Casarões antigos da região central são restaurados
Alguns casarões antigos do centro de Poços de Caldas estão sendo restaurados pelos próprios proprietários. As revitalizações, quase sempre com a utilização de cores vivas, deram novo aspecto e valorizaram ainda mais os imóveis, que chamam atenção de quem passa pelas edificações.
É o caso do prédio que abrigava a antiga Farmácia Central, na esquina das Ruas Assis e Rio de Janeiro, que pertenceu ao pai do jornalista Luis Nassif, Oscar Nassif, e também do casarão da família Ferro, localizado na esquina da Rua Pernambuco com a Mato Grosso. O imóvel de 1906 foi construído por um dos primeiros imigrantes italianos a chegar a Poços de Caldas, o delegado de imigração, Primo Ferro. De acordo com uma das bisnetas do Primo Ferro, Joana Frison Ferro, o casarão sempre foi habitado pela família Ferro. “ De geração em geração, mantendo ao máximo a originalidade do imóvel de 112 anos de existência. Sabemos o quanto o casarão representa não só para história da nossa família, bem como para a história da cidade, por isso o mantemos preservado,” disse Joana.
Os dois imóveis, assim como outros prédios, foram revitalizados depois que o CONDEPHACT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico de Poços de Caldas) concluiu um segundo inventário dos imóveis históricos do município, incluindo prédios que ainda não faziam parte do primeiro levantamento, realizado em 1988.
De acordo com o presidente do CONDEPHACT, Ralf Mataveli, nesta nova lista foram inventariados 96 imóveis. “O novo inventário foi realizado a partir da demolição do antigo Posto Rex, na Rua Junqueiras. Muitas pessoas comovidas nos procuraram para saber se o Conselho poderia fazer algo, mas, ao consultar o antigo inventário, descobriu-se que o imóvel não estava lista, o que motivou um novo levantamento”, disse Mataveli.
Inicialmente, foram listados 120 imóveis históricos, número que acabou diminuindo durante o processo, já que alguns foram demolidos e outros foram retirados por solicitação dos proprietários, que recorreram da classificação, restando 96 edificações. “Encontramos algumas falhas no primeiro inventário que, por exemplo, não listou nenhum imóvel da Rua Marechal Deodoro. Pelas fotos antigas, sabemos que a região tem uma grande importância na história de Poços, principalmente para o desenvolvimento do comércio. Muitos proprietários não entendem a importância do inventário, que não tira o direito de fazer alterações no imóvel, que pode ser ampliado e reformado, desde que não sejam modificadas as características do bem”, explica o presidente do conselho.
Atualmente, Poços de Caldas tem 22 bens tombados, 11 em processo de tombamento e 214 imóveis inventariados. Mataveli reforça a necessidade e a importância dos proprietários dos imóveis históricos aceitarem que as edificações sejam incluídas no inventário, pois é uma forma de preservar o patrimônio e a história de Poços. Além disso, os proprietários podem ser beneficiados, por exemplo, com descontos no IPTU que, dependendo da situação do imóvel, pode ser a partir de 25% do valor do imposto, chegando até mesmo à isenção, no caso de imóveis tombados.
excelente.
Muito importante preservar a história da cidade. Fico triste quando vejo algum imóvel antigo ser demolido. Admiro muito a cidade de Itajubá. Lá preservam as casas. Muito bom para explorar as ruas e ver como cuidam. Já em Poços o que se vê é abandono, depois demolição.