Prefeitura vai contratar empresa para suprir demissões de médicos na rede municipal
O prefeito Sérgio Azevedo anunciou a contratação emergencial de uma empresa especializada para suprir a falta de atendimento dos 24 médicos que atendiam na rede pública de saúde do município e que pediram demissão recentemente. A contratação está em fase de conclusão de estudo e deve ocorrer ainda nesta semana.
Ainda segundo o prefeito, de início a contratação tem caráter emergencial, prevendo a abertura de um novo concurso público em 2019. Azevedo disse que, caso não haja adesão, como vem acontecendo em anos anteriores, a saída deve ser a terceirização do serviço.
A demissão dos médicos foi divulgada na semana passada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais – Sindserv. Entre os profissionais que deixaram a rede pública estão especialistas como cardiologista, endocrinologista, gastroenterologista, infectologista, otorrinolaringologista, pneumonologista, reumatologista e urologista. Segundo o sindicato, 66 médicos ainda permanecem no SUS em Poços. O desligamento da rede pública vem ocorrendo depois que o Ministério Público determinou que Prefeitura exigisse o cumprimento integral da carga horária pelos profissionais.
De acordo com a presidente do Sindserv, Marieta Carneiro, o sindicato tentou negociar uma solução com a Administração. Durante uma assembleia realizada pelo Sindserv foi apresentada uma proposta do Executivo em que a jornada de trabalho dos médicos seria reduzida, com a redução proporcional do salário, além da criação de uma gratificação para compensar a baixa remuneração. A proposta seria uma alteração no plano de carreira. Um projeto de lei também deveria ser elaborado pela administração e discutido com o Sindserv, o que ainda não aconteceu.
Manifesto dos médicos
Nesta terça-feira, 30, foi publicado na página do Facebook do Sindserv um manifesto dos médicos sobre as demissões. No texto os profissionais falam dos servidos prestados para a população pelos profissionais há mais de 20 anos na rede pública de Saúde e criticaram duramente a postura do prefeito Sérgio Azevedo em relação às demissões dos especialistas.
Em um trecho do texto os médicos alegam que a decisão de se desligarem da rede pública de Saúde foi realmente do médico, mas que tentaram por meses uma negociação, chegando a sugerir a mudança do padrão de contrato dos profissionais concursados para número de agendamentos, já que a atual gestão e gestões anteriores realizam contratação de profissionais por número de atendimentos, porém a demora em encontrar uma solução fez com que os médicos não conseguissem mais manter seus cargos, com o risco de serem penalizados.
Ainda no texto, os médicos se posicionaram sobre o cumprimento do horário integral dizendo que não houve objeção para cumprir a carga horária desde que recebessem um valor justo pela formação e pela responsabilidade de cuidar de vidas. Atualmente um especialista recebe R$ 30,22 por hora, valor que estaria defasado.
O manifesto pode ser lido na íntegra. basta clicar aqui