Avião apreendido com 420 kg de cocaína não tem vínculo com Aeroclube de Poços, diz presidente da instituição
Após a apreensão de um avião com 420 kg de cocaína em Denise, no Mato Grosso, na quarta-feira, 20, a Polícia Federal passou a investigar a origem da aeronave e a quem pertencia. O bimotor apreendido tem o prefixo PT-EDU e pertence a um empresário do ramo da construção civil que tinha o Aeroclube de Poços de Caldas como operador, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro.
Em nota de esclarecimento emitida na tarde desta quinta-feira, 21, pelo presidente da instituição, Jean Claude Manzo, a diretoria do Aeroclube informou que a aeronave bimotora era de propriedade do empresário João Paulo Mesquita e foi arrendada ao Aeroclube de Poços de Caldas em fevereiro de 2018.
Segundo a nota, no dia 30 de maio, a diretoria foi informada pelo proprietário do avião que a aeronave havia sido vendida e, consequentemente, o arrendamento teria que ser cancelado.
Com a desistência do trato com a entidade, realizada no dia 1º de junho, todos os trâmites legais foram tomados para a transferência da aeronave. Segundo a diretoria, a partir desta data, o Aeroclube deixou de ter vínculo ou responsabilidade pela operação da aeronave.
Na nota, Manzo salienta ainda que o contrato de arrendamento junto ao RAB – Registro Aeronáutico Brasileiro – teve início em fevereiro deste ano e o processo foi concluído somente em 18 de junho de 2018, quando a aeronave já não tinha mais vínculo algum com o Aeroclube de Poços de Caldas. Manzo encerra a nota se colocando à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários.
Entenda o caso:
Durante uma operação conjunta entre policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), da Polícia Federal (PF) e da Força Tática do Comando Regional VII da Polícia Militar (PM-MT), realizada na quarta-feira, 20, em Denise, interior do Mato Grosso, o avião com prefixo PT-EDU foi apreendido com 420 quilos de cloridrato de cocaína, quando voltava da Bolívia.
Os policiais abordaram um suspeito que estava com a aeronave em solo, numa região de fazenda próxima a Denise (209 km a sudoeste de Cuiabá).
Houve troca de tiros, o suspeito foi baleado e levado para o hospital, mas não resistiu. A equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) foi acionada para conduzir a aeronave e os materiais apreendidos (a droga e duas armas) para a Delegacia da PF de Cáceres (214 km a oeste da capital), para lavrar o flagrante. Os demais suspeitos conseguiram fugir pela mata e os policiais continuam as buscas na região.
A PF e o Gefron estavam monitorando a aeronave desde quando saiu do espaço aéreo brasileiro para buscar o entorpecente na Bolívia. Assim que a aeronave retornou ao espaço aéreo brasileiro, sem plano de voo e sem declarar oficialmente a viagem, foi montada a estrutura da Segurança Pública do Estado, juntamente com a Polícia Federal, para fazer a abordagem onde o avião iria fazer o pouso.
Segundo informações preliminares resultantes da operação, o destino da droga seria o Porto de Santos (SP) e, posteriormente, a Europa.