queremos nos aproximar mais dos alunos, para isso é preciso conhecê-los, conseguir fazer uma leitura do que temos dentro das escolas. O que estas pessoas estão dizendo e porque estão desistindo do ensino antes da conclusão, explicou a superintendente.

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A diversidade já se fez presente no seminário desde a formação da mesa, onde a maioria era mulheres, representantes de movimentos sociais, como o Chico Rei e Movimento Mulheres Trans de Poços de Caldas. ” Para pensar em diversidade é algo que temos que fazer de dentro para fora. É o olhar que você tem para a diversidade, por isso nada melhor que debater o assunto com vários representantes de cada seguimento social,”  destacou Rosemar.

Seminários como este estão sendo realizados em todo estado, a proposta faz parte da demanda da Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais de Ensino da Secretaria de Estado de Educação que foi criada para diminuir este espaço entre as comunidades menos favorecidas e torná-las mais ativas e fazer serem respeitados seus direitos.

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Durante sua explanação na primeira parte dos debates, a superintendente de Modalidade e Temáticas Especiais de Ensino, Iara Félix Viana, apresentou números que retratam a diversidade no Estado e a questão ainda é tratada como uma espécie de tabu.  Para ela as questões que envolvem racismo ou preconceito em relação aos gêneros não podem mais ser tratadas como simples casos de bullying nas escolas. Para ela este termo importado deve ser abolido.

De acordo com a superintendente de Modalidade e Temáticas, o aluno tem o direito ao nome social e ser tratado da  mesma forma que é em seu meio. Mas como estas questões e direitos não são respeitados, muitos alunos, principalmente os negros acabam abandonando o estudo. ” Estamos perdendo nossos estudantes para o tráfico e para a violência, principalmente nas periferias”, desabafou a superintendente.

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Ainda segundo a superintendente hoje a maioria das escolas existentes dentro das penitenciárias em Minas Gerais, a maioria, 98% são compostas por detentos e detentas negros. Percentual este que retrata a real situação dos menos favorecidos e discriminados. Das 235 comunidades quilombolas existentes no Estado, apenas 25 escolas são cadastradas.

O mesmo acontece com o povo indígena. De acordo com o Cacique Thyeru Jal da tribo dos Xucuru Kariri em Caldas, no estado são 11 povos indígenas que devem ter os direitos e a cultura respeitados, e isso vem acontecendo na única escola estadual criada na tribo.

Para que todos tenham seus direitos respeitados é preciso que antes cada professor conheça a história cultural de cada comunidade ao redor da escola. ” Não basta só ir na escola, dar aula e voltar para casa. É preciso conhecer a bagagem que este aluno traz consigo. É preciso entender sua cultura e porque ele é o que é dentro e fora da sala de aula. Só assim vamos começar a e ver a diversidade como deve ser”. Finalizou Iara.

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