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Cafeicultores pedem mais segurança no campo

A segurança no campo foi um dos assuntos discutidos durante uma audiência pública realizada na tarde desta terça-feira, 2, entre deputados estaduais e cafeicultores do sul de Minas. Os produtores de café do Sul e Sudoeste de Minas estão assustados com a criminalidade e pedem providências do governo estadual também com relação à qualificação e divulgação do produto mineiro, além de elevação do preço mínimo garantido pelo poder público.

Durante audiência, cafeicultores levaram demandas do setor - Foto Sarah Torres
Durante audiência, cafeicultores levaram demandas do setor – Foto Sarah Torres

Essas questões foram destaque do encontro realizado pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no Centro de Excelência do Instituto Federal do Sul de Minas, localizado no município de Machado. Participaram os deputados Emidinho Madeira (PSB) e Antônio Carlos Arantes (PSDB), autores do requerimento, além do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).

Durante a reunião, um documento com reivindicações a serem encaminhadas ao governador do Estado foi apresentado e discutido com os cerca de 200 participantes. A carta foi elaborada pelo Consórcio Público para o Desenvolvimento do Café do Sul e Sudoeste de Minas (Concafé) e endossada pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria.

O Concafé foi criado há cerca de um ano e reúne hoje 40 prefeitos de municípios cafeicultores, com mais 20 em processo de filiação. O objetivo é auxiliar os produtores de café na elaboração e execução de ações de marketing do produto estadual, difusão de informações qualificadas, interlocução setorial e captação de recursos.

Criminalidade gera impacto nos custos de produção

A lista de reivindicações foi apresentada na reunião pelo presidente do Concafé e prefeito de Alfenas (Sul de Minas), Maurílio Peloso. O ponto mais enfatizado pelos participantes do encontro foi a falta de segurança no campo, com ocorrências que vão desde o roubo de produtos até assassinatos, inclusive por quadrilhas organizadas. O produtor Virgílio Palmeira afirmou que a situação está insustentável. “Não dá para aguentar mais. Estamos gastando hoje de R$ 10 a R$ 20 por saca (de café) para nos defendermos”, afirmou Palmeira.

O vice-presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), Carlos Augusto de Melo, disse que a entidade foi obrigada a alterar sua apólice de seguro para garantir o transporte da produção. “Meu telefone toca diariamente para dar notícia de roubo de café”, comentou o dirigente.

Já o deputado Antônio Carlos Arantes afirmou que os produtores do Sul de Minas são hoje ameaçados por quadrilhas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que surgiu nos presídios paulistas. Para ele, a resposta dos órgãos estaduais de segurança está longe de ser adequada. Ele alertou que já há fazendeiros fazendo justiça com as próprias mãos.

Além de solicitar providências que garantam a segurança no meio rural, a carta discutida durante a audiência também enumera reivindicações como a ampliação do programa de certificação do café mineiro, apoio financeiro e logístico do Estado para apresentação do produto em feiras nacionais e internacionais, captação de recursos para programas de melhoria da qualidade do café e desburocratização e elevação do seguro de produção (preço mínimo).

Outra reivindicação é que o governo participe, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), da parceria do Concafé com a Universidade Federal de Lavras (Ufla) e a Agência de Inovação do Café (Inovacafé), que tem por objetivo utilizar ferramentas de tecnologia de informação e comunicação para levar informações sobre o mercado cafeeiro e custos de produção para produtores de café.

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