Caso Ana Lívia: padrasto e mãe são condenados a 32 e 29 anos de prisão
Após 17 horas de julgamento, o casal acusado da morte da menina Ana Lívia Lopes da Silva foi condenado pelo júri popular que terminou na madrugada desta sexta-feira, 5, no Cenacon em Poços de Caldas.
O padrasto da criança Christhopher Anthony Tavares Coelho, de 27 anos, foi condenado a 32 anos, um mês e 20 dias de prisão no regime inicialmente fechado. A mãe, Leticia Lopes Fonseca, que não prestou socorro à filha foi condenada a 29 anos, dois meses e 23 dias de prisão no regime inicialmente fechado.
O casal foi acusado de homicídio quadruplamente qualificado com prática de tortura, tortura e meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e motivo fútil, uma vez que a menina foi espancada pelo padrasto pelo simples fato dela ter feito xixi na cama.
O júri presidido pelo Juiz da 2ª Vara Criminal e da Infância e Juventude, José Henrique Mallmann, teve início às 7h30 de quinta-feira. A acusação será feita pelas promotoras Luz Maria Romanelli Castro e Daniela Vieira de Almeida Trevisan.
Letícia foi defendida pelos advogados Karla Felisberto dos Reis, Fabiana de Cássia Almeida e Lucas Flausino. Já o padrasto foi defendido pelo defensor público Adhemar Della Torre.
Ao todo 15 testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas. Entre elas a delegada Maria Cecília Gomes Flora, que presidiu o inquérito na época da morte da criança e indiciou o casal por homicídio e crimes de maus tratos, uma vez que as agressões à vítima aconteceram dias antes da morte de Ana Lívia.
O crime
O crime ocorreu em junho de 2018. Durante as investigações a Polícia Civil apurou que a criança foi espancada pelo padrasto de manhã por ter feito xixi na cama. A mãe passou o dia com a criança e não prestou socorro.
Somente na parte da tarde que a irmã do acusado encontrou Ana Lívia desacordada, com dificuldades para respirar e com vários hematomas pelo corpo, a levou para o hospital.
Letícia foi presa na porta do hospital que ficava a 100 metros da casa dela e o padrasto foi encontrado em casa.
Mensagens recuperadas nos celulares dos acusados durante a investigação levaram a conclusão de que a menina era agredida pelo padrasto e a mãe não a defendia.