DiversosEsporteNotícias

Aldeias de Caldas participam da 7ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas de Minas Gerais

jogos dos povos indígenas de minas gerais
Caldas está representada por 65 atletas indígenas aldeia dos Xucuru-Kariri e 39 da aldeia Ibiramã Kiriri do Acré – foto Wesley Sena -Route Filmes  / divulgação Agencia Minas

Mais de 100 integrantes das aldeias Xucuru-kariri e Ibiramã Kiriri do Acré, localizadas em Caldas, Sul de Minas, participam da 7ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas de Minas Gerais. A competição que teve início na última segunda-feira, 20, reúne quase mil atletas de 22 aldeias do estado mineiro, no município de Carmésia, na região do Vale do Rio Doce.

Os Jogos dos Povos Indígenas de Minas Gerais (JPIMG) desempenham um papel importante na preservação e promoção da cultura, identidade e tradições dos povos indígenas mineiros.

Até sexta-feira, 24, a competição proporciona um espaço para o intercâmbio cultural entre diferentes grupos étnicos.

Os jogos, que acontecem na Aldeia Sede Pataxó, contam com a participação de quase mil atletas indígenas, de 22 aldeias provenientes de 13 municípios distintos, representando diferentes regiões do estado e etnias como Kaxixó, Krenak, Maxakali, Mucuri, Pataxó, Xakriabá e Xukuru-Kariri.

A aldeia dos Xucuru-Kariri em Caldas está representada por 65 atletas e a Ibiramã Kiriri do Acré levou 39 indígenas.

Para a coordenadora de Educação do Campo, Indígena e Quilombola da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), Anne Vaz, os jogos indígenas representam um momento importante para todos os povos, pois promovem a integração, o intercâmbio de saberes e a união entre essas diversas etnias. “Nos jogos indígenas os povos interagem e compartilham conhecimentos, promovendo não apenas competições esportivas, mas também enaltecendo a riqueza da cultura indígena. É relevante também destacar a diversidade de participantes. Encontramos famílias inteiras envolvidas, desde os anciãos, que foram homenageados na abertura, até as crianças, mulheres, homens e jovens indígenas”, observa a coordenadora.

Jogos Indígenas

A competição é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese-MG), em parceria com a SEE/MG, e é realizado desde 2012, mas não havia sido realizado desde a pandemia de covid-19.

A realização dos Jogos constitui uma significativa oportunidade de valorização e fortalecimento da identidade das etnias indígenas residentes em Minas, uma vez que promove o encontro e a articulação entre as mais diversas comunidades.

Além da prática esportiva, os jogos destacam a cultura indígena de outras maneiras, através da feira de artesanato, apresentações culturais e ainda um desfile, que abrilhantou o encerramento do primeiro dia de competição.

jogos dos povos indígenas de minas gerais
O Arco e Flecha é uma das 8 modalidades disputadas durante os jogos – foto Wesley Sena -Route Filmes  / divulgação Agencia Minas

Modalidades

Os Jogos contam com oito modalidades esportivas, sendo que cada categoria será premiada com um troféu confeccionado pelos indígenas da aldeia anfitriã, Pataxó.

“Todas essas modalidades esportivas não apenas refletem a cultura indígena, mas também fortalecem a presença e o papel desses povos no contexto esportivo”, completa a coordenadora da SEE/MG, Anne Vaz.

As oito modalidades disputadas são:

Arco e Flecha

É montado um alvo com distância de 30 metros do guerreiro. O competidor que acertar o alvo mais vezes em três chances será o campeão. Na modalidade feminina, a distância será de 15 metros.

Arremesso de Lança

Aquele que arremessar a lança em maior distância será o vencedor da prova.

Bodoque

Os guerreiros terão que acertar o alvo numa distância de 15 metros. São três chances de acerto. Aquele que acertar será o campeão. Caso haja vários acertos, os participantes continuarão a jogar até que apenas um acerte o alvo.

Cabo de Guerra

Uma equipe de cada lado puxa uma corda, buscando arrastar a equipe adversária até seu campo. A equipe que conseguir arrastar o adversário para o seu campo será a vencedora da prova.

Corrida do Maracá

A corrida com maracá é composta por no mínimo 10 atletas, onde cada um percorre uma distância de 100 metros, sendo 50 metros de ida e 50 metros de volta. Ao retornar, o guerreiro passará o maracá para seu companheiro de equipe, que fará o mesmo percurso. Ganha a equipe que completar a prova em menos tempo. Para as mulheres, a corrida será de 50 metros, sendo 25 metros de ida e 25 metros de volta. Lembrando que não é permitido que o maracá caia.

Derruba o Toco

É montado um círculo com diâmetro de 3 metros, onde todos os guerreiros lutarão. Não é permitido o uso de violência e o guerreiro que utilizar golpes distintos do “agarramento” será desclassificado. O campeão será aquele que conseguir forçar o seu adversário a derrubar o toco. A equipe vencedora será a que conseguir somar o maior número de vitórias.

Futebol

As regras do futebol são as mesmas aplicadas no futebol convencional.

Zarabatana

De posse da Zarabatana, os guerreiros tentarão acertar o alvo na distância de 15 metros. As guerreiras tentarão acertar o alvo na distância de 7 metros. – fonte Agência Minas

Jogos em Caldas

Em setembro de 2017, a aldeia Xukuru-Kariri, em Caldas sediou a 5ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas de Minas Gerais. A competição reuniu cerca de 600 atletas indígenas de 11 etnias do Estado de Minas Gerais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site está protegido. Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize as ferramentas de compartilhamento da página.

error: Este site está protegido.