Mulheres de Luta – Ciça
8 de março é Dia Internacional da Mulher. A data faz referência à luta das mulheres operárias e foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, embora seja comemorada desde o início do século XX. Para além das flores, o Dia Internacional da Mulher serve para amplificar a luta pela igualdade de gênero em todo o mundo. O Pocoscom.com mostra que, em Poços de Caldas, não é diferente. Aqui tem militância e resistência e é o que você acompanha na última reportagem da série “Mulheres de Luta”.
Ciça: “Os espaços políticos precisam ser cada vez mais ocupados pelas mulheres”
A militância da hoje vereadora em segundo mandato, Maria Cecília Figueiredo Opípari, começou cedo. A jovem Ciça, ainda aos 14 anos, já lutava no Grêmio Estudantil do Colégio Municipal. A menina cresceu e é hoje uma das principais lideranças da cidade ligadas a causas sociais e aos direitos das mulheres.
Uma das fundadoras do Partido Socialista Brasileiro, Ciça permaneceu no partido por aproximadamente 20 anos, pelo qual foi eleita vereadora para a 16ª Legislatura, de 2009 a 2012. Na eleição seguinte, mesmo sendo a 5ª vereadora mais votada no município, ficou sem a vaga por conta do quociente eleitoral. Já no Partido dos Trabalhadores, retomou sua cadeira nas eleições de 2016 e hoje é 1ª secretária da Câmara e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.
“Acredito que a participação das mulheres na política vem para dar um fôlego e uma nova esperança. Mulheres têm tripla jornada de trabalho, muitas são donas de casa, cuidam dos filhos e eu tenho esse exemplo dentro de casa, com a minha mãe, que acabou criando os filhos sozinha, foi pai e mãe. Na grande maioria, nós somos essas mulheres de coragem, de luta e que precisam cada vez mais se sobressair”, ressalta Ciça.
O desafio de ampliar a participação das mulheres na política é enorme, apesar dos avanços sentidos nas últimas eleições. Em âmbito federal, houve um aumento de 51% no número de mulheres eleitas para a Câmara, de 51 para 77 deputadas neste ano, o que representa 15% de participação feminina. O número de deputadas estaduais eleitas também cresceu 35%, mas o quantitativo está longe de representar equilíbrio entre homens e mulheres na política.
Dos 57.814 vereadores eleitos em 2016, últimas eleições municipais, apenas 7.803 são mulheres. “Os espaços políticos precisam ser cada vez mais ocupados pelas mulheres. Ainda temos um número muito baixo de mulheres nos cargos políticos, apesar do aumento nas últimas eleições. Ainda é muito pouco e nós temos que continuar lutando para que as mulheres possam fazer políticas públicas para as mulheres”, defende Ciça.
A luta da vereadora não é só por mais representatividade. Artesã, ela conhece a realidade das mulheres, que enfrentam dificuldades de ordem social e econômica, além da violência que vivem na pele, todos os dias. “Precisamos lutar contra o feminicídio, que vem aumentando”, alerta. O número deste tipo de crime cresceu 12% em 2018, segundo levantamento do Monitor da Violência, publicado no Dia Internacional da Mulher. No início deste ano, uma onda de feminicídios vem chocando o país.
Daí a responsabilidade de presidir a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara. A pequena Ciça luta para que as mulheres ocupem grandes espaços.
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