Cigarro e tabaco apreendidos em fábrica clandestina são levados para o depósito da Receita Federal em Poços
Um comboio de 14 carretas chamou atenção dos motoristas que passavam pela Avenida João Pinheiro, na tarde desta quarta-feira, 10, nas proximidades do depósito da Receita Federal, na Vila Rica em Poços de Caldas-MG. Os veículos transportavam 50 toneladas de tabaco in natural e 1.500.000 maços de cigarros apreendidos em uma fábrica clandestina em São Sebastião do Paraíso-MG.
A mercadoria apreendida foi transportada em carretas, que precisaram estacionar na pista da de esquerda na João Pinheiro, para acessar o depósito e fazer o descarregamento. Agentes de Trânsito do Demutran auxiliaram na escolta e no controle do fluxo de veículos. Um forte esquema de segurança foi montado durante o descarregamento.
A apreensão faz parte da Operação Uncover deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 9, em São Sebastião e em Guaíra no Paraná-PR.
A ação tinha como objetivo de reprimir a prática dos crimes de redução à condição análoga à escravos, contrabando e crime contra as relações de consumo.
A ação mobilizou o efetivo de cerca de 50 policiais federais, além de servidores da Receita Federal, no cumprimento de mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra. No total, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nos estados de Minas Gerais e Paraná, além de ordem de sequestro de bens no valor de R$ 68 milhões.
Segundo as investigações, o grupo criminoso arregimentava cidadãos paraguaios através de contatos no país vizinho, e trazia os trabalhadores ao Brasil para laborar em uma fábrica clandestina de cigarros situada no município de São Sebastião do Paraíso/MG.
As diligências apontaram que paraguaios adentravam em território nacional por via terrestre através da fronteira do Paraguai com o Paraná e eram conduzidos por integrantes do grupo até o local onde funcionava a operação. Durante todo o período de produção, os trabalhadores permaneciam restritos às dependências da fábrica e sem comunicação com o exterior, além de dormir em alojamentos precários.
Estima-se que a capacidade de produção da planta industrial seja de cerca de 250 mil maços de cigarro por dia. Na ação, foram apreendidos o maquinário da linha de produção, caminhões utilizados no transporte das mercadorias, 50 toneladas de tabaco in natura, insumos variados e mais de 1.500.000 maços de cigarros embalados para venda.
Na residência do principal investigado foram apreendidos veículos e R$ 59.6 mil em espécie.
As embalagens encontradas no galpão da fábrica ostentavam logotipos “Eight”, “Palermo”, “R7” e “San Marino”, de modo que eram falsificadas marcas tradicionalmente vendidas no Paraguai, e cuja importação é proibida por lei.
A comercialização desse tipo de produto, além de gerar elevado prejuízo aos cofres da União e dos Estados, na medida em que não há recolhimento dos tributos devidos, acarreta risco à saúde pública, posto que a fabricação ocorre sem a licença dos órgãos de controle e sem fiscalização quanto ao atendimento de padrões mínimos de qualidade. – Fonte Ascom Polícia Federal