Corte de árvores: Prefeitura dá continuidade ao projeto de revitalização da João Pinheiro
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos realizou na manhã desta quarta-feira, 21, o corte de mais 6 árvores no início da Avenida João Pinheiro, em frente a Urca, no sentido centro-bairro. A ação, que tem causado polêmica na cidade, faz parte do projeto de revitalização da Avenida João Pinheiro, que visa substituir as árvores de grande porte, consideradas em situação de risco por espécies adequadas com o paisagismo urbano.
No último domingo, 28, ativistas do movimento Poços com Árvores, se mobilizaram e impediram que as mesmas árvores fossem cortadas. O trabalho foi suspenso e executado hoje.
De acordo com a Prefeitura o projeto de revitalização iniciado em janeiro deste ano, visa a supressão das árvores inadequadas e em breve começarão os plantios conforme o projeto.
A primeira fase compreende o trecho da Avenida João Pinheiro no sentido centro-bairro, desde a Urca até a ponte que dá acesso ao bairro Country Club II, na zona oeste da cidade.
Desde o início dos cortes das árvores de grande porte, o assunto tem divido opiniões entre a população e já foi tema de discussão na Câmara Municipal.
Em resposta a um requerimento do vereador Claudiney Marques, a Secretaria de Serviços Públicos, responsável pelo projeto de revitalização apresentou laudos assinados pelo engenheiro Florestal da Prefeitura, responsável e idealizador do projeto, Carlos Batezzini, que apontam a necessidade da substituição de algumas espécies.
No documento apresentado consta um inventário de 352 árvores plantadas ao longo da avenida João Pinheiro e Mansur Frayha, a maioria de espécies de grande porte, exóticas e inadequadas para o paisagismo urbano.
Além disso, os laudos atestam que as árvores apresentam risco de queda, como ocorreu no ano passado, atingindo veículos que trafegavam pela pista. “Constatamos que algumas espécies estão em conflito com a estrutura do monotrilho, com as calçadas e a própria pista. As árvores de grande porte, cresceram fugindo da estrutura do monotrilho e inclinaram no sentido da via, além disso as raízes comprimidas pelo concreto e asfalto acabaram subindo à superfície, danificando o piso. Hoje temos situação de desiquilíbrio dos troncos e enfraquecimento das raízes, com risco de queda a qualquer momento,” explicou o engenheiro florestal.
Ainda segundo o engenheiro florestal, das 352 árvores catalogadas, pelo menos 88 se encontram nesta situação, sendo necessária a supressão ou dependendo da espécie, existe a possibilidade de serem transplantadas em áreas adequadas, como ocorreu com as 24 arvores da espécie “Platanus” retiradas da Alameda do Lanche e levadas para o Parque Ecológico Municipal.
Entre as espécies exóticas plantadas na Avenida João Pinheiro que apresentam maior risco de queda estão espécies com origem da África, Austrália, Ásia, China, entre elas a Ficus-Beijamina; Koelreuteria bipinnata ( Árvore da China); Ailanthus altíssima (Árvore do Céu).
O jacarandá mimoso, espécie nativa, também está entre as espécies que apresentam risco de queda, porém a maioria delas estão em uma área que faz parte da segunda fase do projeto de revitalização.