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Golpe do falso motoboy: estelionatários levavam vida de luxo à custa das vítimas

A investigação da Polícia Civil que desmantelou uma quadrilha especializada em aplicar o golpe conhecido como “golpe do falso motoboy”em Poços de Caldas e em cidades de mais três estados revela que a organização criminosa levava uma vida de luxo e ostentação à custa dos prejuízos causados nas vítimas, a maioria de idosos.

Alguns veículos de luxo apreendidos foram avaliados em mais de R$ 190 mil – foto Polícia Civil

Durante a operação Contragolpe, ação conjunta entre a Polícia Civil de Poços e de Indaiatuba, deflagrada nesta terça-feira, 18, foram apreendidos objetos e bens, que caracterizam o estilo de vida escolhido pelos integrantes da quadrilha.

Durante os mandados de busca e apreensão nos imóveis que ficavam em condômino de luxo foram apreendidos foram arrecadados aparelhos celulares, notebooks, telefones utilizados nas centrais de onde partiam os telefonemas para as vítimas, cerca de R$ 36.000,00, diversos cartões bancários, talões de cheque, máquinas de cartão, vários veículos de luxo, alguns avaliados em mais de R$ 190.000,00, e diversas anotações relacionadas aos golpes aplicados, algumas delas contendo um roteiro que era lido para as vítimas durante as ligações.

Banheira de hidromassagem era uma das ostentações nos imóveis do condomínio de luxo – foto Polícia Civil

No total, foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão. Outros três indivíduos já haviam sido detidos em datas anteriores, acusados de integrar a organização.

Outras duas pessoas foram autuadas em flagrante, acusadas de tráfico de drogas, após apreensão de um tablete de cerca de 1 kg de maconha, balanças de precisão, dinheiro e anotações relacionadas ao tráfico.

Os suspeitos efetuavam contato telefônico com as vítimas, passando-se por funcionários de instituição bancária, sob alegação de que seus cartões de crédito teriam sido clonados. Na sequência, integrantes da quadrilha se deslocavam até a residência das vítimas apresentando-se como policiais civis e recolhiam os cartões, com os quais realizavam diversas transações bancárias, incluindo saques, empréstimos e compras.

As investigações tiveram início há cerca de dois meses e identificaram que a organização criminosa agia em todo o país, incluindo os estados de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e diversos municípios mineiros, incluindo Uberlândia, Uberaba, Varginha, Três Corações, Belo Horizonte e Pouso Alegre. Somente na cidade de Poços de Caldas, o prejuízo estimado das vítimas seria de aproximadamente R$ 400.000,00.

Porém o número de vítimas lesadas pode ser ainda maior. De acordo com a Polícia Civil nos primeiros dois meses de investigação foi apontada uma movimentação financeira em mais de R$ 5 milhões por parte da quadrilha.

Nos imóveis foram apreendidos cartões bancários e R$ 36 mil em dinheiro – foto Polícia Civil

Segundo o Delegado Thiago Henrique do Nascimento Moreira, responsável pelas investigações “as pessoas que foram vítimas de golpes similares devem procurar a Delegacia para registrar ocorrência. É importante ressaltar, também, que nem as instituições bancárias, nem a Polícia Civil, efetuam o recolhimento de cartões bancários em residências”.

O Delegado de Polícia Luiz Fernando Dias de Oliveira, titular da Delegacia de Polícia do Município de Indaiatuba, destaca que “a operação deflagrada nesta data demonstrou a possibilidade de integração entre as Polícias Judiciárias de diferentes estados da Federação e que o trabalho em conjunto apenas fortalece as ações de combate ao crime organizado”

A Delegada Regional em Poços de Caldas, Maria Cecília Gomes Flora, destaca que “a colaboração entre as instituições policiais mineira e paulista se mostrou fundamental para o sucesso da operação, vez que este tipo de crime nitidamente extrapola as fronteiras do estado”.

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