Caso Ana Lívia: Mãe e padrasto são indiciados também por tortura
O casal Letícia Lopes Fonseca, de 19 anos, e Christhopher Anthony Tavares Coelho, de 27 anos, acusado da morte da pequena Ana Lívia Lopes da Silva, de apenas 3 anos, também foi indiciado por tortura. A investigação da Polícia Civil concluiu que a menina vinha sendo agredida bem antes de sua morte.
De acordo com a delegada Maria Cecília Gomes Flora, que presidiu o inquérito, durante as investigações a equipe teve acesso aos dados dos celulares do casal e foi constatado que as imagens tinham sido apagadas, mas mesmo com algumas fotos embaçadas, foi possível identificar que a criança apresentava vários hematomas no rosto, com lesões provocadas em um intervalo de 24 a 96 horas.
“Havia várias fotografias que a suspeita encaminhava para o marido mostrando que a criança tinha lesões de dias anteriores. Mesmo com metade das fotos deletadas, conseguimos identificar que a menina tinha sido agredida e que os hematomas não se resumiam apenas ao dia em que ela morreu. Os dois foram indiciados pela tortura anterior, pois já existia um histórico de agressões”, revelou a delegada.
Ainda segundo Maria Cecília, a Justiça autorizou o envio dos aparelhos para tentar recuperar o conteúdo removido. De acordo com a delegada, pelas mensagens trocadas entre o casal, em nenhum momento a mãe, Letícia Lopes Fonseca, demonstrou algum indício de que estaria sendo ameaçada pelo marido. O conteúdo das conversas mostrava impaciência por parte da mãe pelo fato de Ana Lívia não estar indo para creche, justamente por causa dos hematomas.
“Conversamos com a coordenação da creche que contou que, em três situações, identificou que a criança havia sido agredida e, como a situação não se normalizou, o Conselho Tutelar foi acionado. Já o Conselho Tutelar informou que a família foi instruída e teria que comparecer ao CREAS, mas não chegou a ser atendida. A resposta do Conselho Tutelar foi anexada ao inquérito e encaminhada para a Justiça. Agora vamos aguardar pelo posicionamento do Ministério Público”, disse a delegada.
Maria Cecília revelou também que, pelas mensagens trocadas entre o casal, em momento algum ficou caracterizado que Letícia sofria ameaças de Christhopher. “Pelo contrário, as mensagens eram de carinho entre os dois e revelavam impaciência com a criança, pois ela estaria atrapalhando o casal, que se sentia preso e não podia fazer nada com Ana Lívia por perto. Pelas mensagens, Letícia tinha muito medo do marido ser preso e ficar sem a companhia dele”, informou a delegada.
O casal foi indiciado por homicídio com várias qualificadoras, entre elas feminicídio, motivo fútil e tortura.
Quanto à suspeita de abuso sexual, Christhopher negou o crime, mas o caso ainda está sendo apurado em uma outra investigação, pois havia prazo para a conclusão do inquérito sobre a morte da criança.
Ana Lívia morreu na madrugada do dia 15 de junho, após ser internada em estado grave na Santa Casa. Ela não resistiu aos ferimentos depois de ter sido brutalmente espancada pelo padrasto, Christhopher Anthony.
O casal foi preso no dia das agressões e chegou a ser transferido para o presídio de Andradas. Mas por questão de segurança, devido à repercussão do caso, os dois foram levados para a unidade prisional de Piumhi, no Sudoeste de Minas, a 266 km de Poços de Caldas.
Meu Deus, se estavam achando que Ana Livia estava atrapalhando os dois a sairem, por que não a deram a avó e aos bisavós?? Por que judiarem dela até matar?? A direção dessa creche está cheia de culpa, esperarem ela aparecer com sinais de três agressões para depois acionarem o conselho tutelar, e ainda sim a garota faltar varios dias de aulas e o conselho não ser acionado novamente, é muito estranho isso, ainda mais porque eles ja suspeitavam da violencia. Minha filha também estuda em creche publica e com três faltas consecutivas e sem justificativa, o conselho deve ser acionado. O lugar que mais se consegue identificar abusos e violência contra a criança são em escolas ou creches, porque quando não se detecta a violencia fisica, os professores e colegas conseguem algum sinal pelo psicológico da criança, e no caso da Ana Livia, ela não teve a sorte de poder contar com os professores e nem com a direção da creche, infelizmente. Muito triste.