26 pessoas foram picadas por aranhas em Poços de Caldas este ano
A Secretaria Municipal de Saúde de Poços de Caldas, por meio da Vigilância Ambiental registrou nos 5 primeiros meses deste ano 26 acidentes envolvendo picadas de aranha no município. São 7 casos a menos do montante registrado ao longo de 2022.
Um deles chamou atenção esta semana, devido a gravidade. Uma paciente de 54 anos precisou ser internada na Santa Casa, após ser picada por uma aranha marrom, considerada uma das mais perigosas entre as espécies.
A paciente foi picada no dedo mindinho há 15 dias, mas precisou ser internada no último domingo na Santa Casa onde passou por um procedimento, conhecido como debridamento, que é a remoção do tecido morto, ou necrosado causado pelo veneno. Não houve necessidade de amputar o dede e ela deve ter alta ainda hoje.
As aranhas ocupam o terceiro lugar no número de acidentes com animais peçonhentos no país, perdendo para insetos e serpentes.
Uma análise feita pelo Ministério da Saúde com dados coletados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre 2017 a 2021, revela que 168 mil pessoas foram picadas por aranhas no período de 5 anos. Em Minas Gerais foram 22.832 acidentes com 20 mortes.
Espécies perigosas
As principais aranhas causadoras de acidentes no Brasil são a “armadeira”, a marrom, a tarântula e a caranguejeira.
A armadeira quando surpreendida coloca-se em posição de ataque, apoiando-se nas pernas traseiras, ergue as dianteiras e procura picar. A picada causa dor imediata, inchaço local, formigamento e suor no local da picada. Deve-se combater a dor com analgésicos e observar rigorosamente novos sintomas, como vômitos, aumento da pressão arterial, dificuldade respiratória, tremores, espasmos musculares, caracterizando acidente grave. Assim, há necessidade de internação hospitalar e aplicação de soro específico.
A picada da aranha marrom provoca menos acidentes, por ser pouco agressiva. Na hora da picada a dor é fraca e despercebida, após 12 a 24 horas podem surgir dor local com inchaço, náuseas, mal estar geral, manchas, bolhas e até morte das células (necrose) no local picado. Nos casos graves, a urina fica de cor marrom escura. Deve-se procurar atendimento médico para avaliação.
A picada da tarântula (aranha que vive em gramados ou jardins) pode provocar pequena dor local e necrose. Utilizam-se analgésicos para alívio da dor e não há tratamento com soro específico, assim como para as picadas de caranguejeiras.
Algumas medidas de prevenção:
– usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
– examinar e sacudir calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
– afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;
– não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção;
– limpar regularmente atrás de móveis, cortinas, quadros, cantos de parede;
– vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, meia-canas e rodapés;
– utilizar telas e vedantes em portas, janelas e ralos. Colocar sacos de areia nas portas para evitar a entrada de animais peçonhentos;
– manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros. Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada;
– combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins, pois são alimentos para aranhas e escorpiões;
– preservar os predadores naturais de aranhas e escorpiões como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas;
– limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas;
– não colocar mãos ou pés em buracos, cupinzeiros, montes de pedra ou lenha, troncos podres, etc. – Fonte Ministério da Saúde/ SINAN