Novembro e Dezembro, meses marcados pela música
Comemorou- se em 28 de novembro o dia da música e dos músicos. Há outras datas fora do Brasil. No dia dois de dezembro o dia Nacional do Samba. Nada tem com os aniversários de Pixinguinha ou Martinho da Vila, e no dia 13, aniversário do rei do baião Luiz Gonzaga, o dia nacional do Forró. A palavra vem dos Inglês, For All, (para todos) Vamos ao samba.
A palavra samba tem origem africana e vem de semba, que em dialeto kimbundo significa umbigada, uma dança e música Angolana muito próxima ao samba, mas que os corpos do casal tem contato rápido na região do umbigo. Semba foi muito popular nos anos 50.
Poços de Caldas tem também entre sua mais de centena de grandes músicos, muitos sambistas de qualidade. Parece uma música simples em compasso binário e acompanhamento sincopado, mas na verdade é um ritmo difícil e exige de seus executantes uma afinação precisa que é sempre garantida pela percussão e seus amigos inseparáveis pandeiro e cavaquinho.
No Brasil, com ou sem instrumentos o samba acontece. Deixou logo de ser um ritmo dos negros e se tornou como o próprio país, multirracial.
Basta ter uma caixa de fosforo, um garfo e uma colher ou até mesmo com as mãos, através de palmas, mas se tiverem cuíca, tamborim, agogô e mulatas tudo, incontestavelmente, vira samba. Basta dizer que a primeira música gravada no Brasil já era um samba; Pelo Telefone.
De tempos em tempos ele se esconde pelos morros e favelas. Alguns amantes temerosos gritam; “Não deixe o samba Morrer. Não deixe o samba acabar.” Outros pensam que ele já se foi, e cantam; “ Olha o samba meu. Foi se misturando, se modificando e se perdeu” Mas ele sempre renasce das cinzas onde estava adormecido e tudo vira novamente roda de Samba. O ritmo vibra e acontece e quem estiver por perto batuca, mexe e remexe e faz o corpo balançar. E “o samba da minha terra deixa a gente mole. Quando se samba todo mundo bole.” Já disseram também que“Quem não gosta do samba bom sujeito não é…”
Na história da música em Poços de Caldas passaram nomes imortais do samba como Ari Barroso, Adoniram Barbosa, e a mais sambista de todas, a nossa pequena notável, Carmem Miranda.
Há porem um nome muito conhecido, mas que poucos sabem de sua ligação com Poços de Caldas. Fale de Vadico, parceiro de Noel Rosa, de Pixinguinha e da própria Carmem. Basta falar de Feitiço da Vila: Quem nasce lá na Vila, nem sequer vacila ao dançar o samba… Ai está a parceria de Vadico e Noel Rosa.
Oswaldo Cogliano erao nome dele, mas na musica assinava apenas, Vadico, que o imortalizou. Nascido no Braz, São Paulo, veio para Poços de Caldas ainda criança e aqui, demostrou cedo um potencial e logo teve sua iniciação musical. Piano era o instrumento dele. Ainda adolescente já conseguia burlar a lei através de seu talento e tocava nas noites cassineiras de Poços de Caldas.
Vadico logo se tornou nome de respeito. Ganhou concursos e festivais. Fez grandes parcerias como pianista e também como compositor, e acabou indo para os Estados Unidos onde logo foi descoberto por Holiwood. A convite de Wal Disney fez arranjos para o filme Zé Carioca. Encontra com Carmem Miranda durante sua estada nos Estados Unidos. Faz arranjos para os filmes dele e chega mesmo a figurar, como pianista em um dos filmes.
Volta para o Brasil a convite de um empresário também ligado a Poços de Caldas, o minerador Byington, para ajudar a montar a gravadora de discos Continental. Trabalha ainda em outras gravadoras. Por um período se integra o Bando da Lua. Grupo que acompanhava Carmem Miranda. Vadico morreu aos 67 anos, mas como o próprio samba diz, Vai se o homem fica a obra para a imortalidade. Viva Vadico….Viva o Samba.