A ESCOLA DAVID CAMPISTA E A LENDA DO SANATÓRIO
Roberto Tereziano
De tempos em tempos surgem pessoas pedindo para confirmar sobre os fantasmas da Escola Estadual David Campista. Muitas até afirmas terem visto fantasmas das pessoas que se tratavam ou morreram no Sanatório.
Todas as histórias não passam de lenda urbana, uma vez que lá nunca existiu sanatório ou pessoas internadas para tratamento mental, ou qualquer enfermidade que o valha.
Por volta de 1909, um grupo de médicos da cidade, vendo o grande numero de pessoas que vinha para Poços de Caldas para tratamento de saúde e recebiam como parte do tratamento um regime alimentar, notou que não existia um estabelecimento especializado, com nutricionista, etc.
Assim nasceu o projeto de um hotel para se hospedar as pessoas. O projeto arquitetônico foi feito pelo engenheiro Carlos Maywald, o mesmo que participou do primeiro projeto da cidade e, o prédio foi construído, em posição estratégica para receber sol durante todo o dia. Quartos amplos e bastante arejados. Cozinha industrial, etc.
No frontão onde se lê hoje Escola David Campista, assim como nas janelas do porão, foi estampada a palavra SANATORIUM, que era o nome da empresa, dona do Parque Hotel.
Esse era o nome do estabelecimento.
Talvez por causa do grande destaque para a palavra sanatório, o que se associava a local para tratamento mental ou lepra, a grande enfermidade da época, o hotel não teve publico e o prédio ficou fechado até que o ex-prefeito Francisco Escobar (1909-1918) adquiriu o hotel com ajuda do governo do estado pra se implantar a grande escola pública.
O nome de David Moretzsohn Campista foi sugerido pelo governo estadual em homenagem ao histórico senador, professor, promotor, advogado, jurista e diplomata carioca, que, diga-se de passagem, tinha familiares, até recentemente, em Poços de Caldas.
Leia o que diz no verso do raríssimo cartão postal de 1910 que era a propaganda do recém-inaugurado hotel.
“Edifício modernamente construído e acordo com os mais rigorosos preceitos de higiene e montado com o máximo conforto”. Situação belíssima na parte mais alta da estancia. Aposentos vastos, todos recebendo diretamente os raios de solares orientados da nascente para poente.
Cura de regime alimentar para moléstias crônicas em geral (correção e vasos, estomago, fígado, intestinos e sistema nervoso) estabelecimentos especiais para febricitantes, convalescentes e esgotados.
O estabelecimento recebe diretamente a melhor água potável do mundo e dispõe de uma bem montada farmácia. Dirigida por profissional competente, que fornece medicamentos aos clientes com grande redução.
A cozinha é de primeira ordem e rigorosamente fiscalizada.
“Não se aceitam tuberculosos ou qualquer outro doente de moléstias contagiosas.”
Excelente Roberto!
Eu sou nascida na cidade e,estudei nesta escola por 2anos,até a minha mãe nós transferir para o anexo do Colégio São Domingos escola Menino Jesus.A David Campista foi a minha primeira escola,para ficar registrado.não moro mais na nossa Cidade,mas trago no coração os anos vividos aí.Atualmente morando na Cidade de Petrópolis
Também fui aluno no tempo de dona Elvira Chagas, diretora. Carrego pela vida a fora um carinho especial não só pela escola mas também por grandes amizades e muitos professoras que se tornaram grandes amigos. Um grande abraço.
Sérgio Manucci : conseguiu me ensinar logaritmo
Grande professor e amigo. Um grande abraço.
Quando eu tinha 9 aninhos a tia da limpeza me contou que viu uma mulher andando no corredor …. E ainda pediu para eu ler as grades do porão e li Sanatório 🤦 32 anos depois fico sabendo qie era lenda 😂😂😂😂😂😂😂😂
Parabéns pela reportagem, quando criança, morriamos de medo daquele poram, além, é claro de Dona Elvira, grudava az crianças pela orelha e gritava feito um cão raivoso. Época em que alunos respeitavam aos professores! Até hoje me lembro do cabeçalho Escola Estadual David Campista 1.2.6 C.
Saudades dessa escola.
Na minha época, era uma das escolas mais cobiçadas da cidade.
Quem nunca viu a foto do “fantasminha” do topo da escada? Ou já ouviu histórias do piano que toca sozinho nas noites? Só sei que eu morri de medo de ir lá a noite, hahaha
As lendas urbanas as vezes ficam mais fortes que a realidade. Alguém criou uma história sobre a Fonte dos Amores de que um casal cuna família não aceitava o namoro tenha decidido dar cabo a vida naquele local, Fonte dos Amores e ponto final. A lenda ficou como sendo verdade. Um grande abraço.
Grande Mestre! Na memória a “violinha” para “cantarmos” o Teorema de Pitágoras!
Sou o Conde Dracula da cidade. Estudei no tempo da diretora Elvira Dias, morria de medo dela. Lá morava o pai do Carlão seu Agenor. O Carlao trabalhou no Mantiqueira comigo, era publicitário sempre com o seu inseparável cachimbo parecendo o rei Roberto Carlos. La tinha uma velha paineira que ficávamos embaixo comendo lanche no Recreio. Morava ali perto no asilo do Raul Cury que existe até hoje. Em frente morava o Dito Canarinho é sua vó é seus pais, dono da Otica Moderna. Sou José Gonzaga, ex-linotipista do Diário de Poços e do Mantiqueira, Jornal da Cidade que o Roberto tbm trabalhou. Ficam com Deus já falei muito pelo meu tamanho. Fui.
Eu nasci em Bandeira do Sul e mudamos para o paraná, e do paraná viemos para Poços de Caldas e fui matriculado na escola David Campista e as professoras nos ensinavam trabalho artesanal, e uma das coisas que mais me marcou foi aprender fazer sacolas de barbante trançado, hoje com 80 anos de idade já não sei nem como começar a fazer as sacolas.
Sou Gilson de Souza, tive a felicidade de ser a primeira turma a se formar no 2º Grau. Foi nos fins dos anos 80 e o David Campista tinha turma de manhã e a noite. Ouvíamos falar desta lenda, muitos colegas curiosos queriam saber o que existia no porão. Estas situações são muito psicológicas, instigam o ser humano e causam reações. Acredito que definir sobre verdades ou ficções é uma questão de ponto de vista. Mas fica a questão histórica; é um prédio que tem importancias sociais, educacionais e turisticas.
Fui aluno da primeira turma do 2º Grau nos fins dos anos 80. A Diretora era a lendária D. Elvira Dias. A lenda do Sanatório era muito comentada nos corredores e no periodo noturno devido a proximidade com a mata dava um aspecto curioso e sombrio. Mas lendas urbanas são do imaginário popular e depende da situação transitória de cada um.
Tudo que envolve o metafísico é digno de ser refutado, respeitado os pares. Por ser um prédio antigo; não é incomum escutar barulhos, ranger de tabuas por exemplo. Nossas temperaturas oscilam no mesmo dia; dilatação e contração é um fenomeno fisico, tudo além disso é obra do imaginário.