Casa interditada no Monte Verde é invadida e depredada por usuários
Um sonho de uma vida inteira se transformando em um terrível pesadelo. É esta a sensação de uma família que foi obrigada a deixar a casa própria no dia 31 de dezembro de 2021, no bairro Monte Verde, zona leste de Poços de Caldas-MG, após o desabamento de um muro de arrimo de um condomínio vizinho ao imóvel. A casa foi interditada pela Defesa Civil e devido ao risco a família não pode mais voltar.
Passados 2 anos e 6 meses a família, que hoje paga aluguel de R$ 1.850,00 tem assistido de mãos atadas, o imóvel sendo invadido por usuários de drogas, que além de fazerem uso de entorpecentes nos cômodos da casa estão furtando equipamentos, fiação, móveis planejados, torneiras, portas, todo tipo de material que pode ser arrancado e trocado por drogas.
Desde fevereiro de 2022, a família vem lutando na Justiça para que todo dano material e reconstrução da casa sejam custeados pelos representantes legais do Condomínio Monte Verde, uma vez que o muro que desabou pertencia ao empreendimento.
De acordo com o advogado da família, após uma liminar na Justiça, ficou determinado que o Condomínio pagaria o aluguel para a família no valor de R$ 1.700,00 e daria início a obra de reparo da casa e tomaria medidas para conter o furto dos objetos e acesso de pessoas não autorizadas.
Porém, segundo a família o valor do aluguel pago pelo condomínio era de R$ 1.400,00, sendo o restante completado pela família com recursos próprios.
Porém de acordo com a auxiliar de educação infantil, Leila Aparecida de Camargo Silva, desde outubro do ano passado o condomínio parou de pagar o aluguel, e ela e o marido, Valmir Ferreira da Silva têm arcado com a locação integralmente.
A família precisou vender o carro e uma moto para arcar com uma despesa que não tinha, uma vez que a casa já estava quitada. “Temos vivido um pesadelo, que não parece ter fim. Quase todos os dias moradores vizinhos da nossa casa nos ligam informando sobre a entrada de usuários na nossa casa nos mais diferentes horários e muitas vezes saem carregando algum objeto ou material para trocar por droga. Todos os cômodos já foram depredados, cozinha, banheiro, os quartos dos meus filhos. Quando necessitamos ir até a nossa casa precisamos chamar a policia para que entre conosco, pois tememos pela nossa segurança e a própria polícia recomendou não entrar sozinho. É muito triste e difícil você ver que o seu lar, o quarto dos seus filhos tem sido profanado, servido de ponto para usuários de drogas se drogarem, um lugar onde lutamos com muito suor para conquistar e hoje está entregue,” desabafa a auxiliar de educação infantil.
A família chegou a morar na casa por 2 anos, antes da interdição. As fotos tiradas antes e recentemente mostram dois ambientes completamente diferentes e fica nítido que o local está sendo depredado a cada dia. Praticamente todo acabamento de primeira linha foi levado pelos usuários, portas arrancadas, box do banheiro, cozinha planejada entre outros.
Após o descumprimento das determinações por parte do Condomínio, em janeiro deste ano, a defesa da família ingressou com execução da decisão liminar, solicitando à Justiça a aplicação de multa e outras medidas para que as obrigações fossem cumpridas.
Em contato com a defesa do Condomínio, o advogado informou ao Poçoscom que os autos do processo são públicos e negou que o condomínio não está cumprindo com as obrigações e só falará sobre o processo apenas nos autos judiciais.
