Influenza e Covid-19 provocam corrida às farmácias por antigripais
O aumento de casos de Influenza (H3N2) e de Covid-19 têm provocado uma corrida da população às farmácias e drogarias em busca de medicamentos antigripais para conter os sintomas. Em muitas farmácias já estão em falta os antigripais, antipiréticos, antibióticos e antitussígenos (como os xaropes) e o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF/MG) alerta para a orientação correta do farmacêutico aos pacientes.
Farmacêutica proprietária de farmácias, a vice-presidente do CRF/MG, Márcia Oliveira Alfenas, tem percebido diariamente essa procura por medicamentos para conter os sintomas, entre eles, os antigripais.
No entanto, ela alerta que cabe ao farmacêutico a boa orientação aos que buscam o atendimento, como o de manter o distanciamento social, fazer uso de máscara, a higienização constante das mãos e a testagem, pois, nos dois casos, os sintomas são muito semelhantes. “Até que se confirme o diagnóstico, a recomendação é a de manter o distanciamento social, isolamento se tiver com problemas respiratórios, fazer a testagem e lembrar que antigripal não é um tratamento contra a gripe, mas sim contra os sintomas”, ressalta.
Também a presidente do CRF/MG, Júnia Célia de Medeiros, acrescenta “que se tem suspeita de gripe, tem suspeita de Covid-19, pois os sintomas são compatíveis e cabe ao farmacêutico orientar a população, que encontra nas farmácias a sua primeira unidade de saúde, por estar mais acessível a todos”, enfatiza.
Elas acrescentam que “o farmacêutico, como profissional de saúde, além de orientar para o uso racional e correto dos medicamentos, deve alertar para os cuidados específicos e para a busca de atendimento em unidade de saúde, pois mesmo com letalidade menor que a Covid-19, o H3N2 tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades)”, explicam as farmacêuticas.
Sintomas
Os sintomas entre as duas doenças são semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico. Mas algumas diferenças podem ser observadas: uma pessoa com Influenza (Síndrome Gripal) apresenta sintomas mais fortes já no primeiro dia, enquanto a infecção pelo coronavírus tende a se manifestar mais demoradamente, podendo se tornar mais intensos no fim da primeira semana.
Mesmo com a confluência entre as duas doenças atacando as vias respiratórias, observa-se uma divergência entre a manifestação do início dos sintomas. A gripe causa febre alta de uma hora para outra, muitas vezes associada à dor de cabeça, moleza no corpo, falta de apetite e a sintomas respiratórios, como nariz entupido e coriza. E com mais ou menos uma semana, a pessoa já está melhor, sem sintomas.
Em alguns pacientes, especialmente quando existem fatores de risco, a doença pode se agravar a partir do 3º ao 5º dia, podendo se instalar a forma mais grave da doença (síndrome respiratória aguda grave, SRAG).
Em relação à Covid-19, a febre e os sintomas respiratórios podem se instalar mais silenciosamente, tendendo a se agravarem no fim da primeira semana. As manifestações mais graves da doença costumam aparecer no início da segunda semana de sintomas.
Diante da similaridade da manifestação das doenças, recomenda-se fazer, com maior brevidade possível, o teste para descartar o diagnóstico de infecção pelo coronavírus.
Os testes para Influenza são menos disponíveis, mas neste momento epidemiológico pode-se realizar o diagnóstico de gripe, após a exclusão de Covid-19.
As duas doenças são transmitidas por via respiratória e os cuidados preventivos são muito semelhantes.
Os sintomas da Síndrome Gripal são febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, dor de cabeça, distúrbios olfativos e gustativos, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarreia, principalmente em crianças.
Os sintomas da Síndrome Respiratória Aguda Grave são: além dos sintomas da Síndrome Gripal, pode ocasionar desconforto respiratório, falta de ar, saturação de O2 menor que 92% em ar ambiente ou coloração azulada nos lábios ou rosto. Fonte Ascom/ CRF/MG