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Caso Pavesi: Médico José Luis Gomes da Silva é transferido para o presídio de Poços

O médico José Luiz Gomes da Silva voltou a cumprir pena no presídio de Poços de Caldas – foto Roni Bispo

Poços de Caldas (MG) – A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Justiça (Sejusp) informou que o médico, José Luis Gomes da Silva foi transferido da Penitenciária de Três Corações para o presídio de Poços de Caldas.
Preso em setembro do ano passado, juntamente com o médico José Luís Bonfito, Gomes cumpria pena na penitenciária desde novembro de 2024.


Os dois médicos condenados pelo Júri Popular, realizado em Belo Horizonte, em 2021, por homicídio foram presos no ano passado após a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STF) de que toda pessoa condenada pelo Tribunal do Júri deveria começar a cumprir a pena imediatamente, mesmo com o recurso em andamento.

Sendo assim o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou a prisão dos dois médicos, que aguardavam por recursos de anulação dos julgamentos feitos pelos advogados de defesa.

Em agosto deste ano, o médico José Luís Bonfitto, já havia deixado a Penitenciária de Três Corações-MG e passou a cumprir a pena em regime domiciliar, após apresentar problemas de saúde. O benefício foi concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Juri Popular

Os dois médicos foram condenados em janeiro de 2021 a 25 anos e 10 meses de prisão, em regime fechado, pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e majorado por ter sido praticado contra um menor de 14 anos, para a retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, então com 10 anos de idade, em 2000 em Poços de Caldas(MG).

Porém em abril de 2023, a Justiça suspendeu a expedição dos mandados de prisão para os dois médicos após apelação da defesa e os médicos aguardavam pelo julgamento em liberdade.

Prisão domiciliar

No dia 28 de agosto de 2024, a Justiça concedeu prisão domiciliar ao médico Álvaro Ianhez condenado a mais de 20 anos de prisão pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi.

O médico foi preso em abril de 2023 em Jundiaí- SP e levado para Penitenciária 2 de Tremembé-SP, onde cumpria a pena.

Relembre o caso

O caso Pavesi teve como início o ano 2000, após a morte de Paulo Veronesi Pavesi. O menino na época com 10 anos caiu de uma altura de dez metros, e segundo as investigações, teve o exame que indicou a morte encefálica forjado para a remoção dos órgãos.

Os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado.

De acordo com a Justiça, os quatro médicos teriam sido responsáveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos da vítima.

Segundo a Justiça, o exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado, uma vez que  o menino ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.

Os quatro médicos negam qualquer irregularidade, tanto nos exames quanto nos transplantes aos quais a criança foi submetida.

Em 2014, a pedido do Ministério Público, na época o então promotor Sidnei Boccia, o julgamento foi desmembrado e transferido de Poços de Caldas (MG)  para Belo Horizonte (MG), para evitar a influência econômica e social dos médicos sobre os jurados.

A denúncia de um suposto esquema para a retirada ilegal de órgãos de pacientes em Poços de Caldas resultou no descredenciamento da Santa Casa para a realização de transplantes e remoção de órgãos em 2002 e também a extinção da entidade MG Sul Transplantes, responsável por coordenar as ações no Sul de Minas.

O processo de Paulinho Pavesi ficou conhecido também como o “Caso 0”, que deu origem a uma investigação apurou irregularidades na retirada de órgãos em outros 8 processos.

“Caso Zero”

O caso Pavesi ganhou proporções em todo país,  e este ano quando a morte do menino Paulo Pavesi completou 25 anos, os jornalistas Bela Megale e André Borges do Jornal O Globo, lançaram o podcast “Caso Zero” , que investiga um dos acontecimentos mais controversos envolvendo transplantes de órgãos no Brasil.

Ao longo de cinco episódios, os jornalistas mergulham na história trazendo bastidores de uma tragédia, com depoimentos, versões dos médicos e entrevistas com personagens marcantes, envolvidos na época do acidente, que tentam ajudar a entender todo caso e as circunstâncias que levaram a mudar a foram de fazer transplantes de órgãos no Brasil.

Toda história, desde as acusações de cobrança médica irregular, investigação da Polícia Federal e Ministério Público e ainda as ações do Ministério da Saúde, Congresso Nacional, que resultou na criação de uma CPI.
Os episódios estão disponíveis no canal do Youtube.

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