Filme “A Estação” de cineasta de Caldas será exibido no IMS
O filme “A Estação” da cineasta e diretora de Caldas, Cristina Maure, será exibido no próximo fim de semana no Instituto Moreira Sales de Poços de Caldas.
O longa será exibido no sábado, 13, às 16h com apresentação da própria diretora e no domingo, também às 16h seguido de um debate com a diretora Cristina Maure, com a atriz Jimena Castiglioni com mediação de Marcelo Leme.
O ingresso custa R$ 20,00 a inteira e R$ 10,00 a meia. O IMS Poços fica na Rua Teresópolis, 90 – Jardim dos Estados.
Quando Sofia, uma mulher misteriosa, chega caminhando à estação “Vila Clemência” na esperança de pegar um trem, não imaginava o curso que sua vida tomaria.
Assim começa A Estação, primeira ficção da diretora mineira Cristina Maure, rodado durante a pandemia, e que chega aos cinemas brasileiros em 13 de junho.
Cris Maure explica a saga de Sofia, com uma analogia à vida. “O filme fala do acaso, do pouco controle que temos sobre o nosso próprio percurso, dos confinamentos humanos. De como mesmo planejando cada passo, podemos acabar trilhando caminhos nunca antes imaginados.”
O filme começa a partir de um encontro da diretora com a Jimena Castiglioni, onde nasce a vontade de fazerem um filme de personagens marcantes, das inquietudes e esquisitices humanas que permeiam as existências e da certeza da falta de qualquer controle da vida.
O processo levou quase 10 anos, com uma interrupção na pré-produção em 2020 com a pandemia. Enquanto isso, a diretora e Luciana Baseggio, fotógrafa, se debruçaram sobre o roteiro, escrito por Cristina com Jimena Castiglioni e Joana Oliveira, para desenhar o conceito e linguagem que pudessem contribuir e comungar com a história, em inúmeros encontros, decupando cada cena, e inevitavelmente, incluindo a quarentena no clima cinematográfico, no roteiro e na estética.
Após um ano, as produtoras retomam a pré-produção, optando pelo isolamento total do elenco e equipe técnica para as filmagens. Ao longo de cinco semanas dividiram o set, vivenciando o confinamento proposto pelo roteiro.
Esta preocupação com a proposta cinematográfica é evidente no filme. Selecionado para a mostra Foco Minas, do Festival de Tiradentes em 2024, o filme mereceu um texto dos curadores, onde a estética adotada merece destaque. “A história tem algo de literário e nos remete à produção literária e teatral europeia do período da Segunda Guerra – algo entre o teatro do absurdo e o surrealismo – e soa, como a protagonista Sofia, estranha no seu tempo.
É um filme com camadas anacrônicas: tudo nos evoca uma época passada, nas falas, nos trajes, na trama de viagem de trem e na dramaturgia de época.
Cada sujeito, desejo e paisagem é uma projeção fantasmática. Temos o preto e branco, o acento teatral na espacialidade e na marcação dos atores e atrizes nos interiores, as paisagens como um afresco em que o p&b e o vazio assumem uma atmosfera quase digressiva e os personagens parecem estarem sempre entre a vigília e o sonho.”
O elenco é outro destaque do filme. Com nomes provenientes do teatro mineiro como Rodolfo Vaz, Eid Ribeiro, Magdale Alves, Docy Moreira, Bruna Chiaradia, Pedro Lanna e Eliseu Custodio e Jimena Castiglioni, há 20 anos no Brasil. No elenco tem também o ator mirim Katu Sanglard e o Rafael Martini, compositor mineiro, que assina a trilha musical também junto ao músico uruguaio Hugo Fattorusso.
O filme é uma coprodução entre Brasil e Uruguai e para Jimena, conseguir concretizar a parceria entre Brasil e Uruguai é um sonho antigo, já que ela é uruguaia e mora no Brasil há 21 anos. Ela sente que os dois países têm muito para trocar esteticamente, mas esse fluxo ainda não acontece muito. “Encontramos a Natacha, produtora e sócia da Lavoragine Filmes, que se apaixonou pelo projeto desde o começo, quando ainda era uma primeira versão do roteiro. Ela gostou da história, e de ser um projeto conduzido basicamente por mulheres. Após algumas tentativas de editais, entendemos que o melhor desenho para o projeto seria finalizar ele no Uruguai. Para isso, a Natacha tinha uma equipe de total confiança e qualidade artística. Ela trouxe o Guillermo Casanova, sócio também da Lavoragine, que montou o filme em um período de imersão no Uruguai junto com Jimena e Cristina. E trouxe também o Hugo Fattorusso, considerado um dos melhores acordeonistas do mundo, além de exímio compositor. O acordeom era um desejo desde o início, e a possibilidade de ter o Hugo na equipe parecia uma utopia, mas, ele aceitou na primeira reunião. Rafael Martini que compõe e executa as músicas ao vivo no filme também ficou muito feliz com esta notícia pois admirava o Hugo desde sempre.”
A Estação
Brasil | Uruguai – Ficção – 103min – 2023 – classificação indicativa
Direção: Cristina Maure
Elenco: Jimena Castiglioni, Rodolfo Vaz, Eid Ribeiro, Bruna Chiaradia, Docy Moreira, Eliseu Custódio, Rafael Martini, Pedro Lanna, Katu Sanglard, Magdale Alves
Sinopse curta: Sofia vai atrás de um amor e precisa pegar um trem. Mas, na estação ferroviária que fica no meio do nada, não se sabe quando o trem passará.
Sinopse:
A Estação conta a história de Sofia, uma mulher misteriosa que chega caminhando à “Vila Clemência” na esperança de pegar um trem, pois o comboio no qual estava quebrou. Como o trem não aparece, Sofia é obrigada a se hospedar na pensão que a Companhia Ferroviária Nacional oferece aos passageiros que, por acaso, chegam até ali.
Assim inicia-se a sua saga que consiste em tentar sair daquele lugar para ir atrás de seu marido, que a abandonou por uma outra mulher.
Vemos o convívio dela com os outros passageiros que ali moram, alguns deles há muito tempo, e, como cada um lida com a espera de um trem que pode passar várias vezes ao ano ou pode ficar mais de 10 anos sem passar. São pessoas solitárias que estão juntas pelo acaso e aguardam que em algum momento possam tomar outros rumos.
O filme fala do acaso, do pouco controle que temos sobre o nosso próprio percurso, dos confinamentos humanos. De como mesmo planejando cada passo, podemos acabar trilhando caminhos nunca antes imaginados.
O filme foi rodado em plena pandemia. Toda a equipe e elenco viveram durante a filmagem o processo de confinamento real assim como os personagens dessa ficção.
PRÊMIOS
– Toronto Film Week – Toronto – Abril 2024 – Canadá
Prêmio: The Tarkovski Grant
– Portugal Indie Film Festival – Portugal
Melhor Filme Internacional – Portugal Indie Film Festival 2023
Melhor Atriz – Portugal Indie Film Festival 2023
– 8 & Halfilm Awards – Rome – Itália
Best International Film – 8 & Halfilm Awards – Rome – Itália
Best Black & White – 8 & Halfilm Awards – Rome – Itália
Cinematography & Best Sound Design – 8 & Halfilm Awards – Rome – Itália
– Festival Nacional de Lages – 2023 – BRASIL
Melhor Longa metragem
Melhor Fotografia
– LISBIFF – Lisboa Indie Film Festival 2023 – Portugal
Melhor Longa-Metragem
– Frida Film Festival
Winners Switzerland Film & Script Festival 2024
Best Narrative Feature & Best Black & White Film
C R I S T I N A M A U R E :Diretora, Fotógrafa e Produtora
Graduada em Artes Plásticas com especialização em fotografia pela Escola Guignard- Belo Horizonte em 2000. Sócia, diretora da Vaca Amarela Filmes, há 24 anos pesquisa e realiza trabalhos audiovisuais. Dirigiu e fotografou vários filmes.
Seus trabalhos já foram exibidos em festivais, salas de cinema, sites, TVs no Brasil e em países como, Itália, Espanha, EUA, França, Argentina, Chile, Portugal, Canadá entre outros. Ganhou vários prêmios nacionais e internacionais com sua obra.
Atualmente coordena a distribuição do seu longa “A Estação” e dirige uma série de animação ‘Na Sombra da Mangueira’ com previsão de exibição em julho de 2024 pela Rede Minas.