Banco do Brasil era o alvo da quadrilha que escavou túnel no centro de Poços
Com a ajuda de sondas e de servidores do Departamento Municipal de Água e Esgoto e do Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil descobriu que o túnel escavado em um ponto comercial na Rua Rio de Janeiro, área central de Poços de Caldas, terminava na parede do Banco do Brasil, localizado na Rua Assis Figueiredo.
Após a descoberta do túnel na tarde de segunda-feira, a Polícia Civil iniciou as investigações no dia seguinte. Ontem foram percorridos 26 metros do túnel, mas por causa do mau tempo e o risco de desabamento os trabalhos foram suspensos e retomados na manhã desta quarta-feira, 23.
Com a ajuda de uma escavadeira um buraco externo foi cavado depois do ponto do túnel onde o trabalho foi interrompido ontem. A Polícia Civil descobriu que o túnel tinha na verdade 60 metros de cumprimento e não apenas 40 metros. No final doa túnel foi encontrada uma câmera que monitorava o local. De acordo com a Polícia Civil a parede do banco não chegou a ser perfurada e o túnel foi abandonado.
De acordo com a delegada Juliane Emiko Hissanaga Quaggio, agora que foi definido o alvo da quadrilha, o trabalho será para descobrir o motivo que levou o grupo a abandonar o plano e identificar os envolvidos.
A delegada revelou ainda que o túnel escavado em uma casa na Rua dos Inconfidentes, a quase 2 km de distância da Rua Rio de Janeiro e descoberto no início do mês tem relação com o segundo túnel. O modo de agir foi o mesmo. O aluguel foi pago com antecedência e as escavações só foram descobertas depois que os inquilinos deixaram de pagar pela locação e os proprietários entraram com uma ação de despejo na Justiça.
“Os dois túneis têm conexão. Nós estamos investigando quais foram as razões que fizeram com que o grupo parasse com o túnel. É possível perceber que eles abandonaram às pressas o local, porque não fizeram uma limpeza, deixaram muitas provas para trás, então com certeza esse túnel foi abandonado às pressas, essa operação foi abandonada às pressas para um grande investimento feito na locação dos imóveis e toda estrutura dos túneis”, revelou a delegada.
De acordo com a Polícia Militar, a advogada do proprietário do ponto comercial da Rio de Janeiro, informou que o imóvel foi alugado por uma mulher de 44 anos natural de Curitiba, onde também tinha residência fixa.
A inquilina assinou um contrato no valor de R$ 20 mil mensais pelo aluguel no período de 18 de março de 2020 com vencimento para 18 de março de 2021. Porém em novembro, o pagamento do aluguel deixou de ser realizado o que motivou a ordem de despejo. Ainda segundo a advogada, a mulher informou que era dona de uma loja de roupas infantis.