Cônsul-geral dos Países Baixos visita o TJMG
O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, recebeu nesta segunda-feira (23/10) a cônsul-geral do Reino dos Países Baixos, Sara M. Cohen; o diretor do Escritório Holandês de Apoio aos Negócios em Belo Horizonte (NBSO-BH), Hans Blankenburgh; a equipe da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) e representantes do Núcleo Anne Frank. Esta é a primeira vez que a cônsul-geral vem a Minas Gerais.
O presidente José Arthur Filho expressou sua satisfação em estabelecer esse contato com a cônsul-geral, que falou de sua expectativa para que ocorram novas cooperações entre as respectivas instituições. Ele presenteou Sara Cohen com um livro sobre a história do TJMG e afirmou que a Corte mineira está de portas abertas para parcerias que promovam a dignidade humana e a valorização da mulher.
O grupo foi recebido no gabinete da Presidência e, ao final da reunião, dirigiu-se ao espaço no 2º andar da sede do TJMG, onde está instalada a exposição “Conhecendo Anne Frank – Deixe-me ser eu mesma”. A mostra está em exibição desde agosto e fez parte da programação da Semana Justiça pela Paz em Casa, que une os esforços para combater a violência doméstica e familiar por meio de ações educativas e cidadãs com um olhar sensível sobre a necessidade de uma convivência harmônica e respeitosa em sociedade.
“Além dos adolescentes, que são um dos públicos-alvo dessa iniciativa, a exposição convida todos a refletir sobre as graves consequências do aumento da intolerância, da discriminação e do preconceito. Anne Frank deixou um registro dos sofrimentos causados pela guerra e um testemunho de coragem e lucidez para toda a humanidade”, afirmou o presidente do TJMG.
Também participaram da reunião o 1º vice-presidente do TJMG, desembargador Alberto Vilas Boas; o 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), desembargador Renato Dresch; a 3ª vice-presidente do TJMG, desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta; e a vice-diretora geral do NBSO-BH, Luisa Gouvêa Rate.
A superintendente da Comsiv, desembargadora Evangelina Duarte, que não pôde estar presente, devido à participação no 15º Encontro do Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar (Fonavid), frisou o significado da parceria. “A presença de uma exposição voltada para estudantes do Ensino Médio nas dependências do Tribunal reforça o compromisso, não apenas no âmbito de nossa atividade tradicional, mas na própria cultura institucional e na dimensão educativa, com a superação da violência doméstica e familiar contra a mulher. O olhar para um evento traumático como o morticínio da guerra e a perseguição aos judeus e a outros grupos é um convite eloquente à transformação da sociedade, rumo a relacionamentos fundados no respeito, na convivência saudável e na equidade”, argumentou.
Exposição
Segundo o desembargador Alberto Vilas Boas, que acompanhou a visita do grupo à exposição, a parceria confirma que o Tribunal de Justiça tem propostas concretas para estimular os adolescentes, sobretudo nas escolas públicas, a cultivar o respeito à diferença e o combate a toda e qualquer forma de violência. “Colaborações com outras instituições, em temas que não se relacionam diretamente com a atuação jurisdicional, ampliam a confiança no Poder Judiciário, pois demonstram que valorizamos projetos em prol dos direitos humanos e da superação da violência doméstica e familiar contra a mulher”, pontuou.
A cônsul-geral Sara Cohen, cuja esfera de atuação abrange o Rio de Janeiro, o Espírito Santo e Minas Gerais, frisou que o Judiciário tem uma contribuição importante na promoção dos direitos humanos. “Falar sobre o tema para jovens é essencial. Temos que estar conscientes de que cada um de nós tem um papel ativo a desempenhar para proteger a si e aos outros. Conhecer histórias do passado guarda relevância no presente, pois todos nós enfrentamos dificuldades no mundo e é preciso lutar contra situações em que as pessoas sofrem opressão e são impedidas de expressar sua opinião e religião ou de amar livremente a quem quiserem”, salientou.
De acordo com a representante diplomática, para a Holanda, os direitos humanos são um tópico fundamental e crucial no foco da política externa. “Por isso, trazer a exposição para o Tribunal de Justiça é maravilhoso, pois ajuda a capacitar os alunos a serem eles próprios a contar sua história, construir diálogos e se fortalecerem para conhecer seus direitos. Isso é o futuro, precisamos saber que temos liberdade de religião e de expressão, entre outras coisas. Sinto-me agradecida pelo suporte que o TJMG dá a este projeto”, concluiu.
O diretor do NBSO-BH, Hans Blankenburgh, destacou que a 2ª Guerra Mundial é um assunto sensível para os holandeses, pois são raras as famílias que não perderam um ente querido na época. “Tenho uma ligação especial com o tema, pois em Amsterdã morei no Canal do Príncipe, a 200 metros da Casa de Anne Frank. Tive tios-avôs que foram enviados ao campo de concentração de Dachau e um deles, infelizmente, não sobreviveu. A história dos holandeses se entrelaça com isso. A exposição também faz um link com a realidade atual e o contexto brasileiro, para mostrar que a marginalização por aspectos como a sexualidade, raça ou religião não tem mais espaço no nosso mundo”, disse.
A vice-presidente do Núcleo Anne Frank, Sandra Mara de Oliveira Vicente, representou o presidente da entidade, Jacques Levy, que está lançando o livro “Reflexões para o Ensino do Holocausto”, em São Paulo. “Atualmente, estamos com quatro exposições em Minas. A mostra ‘Deixe-me ser eu mesma’ é uma parceria com a Comsiv. Trazemos alguns estudantes para uma formação, e depois eles debatem com colegas o que viram e aprenderam, num processo de educação de pares. A concepção é a da Casa Anne Frank, que trabalha com a formação de jovens em direitos humanos”, explicou.
Paralelamente a essa discussão, a Comsiv e o Núcleo Anne Frank enviam voluntários para as escolas para tratar do tema. “Já levamos sobreviventes do Holocausto, pessoas para ensinar a fazer o challah, um pão judaico e contadores de história. O conteúdo da mostra atual é bem direcionado ao ensino médio: apresenta a trajetória de Anne Frank, o contexto da 2ª Guerra Mundial, a nazificação da Alemanha e o Holocausto, e termina com o contraponto feito com as experiências de quatro jovens da contemporaneidade, que se conectam com as questões vivenciadas por Anne Frank, como a violência, o preconceito, o racismo, o antissemitismo”, afirmou.
Também estiveram presentes a servidora Heloísa Abdo e a colaboradora Bianca Pontes de Siqueira, da Comsiv, e a coordenadora de Projetos do Núcleo Anne Frank, Andréa Cristina Ferreira de Almeida.
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Fonte: Tribunal de Justiça de MG