C’ERE UM RAGAZZO CHE COME ME AMAVA I BEATLES I ROLLING STONES
JOVENS TARDES DE DOMINGO…
Uma homenagem ao Travelling Band
Em 1966, Gianni Morandi famoso cantor italiano gravou a música com o titulo acima, para as gerações nascidas ao final da 2ª Grande Guerra mundial e década de 50, o nome e a letra da mesma eram marcantes e representavam já há algum tempo o pensamento dos jovens e adolescentes, no contestador anos 60. Afinal, quase todos amavam os Beatles e os Rolling Stones.
A partir do momento em que começaram a executar as primeiras músicas do novo ritmo, a quem deram o nome Rock and Roll, cantadas pelos negros americanos, Chuck Berry à frente com sua Maybelline, passando por Elvis Presley, considerado o Rei do Rock e sua troupe, acompanhados da versatilidade de Jerry Lee Lewis, chegando aos Beatles e Rolling Stones, o mundo nunca mais foi o mesmo. Tabus foram quebrados e costumes existentes radicalmente mudados, as novas gerações passaram cada vez mais a se identificar com seus ídolos, não só no gosto musical, mas no comportamento, modo de se vestir, corte dos cabelos, adotando como nunca acontecera nova forma de ser e agir.
Por aqui, Roberto Carlos e Cia., no rastro dos cantores internacionais, com versões e letras próprias, tornaram-se ícones musicais do novo estilo, levando à histeria fãs que não podendo curtir de perto os cantores e grupos internacionais lotavam seus shows realizados pelo país afora e apresentações na TV Record. Era o frenesi da chamada Jovem Guarda.
Com o sonho de atingir o mesmo sucesso, jovens por toda a parte criaram milhares de bandas, espelhando-se ao máximo nos conjuntos preferidos.
Como não poderia deixar de ser, em Poços de Caldas surgiram várias, porém, com o devido respeito às outras, foi o TRAVELLING BAND, quem conseguiu maior sucesso. Formado no final dos anos 60 por jovens que cantavam Beatles, Stones, Bee Gees, Creedence e demais sucessos, de forma ousada eles acreditaram no sonho. Era composta inicialmente por, João Batista Andrade, guitarra solo, Antonio Carlos Pinheiro Chagas (Tony) bateria, Maria Inêz Lobão, teclado, Badi Abrão, guitarra base, Adalberto Olivieri (Rato), falecido, trompete e Mauricio Borba, saxofone.
No embalo da juventude com som afinado e belas canções no repertório, passou a revelar aos aficcionados, com vários shows, uma gama de novos talentos musicais. No começo de 1971, por motivos pessoais, alguns acabaram deixando o grupo, sendo substituídos por novos membros e a banda sem perder o compasso encontrou sua formação definitiva, com apenas uma ultima alteração, no ano de 1973.
Luiz Alberto Bertozzi (Chinelo), vocal e contrabaixo, William Paulo Macedo, Guitarra solo, Badi Abrão, guitarra base, substituído por Lorinho, Adalberto Olivieri (Rato), trompete, Mauricio Borba, saxofone, Luiz D’Ângelo (Porrete) bateria e Sérgio Chiachio teclado, continuaram de forma harmoniosa, competente, com eficiência e qualidade musical a preencher todos os espaços que surgiam à sua frente. Com novos equipamentos, vestimentas, maior estrutura de apoio, ônibus próprio para transporte, em ritmo quase profissional conquistaram platéias, não só aqui e região, mas praticamente em todo interior de São Paulo, com eventos grandiosos, lotando bailes, casas de shows, clubes, vencendo festivais regionais, chegando ao ápice com apresentações nas TVs, Tupi e Excelsior em São Paulo e Itacolomi em Belo Horizonte.
Para que pudesse levantar parte da história do conjunto, conversei recentemente com um dos ex-integrantes do grupo, Luiz Alberto Bertozzi e presenciei com que satisfação o mesmo lembrou-se de tantas passagens vividas nos anos de glória, da ansiedade que antecediam os shows, da angustia pelo tardar das palmas, contrapondo-se ao prazer dos aplausos, gerados pelo reconhecimento do publico após uma grande noitada. No dia 28 de novembro de 1978, no Ginásio Ronaldo Junqueira na Associação Atlética Caldense, após praticamente dez anos ininterruptos de apresentações, para tristeza dos fãs e componentes do grupo, a fase dourada e romântica daqueles que amavam os Beatles o os Rolling Stones, chegou ao fim, o Conjunto Traveling Band, fez sua ultima apresentação.
Como me disse certo dia o amigo, jornalista e historiador Roberto Tereziano, precisaríamos ter aqui em Poços uma “Calçada da Fama”, onde personagens ligadas à música, esportes, cultura e lazer, que se destacassem em suas especialidades pudessem ter seus nomes ali imortalizados, após escolha com critério e limites, tipo máximo três por ano, evitando banalizar a honraria, permitindo aos que passassem por ela, tomarem conhecimento ou lembrarem no presente e futuro, aqueles que ajudaram a construir a rica história do nosso povo.
Certamente os componentes da Travelling Band, estariam entre eles
Archive for 14 de abril de 2010
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Nilton Gomes Junqueira