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Empresários do setor de metais e sucata são alvos de operação

Na manhã desta quarta-feira, 26, foi deflagrada a operação Sinergia, que tem como alvos empresários do ramo de metais e sucatas, principalmente de alumínio e cobre em Andradas, Guaxupé e  na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Só na região, o suposto esquema pode ter causado prejuízo de cerca de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

Ao todo foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão – foto –  Cira/Divulgação 

Além de crime tributário, os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

A operação Sinergia é resultado de uma força-tarefa constituída pelo Ministério Público de Minas Gerias (MPMG), por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), Receita Estadual, Polícia Civil e Polícia Militar, nas regionais do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA) em Contagem e Varginha. O objetivo é conduzir investigações paralelas sobre ilícitos do mesmo setor econômico. O setor de metais e sucatas é estratégico e movimenta bilhões anualmente.

Cinco mandados de prisão e 29 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em  Minas Gerais(Belo Horizonte, Andradas, Contagem, Guaxupé, Pará de Minas e Pequ)i, em São Paulo (Jundiaí, Limeira e Mogi Mirim) e em Tocantins (Palmas e Porto Nacional). A operação Sinergia conta com a participação de 11 promotores de justiça, seis servidores do MPMG, 46 servidores da Receita Estadual, 20 delegados e 135 investigadores da Polícia Civil de Minas Gerais, 12 policiais militares, além da participação das Polícias Civis de São Paulo e Tocantins.

Investigações no Sul de Minas
Na investigação desenvolvida pela Receita Estadual e pelo Caoet Varginha, está sendo apurada dinâmica criminosa semelhante. Uma empresa situada no município de Andradas estaria simulando a aquisição de mercadorias provenientes de outros estados, especialmente Mato Grosso e Maranhão, com o objetivo de obter créditos tributários de forma ilícita. Além disso, as saídas de mercadoria declaradas pela empresa de Andradas também seriam fictícias.

Só na região, o suposto esquema pode ter causado prejuízo de cerca de R$ 100 milhões aos cofres públicos – foto –  Cira/Divulgação

O suposto esquema pode ter causado prejuízo de cerca de R$ 100 milhões aos cofres públicos, em razão do não recolhimento do ICMS devido pelos beneficiários. Apenas nos anos de 2020 e 2021, a empresa de Andradas apresentou movimento contábil superior a R$ 1 bilhão.


Além da articulação interinstitucional no âmbito do Cira, as investigações do Caoet Varginha contaram com o apoio operacional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Passos e da Polícia Militar.

Investigações na RMBH


De acordo com as investigações fiscais e criminais da Polícia Civil e do Caoet Contagem, os representantes de uma empresa com sede em Contagem seriam responsáveis por executar um esquema de sonegação de ICMS na comercialização de metais e sucatas, causando prejuízo de mais de 150 milhões de reais aos cofres públicos.

Conforme apurado, a fraude investigada consistiria na simulação de operações de compra e venda de mercadoria mineira com notas fiscais de outros estados, mediante o uso de empresas de fachada, criadas em nome de interpostas pessoas (“laranjas”), com o objetivo de não pagar tributos e gerar créditos tributários para a empresa beneficiária do esquema. Além das notas fiscais falsas, existem indícios de receptação de fios de cobre furtados.

A operação tem como alvos empresários do ramo de metais e sucatas, principalmente de alumínio e cobre – foto –  Cira/Divulgação

De acordo com os primeiros levantamentos, apenas uma das empresas, localizada em Palmas, capital do Tocantins, emitiu um total de R$ 1,3 bilhão em notas fiscais correspondentes a supostas vendas de metais e sucatas. A emissão dos documentos teria gerado um crédito de R$ 159 milhões distribuídos entre as empresas envolvidas no esquema e usados para abatimento no ICMS. A operação tem como objetivo investigar a ilegalidade dessas operações.

Com a finalidade de ressarcir o dano causado ao erário, a Justiça mineira analisa o pedido de sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados que estariam envolvidos na fraude. – Fonte Ministério Público de Minas Gerais

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