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Caiapós e Congos de Poços de Caldas participam do reconhecimento dos Congados e Reinados como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais

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O Grupo de Caiapós do São José e integrantes dos ternos de congada representaram Poços de Caldas no evento – foto Associação de Ternos de Congos

A cultura tradicional de Poços de Caldas marcou presença na celebração pelo reconhecimento dos Congados e Reinados como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, no último sábado (3), na capital Belo Horizonte.  

O município foi representado pelo Grupo de Caiapós do São José, especialmente convidado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, e por membros dos ternos de Congos da cidade.    

A celebração pelo reconhecimento das expressões como Patrimônio Cultural do estado integrou o Primeiro Festival Cozinha das Afro mineiridades, realizado no Palácio da Liberdade. O evento reuniu cerca de 1500 representantes de mais de 30 ternos de congados e reinados de todas as regiões de Minas Gerais. A iniciativa é do Governo de Minas, por meio da Secult-MG e do Iepha-MG.     

A comitiva de Poços de Caldas contou com as presenças do secretário municipal de Cultura, Gustavo Dutra, da presidente da Associação dos Ternos de Congos e Caiapós de Poços de Caldas, Eduarda Carimbá, da coordenadora do Grupo de Caiapós do São José, Maria Lúcia Ramos, e da pedagoga da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Sônia Sanches.     

Irmanados aos congadeiros nas celebrações de São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, os caiapós de Poços de Caldas participaram deste dia histórico para Minas Gerais, fundamental para a salvaguarda, preservação e promoção das tradições populares, valorizando a herança cultural afro-mineira. O reconhecimento realça a tradição presente nas cidades, na religiosidade, na culinária e na vida dos mineiros.     

O reconhecimento como Patrimônio Cultural de Minas Gerais foi possível a partir de pesquisa e dossiê organizados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).  

O resultado é fruto de trabalho coletivo, apresentado e reconhecido por votação em reunião do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). O Conselho fez a deliberação do tema fundamental para a salvaguarda, preservação e promoção dessas tradições populares, acompanhada pela comunidade de congadeiros, com os cantos, tambores e indumentárias únicas.  

Após a votação, os congadeiros saíram em cortejo pela Praça da Liberdade até o Palácio da Liberdade, onde ergueram a bandeira de Nossa Senhora do Rosário.     

Tradição centenária na cidade de Poços de Caldas, os Ternos de Congos são a expressão máxima da Festa de São Benedito, realizada ao menos desde 1904, data do primeiro registro preservado que garante a sua execução, ainda na então Freguesia da Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas.  

Os tambores reverenciam a fé e a devoção do povo ao Santo Negro, marca do sincretismo tão característico da cultura mineira.  

Tradição e cultura  

Em Poços de Caldas, a tradição está ligada também aos Grupos de Caiapós, irmanados aos negros.  

Segundo a escritora Nilza Botelho Megale (2002, p. 145), “os dançadores usam saias compridas de capim, camisas cobertas de penas de galinha, pulseiras nos braços e artelhos, colares de contas e levam nas mãos: arcos, flechas e espadas de pau, que batem para marcar o ritmo. (…) Eles não cantam nem falam, apenas se comunicam por meio de gestos, pois os indígenas não compreendiam a língua portuguesa. (MEGALE, Nilza Botelho. Memórias Históricas de Poços de Caldas. 2ª Edição. Poços de Caldas: Sulminas, 2002, p. 145). 

 

 

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