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Investigação do MP apura indícios de superfaturamento nas obras das Thermas e Cidade Administrativa

A suspeita de superfaturamento na segunda reforma das Thermas Antônio Carlos iniciada em 2011 ganhou destaque em um dos principais jornais de Belo Horizonte, O Tempo.

Valor inicial da obra era de R$ 10 milhões e foi concluída com R$ 15 milhões
Valor inicial da obra era de R$ 10 milhões e foi elevado para R$ 15 milhões após 9 aditivos

A matéria publicada na edição desta segunda-feira, dia 20, relembra a investigação do Ministério Público de Poços de Caldas que apurou indícios de irregularidades no preço pago pela obra administrada e executada pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, a Codemig, caso que veio à tona em 2015.

Porém a reportagem tem como foco principal o ex-diretor da Codemig, Luiz Augusto de Barros, conhecido com Bidu que está sendo processado junto com Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho, citado recentemente nas delações da Lava Jato e um dos principais auxiliares do senador Aécio Neves (PSDB) por suspeita de pagamento acima do preço da reforma das Thermas Antônio Carlos, na cidade.

Segundo a reportagem assinada pela jornalista, Angélica Diniz, Oswaldinho já estava sob os holofotes da Lava Jato desde que foi delatado por executivos da Odebrecht. Ele que é casado com a filha do padrasto do senador tucano, foi citado como auxiliar do então governador Aécio Neves (PSDB) em um suposto esquema de cobrança de propina nas obras da Cidade Administrativa – o que o atual senador e presidente nacional do PSDB nega. A Codemig financiou os mais de R$ 1,2 bilhão gastos na construção da sede de Executivo do Estado.

Ainda segundo a reportagem, em proporções menores, em Poços de Caldas, o Ministério Público encontrou um esquema semelhante ao da Cidade Administrativa. Ambas as obras estavam sob responsabilidade de Oswaldinho e Bidu e nelas há suspeitas de favorecimento a empreiteiras durante o processo licitatório e superfaturamento, através de aditivos.

Recentemente, o jornal “Folha de S. Paulo”, trouxe a informação de que o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior afirmou ter se reunido com Aécio Neves para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS. O senador e presidente nacional do PSDB negou o conteúdo da colaboração.

O inquérito sobre as obras de Poços de Caldas, aberto há cerca de dois anos, investiga o contrato da Codemig com a construtora Perfil Engenharia, vencedora da licitação aberta ainda em 2011. O valor da reforma nas Thermas seria de R$ 10 milhões, com previsão para durar dois anos. Após nove aditivos, o custo da obra subiu para R$ 15 milhões, 50% a mais que o valor original.

Na época o engenheiro da empreiteira, Nelson Valadares, informou que a empresa teria apenas executado os serviços e que todos os procedimentos foram pedidos e autorizados pela Codemig. Segundo o engenheiro, os aditivos foram justificados e que, por lei, obras de reforma e restauração podem ter os valores aumentados em até 50% no decorrer dos trabalhos.

O balneário foi reinaugurado em março de 2014 pelo então governador Antônio Anastasia (PSDB), porém só foi reaberto ao público 2 meses depois, pois foram precisos fazer alguns ajustes nos equipamentos.

 

Ainda segundo a reportagem de O Tempo, a Cidade Administrativa foi anunciada por R$ 948 milhões em 2007. Com pelo menos 15 aditivos, foi inaugurada em 4 de março de 2010, tendo custado R$ 2,1 bilhões, segundo divulgou à época a assessoria de imprensa de Aécio. Na Codemig, a dupla comandou também obras polêmicas em São João Del Rei, Araxá e Entre Folhas.

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