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A volta da Estrela Guia

*Roberto Tereziano

Muito próximo ao dia oficial do Natal volta à baila um interessante, mas pouco divulgado fenômeno astronômico, mas que tem muito em haver com um dos nossos grandes mitos dos últimos milênios, ou seja; da era cristã. Está escrito na cultura dos povos cristãos o aparecimento da “estrela Guia” um astro que teria aparecido no céu,  anunciando o nascimento de Jesus.

 Tal estrela de Belém que pelo conhecimento popular e pela liberdade poética mais se assemelha a um cometa, com sua longa e luminosa calda de  resíduos brilhantes a cortar o céu. Porém, no universo da matemática e da física e sem os limites dogmáticos que alicerceiam a  religião,  o mundo científico de há muito tempo descreve o fenômeno do aparecimento de tal estrela como sendo uma raríssima previsível junção entre os corpos celestes Júpiter e Saturno, que em tal  alinhamento , quando visto da terra tem uma intensidade luminosa refletida, bem maior que outros corpos celestes.

Estudos realizados pelos antigos astrônomos, principalmente depois da descoberta do embrionário telescópio de Galileu Galilei, que foi um marco nos primeiros estudos da mecânica celeste que até então era analisada por astrônomos como Kepler, por  pura contemplação, estudando movimentos e períodos orbitais de certos astros, já apontava em uma retrospectiva que a esteta guia como ficou conhecida, seria uma das retro reproduções de tal alinhamento que ocorreu próximo ao período tido como início da era cristã, e voltou a ocorrer em  21 de dezembro de 2020, e nem foi preciso ser rei mago da Babilônia para vê-lo. Pena que não exista  um anti nuvens, pois o céu do sul de Minas estava bastante nublado o que serviu para camuflar a estrela guia.  Agora o fenômeno só vai se repetir em 2080 e  eu não vou revê-lo.

Físicos, matemáticos e astrônomos registram certa imprecisão na data apontada pelos cálculos, situação tolerável como margem de erros, pois o início da era cristã também é impreciso, o que leva a uma incerteza sobre o nascimento e idade de Cristo.

Não há provas documentais na história romana sobre o processo de Jesus  Cristo, que quando baseado em tempo histórico, dois mil anos são apenas um piscar de olhos, e todas as religiões buscam incessantemente tais  documentos para que episódio tão importante para o cristianismo e para a humanidade, saia do campo dogmático e figure no universo científico como fato incontestável.

 Procurando uma confirmação  palpável para tal dúvida outroantigo matemático e físico italiano, Joseph Lagrange, vasculhando documentos romanos aponta algumas inconsistências com a história oficial.

 Nos livros sagrados há um fato apontado como ocorrido depois do nascimento de Jesus, a matança de recém-nascidos do sexo masculino com até quatro anos de idade na tentativa de se eliminar tal menino apontado pelos profetas  como sendo o “Rei dos Reis.”

 Tal infanticídio teria sido realizado por ordem de Herodes o Grande, mas ele morreu no ano quatro antes de Cristo. Quando tal cientista vai para o lado analítico comparativo, aponta a mesma  junção de Júpiter e Saturno citada com “estrela Guia,” como ocorrida pouco antes da chamada era cristã, o que reforça a possibilidade de erro do início da era cristã, pois teria ocorrido alguns anos antes.

Portanto, ou Cristo teria nascido alguns anos antes, ou a mortandade de recém-nascidos não teria ocorrido nos primeiros anos da era cristã, mas sim nos últimos anos que a precederam.

 Enfim, se ele foi crucificado com trinta e três ou trinta e sete anos pouco importa. Fica mesmo o grande ensinamento, “Amai-vos uns aos outros” que também não  é de Cristo, mas possivelmente de Sidarta Gautama, Buda, que quinhentos anos antes da era cristã, foi uma forte fonte de ensinamento e muito influenciou o cristianismo. E importa também que o alinhamento do dia 21 do ano que finda reafirma; Há mais mistérios entre o céu, a religião, e a terra do que possa imaginar a nossa vã cabeça cheia de dúvidas. Tomara que ela signifique o início de uma nova era para a humanidade.

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