Acusados de matar árbitro de futebol são condenados a 18 anos de prisão
Os dois réus acusados de matar o árbitro de futebol, Antônio José da Silva, de 62 anos, mais conhecido como Zuza, foram julgados nesta sexta-feira, 5, no Fórum de Poços de Caldas.
O julgamento que começou às 8h da manhã foi encerrado às 20h30 com a sentença lida pelo juiz da 2ª Vara Criminal e Infância e Juventude, José Henrique Mallmann, que presidiu a audiência.
O réu Guilherme Augusto Pedreiro foi condenado a 18 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e por furto. Já Willian Barbosa de Melo foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.
A assistência de acusação foi realizada pelos advogados Lucas Flauzino e Marcelo Prezia. “Na data de ontem atuamos em favor da família da vítima. A honra e a dignidade do Zuza foram preservada tendo em vista que a sociedade não reconheceu que o mesmo teria abusado de uma criança, sendo esta a suposta motivação pela qual o crime teria ocorrido. A justiça foi feita e a família agora tem paz para seguir em frente”, afirmou Lucas Flauzino advoga do da família.
Após a sentença, os condenados voltaram para o presídio, onde estavam presos desde 2022.
Um terceiro envolvido na morte do árbitro, Marcio Nery Braz continua foragido da Justiça.
O crime
O árbitro de futebol, Antônio José da Silva, foi encontrado morto na casa dele no Jardim Kennedy II, na zona sul da cidade, no dia 13 de julho 2022.
A vítima apresentava sinais de violência no corpo, bem com um corte no pescoço e um ferimento na cabeça.
A carteira dele foi encontrada em um córrego perto da casa onde o arbitro morava.
De posse das imagens de câmeras de segurança de vizinhos, foi possível ver que três homens entraram na casa do arbitro no domingo junto com ele. Em seguida os homens saem sozinhos e um deles atira a carteira da vítima no córrego.
A princípio a linha de investigação levava a crer que se tratava de um latrocínio.
Porém, na época após as investigações da Polícia Civil, o delegado Cleyson Brene, responsável pelo inquérito policial, informou que as apurações apontaram que o árbitro havia sido morto por ter supostamente abusado sexualmente um enteado do réu Guilherme Augusto. ”Nos chamou a atenção o fato de que na frente do muro da casa da vítima, estar a inscrição ‘Jack’, que é uma gíria de presídio para indicar estuprador. Nós começamos, então, a verticalizar a investigação nesse sentido. Essa informação foi confirmada tanto pela esposa do preso quanto pela criança, que também foi ouvida na delegacia, confirmando essa versão”, explicou, o delegado após a conclusão do inquérito em novembro de 2022.