Avante Camaradas
*Roberto Tereziano
Há duas músicas Avante Camaradas, a mais famosa delas porem, é um dobrado dos mais tocados nas retretas, coretos e eventos cívico/militares e tem uma curiosa e pouco conhecida história. Ela se refere à Coluna Prestes e é do período do tenentismo quando havia o chamado acordo Café com Leite entre Minas e São Paulo. O tenentismo ocorreu entre os anos de 1924 e 1927.
Um acordo político entre os governos dos dois maiores estados brasileiros, Minas e São Paulo controlava para que a cada período eleitoral fosse eleito um presidente da republica de um dos dois estados, uma vez de Minas outra de São Paulo, houve tentativa de quebra do acordo e o movimento se organizou.
Tal movimento dos tenentes percorreu o Brasil combatendo tropas do governador de Minas Arthur Bernardes e o Presidente Washington Luiz, durante a primeira republica.
A Coluna era formada por rebelados do Rio Grande do Sul, liderada por Luiz Carlos Prestes, que se uniram a rebelados paulistas no estado do Paraná.
As reivindicações eram até nobres: Exigiam o voto secreto, reforma do ensino publico, obrigatoriedade do ensino primário e moralização da politica.
A coluna Prestes era também contra a exploração dos mais pobres. Quantas novidades!
O movimento ganhou adeptos em quase todas as regiões do país. Ao saber que a tropa passaria por Angical, cidade da Bahia uma das bandas musicais da cidade se preparou para receber os revolucionários, mas eles demoraram a chegar.
Então um dos músicos ficou escalado para avisar a chegada da coluna Prestes e acordar os demais músicos quando ela ocorresse.
Certa noite o alarme foi dado e os músicos correram com seus instrumentos para o coreto da cidade e começaram a tocar o dobrado do maestro Antônio Espirito Santo, dando boas vindas à tropa visitante com o referido dobrado, Avante Camaradas.
Os integrantes que chegaram a Angical ficaram tão agradecidos que adotaram a música que hoje e tocada nos mais diversos eventos cívico-militares.
Só muito depois é que a historia da canção veio à tona; A tropa que chegou à cidade não era a coluna Prestes mais sim o exercito que caçava Luiz Carlos Prestes. Seria como o exercito cantando Pra não dizer que não falei das Flores de Vandré.