Tribo dos Kiriri poderá permanecer na área da UEMG em Caldas
Foi realizada nesta terça-feira, 6, uma reunião no Ministério Público Federal (MPF) em Pouso Alegre, para tratar da situação dos índios Kiriri, que ocupam uma área de 60 hectares pertencente à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), no município de Caldas/MG. Após determinação judicial, a tribo teria até o dia 27 de outubro para deixar o local, mas a UEMG voltou atrás e solicitou ao MPF a suspensão da liminar que dava a reintegração de posse à Universidade.
A decisão foi tomada após uma reunião no último dia 24 de outubro, na reitoria da UEMG, em Belo Horizonte, com participação do Subsecretário dos Fóruns Regionais de Governo, Dr. Fernando Tadeu David, e da servidora Simone Cristina Francisca, integrante da Mesa de Diálogo e Negociação de Conflitos.
A suspensão da medida de desocupação forçada tem como objetivo permitir aos representantes estaduais e federais envolvidos a busca de possível solução conciliatória para o caso, respeitando a legislação vigente.
Durante a reunião também foi discutida a importância e a possibilidade de que a Universidade desenvolva linhas de pesquisa e projetos de extensão envolvendo a questão indígena, tomando por foco a própria tribo Kiriri. Uma nova reunião entre os representantes da tribo e o Governo do Estado deve definir como será o acordo de cessão das terras.
Os Kiriris vieram para o Sul de Minas devido à falta de espaço na área demarcada em Muquém do São Francisco, interior da Bahia, e também pela degradação ambiental do Rio São Francisco, uma vez que tinham a pesca como a principal atividade. No bairro rural Rio Verde, no município de Caldas, eles construíram casas e iniciaram o plantio de feijão de corda, milho, mandioca e inhame. Atualmente, 13 famílias vivem da produção autossustentável.