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Alunos da Rede Municipal de Ensino vão ao cinema pela primeira vez

sessão gratuita de cinema para alunos da rede municipal de ensino
Os estudantes participaram de sessão gratuita no Cine Marquise Ultravisão, como contrapartida das ações da Lei Paulo Gustavo no município – foto Secom

Um mundo novo se abriu para o pequeno Israel da Silva, na tarde ensolarada desta quarta-feira de outono, 8 de maio. Com as mãos na boca e os olhos brilhantes, atônito e emocionado – tudo ao mesmo tempo agora – ele sentiu o coração bater mais forte quando a grande tela se iluminou.

Pela primeira vez, o menino entrou numa sala de cinema, acompanhado da mais animada turminha da Escola Municipal CAIC Professor Arino Ferreira Pinto.

A sessão gratuita foi a primeira oportunizada pelo Edital Especial 1 da Lei Paulo Gustavo (LPG). A ação é contrapartida da proposta do Cine Marquise Ultravisão aprovada no edital, em âmbito local, dentro do apoio a salas de cinema previsto na LPG.

Aluno da professora Raquel Guimarães, que também estava bastante emocionada, Israel está na turma B do 1º Ano do Ensino Fundamental. O pequeno disse que essa é a primeira vez que sai da região sul, onde mora e estuda, para conhecer o centro da cidade.

Histórias para contar sobre o dia em que conheceu a 7ª arte não vão faltar, desde o trajeto de ônibus com os colegas e as tias, do CAIC, no Jardim Esperança, até o Cine Marquise Ultravisão, na Rua Rio Grande do Sul, no coração de Poços de Caldas, passando pela emoção de se sentar diante da telona e as risadas com o gato laranja mais famoso do mundo e suas novas aventuras, no filme “Garfield – Fora de Casa”.

A primeira sessão gratuita oferecida como contrapartida no Edital Especial LPG 1/2023 contou com a participação de 100 estudantes da E.M. CAIC Professor Arino Ferreira Pinto, muitos dos quais nunca tinham assistido a um filme no cinema. “Nunca assisti, mas acho que vou gostar”, disse Yuri Miguel, que conhece o personagem Garfield, mas nunca tinha assistido aos filmes. A Maria Fernanda também estava ansiosa para o início do filme.

Quando as luzes se apagaram a gritaria gostosa da criançada encheu o cinema, apesar dos protestos carinhosos das professoras: finalmente começou o filme, depois de minutinhos que pareciam pesadas horas para aqueles olhinhos cheios de alegria e ansiedade.

Sessões gratuitas

Até dezembro de 2024, serão 3.000 ingressos distribuídos para os estudantes da Rede Municipal de Ensino e público atendido por instituições socioassistenciais do município, em lotes trimestrais.

A coordenadora de Fomento e Incentivo à Cultura, Lavínia Crestani do Vale, informa que a Secretaria Municipal de Cultura recebe a programação do cinema semanalmente e, a partir daí, realiza os agendamentos.

“Oportunizar este encontro mágico do público com a arte, especialmente dos nossos alunos das escolas públicas com a produção audiovisual, é, sem dúvida, cumprir com a missão de levar a alegria da arte a todos, o que o Paulo Gustavo fez com tanta maestria em sua curta passagem. É uma satisfação para nós acompanhar a execução desta ação que, muito além de uma contrapartida formal, faz diferença na vida da população”, destaca o secretário municipal de Cultura, Gustavo Dutra.

No dia 16 de maio, a próxima turma atendida será da Escola Municipal José Avelino de Melo, da zona rural, que vai trazer todos os estudantes matriculados na unidade para assistir ao filme. “Foi uma experiência muito especial para as crianças, muitas nunca tinham entrado em um cinema e é extremamente gratificante poder acompanhar essa vivência tão rica para os nossos alunos”, ressalta a coordenadora da Divisão do Programa Municipal da Juventude, Ana Maria Lobo de Carvalho.

Projeto

O Edital Especial 1 da Lei Paulo Gustavo (LPG) teve por objeto a seleção de propostas culturais de audiovisual para receberem apoio financeiro nas categorias produção audiovisual, apoio a salas de cinema e cinema de rua e formação na área do audiovisual. Foram selecionadas dez propostas de produção audiovisual, uma proposta de apoio a salas de cinema e seis ações de cinema itinerante ou de rua.

O projeto de apoio a salas de cinema, cujo proponente é o Cine Marquise Ultravisão, com repasse de R$ 90 mil, consiste na modernização do espaço, em quatro frentes: segurança contra incêndios, readequação elétrica, fachada luminosa e atendimento aos frequentadores.

No coração de Poços de Caldas desde 1979, o antigo “Cine Ultravisão” agora “Cine Marquise Ultravisão” vem acompanhando uma série de modernizações encabeçadas pela Família Marras, antiga proprietária do espaço. Atualmente, o cinema traz para o interior de minas Gerais uma programação que contempla desde blockbusters a filmes autorais e independentes, diversificando as opões de filmes na cidade. O Cine Marquise Ultravisão promove sessões a preços acessíveis, campanhas promocionais e sessões sociais, que integram uma proposta diferenciada para ampliar a presença do público nas salas de cinema.

As sessões gratuitas estão sendo realizadas como contrapartida pelos recursos recebidos, utilizados nas intervenções de modernização e adequação do espaço. Com a conclusão dos quatro objetivos, o espaço estará dotado de condições adequadas e modernas, tanto para o público como para a equipe de colaboradores do cinema.

“Por meio da contrapartida, podemos continuar o trabalho de formação de público para cinema atraindo crianças e adolescentes em sessões gratuitas”, pontua o diretor geral do Cine Marquise Ultravisão, Marcelo Jorge Leão de Lima, no projeto.

Lei Paulo Gustavo

A Lei Complementar 195, conhecida como Lei Paulo Gustavo (LPG), destinou recursos do superávit do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), com complementação de outras fontes de receita vinculadas ao Fundo Nacional de Cultura (FNC) para municípios e estados para aplicação em ações emergenciais que visem combater e minimizar os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre o setor cultural. A lei leva o nome do humorista Paulo Gustavo, que morreu em decorrência da doença, em 2021, aos 42 anos.

Mais de R$ 3 bilhões dos recursos da Lei Paulo Gustavo são provenientes das políticas voltadas para o audiovisual no país, especialmente da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – Condecine, cuja arrecadação é destinada para o Fundo Setorial do Audiovisual. São recursos que devem ser pagos, por exemplo, por cada ingresso de cinema e cada programa exibido. Por isso, a grande maioria dos recursos da Lei Paulo Gustavo foi investida neste setor da economia da cultura. – Fonte Secom/Secult – texto Carolina Barbosa

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