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Conselheira da Câmara de Cultura Popular de Poços de Caldas vence Prêmio do Iphan

A presidente da Associação Afro Ancestral de Poços de Caldas e conselheira da Câmara Setorial de Cultura Popular do Conselho Municipal de Política Cultural, Ana Maria de Paula Cruz, foi uma das vencedoras do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, de caráter nacional, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan.

Realizado pelo Iphan desde 1987, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade é um mecanismo de fomento às ações de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural brasileiro que, em razão da sua originalidade, relevância e caráter exemplar, mereçam registro, divulgação e reconhecimento público.

Em 2023, o Prêmio teve como mote “20 anos da Lei n.º 10.639/2003: Educação, Democracia e Igualdade Racial”. Com inspiração na referida legislação, que incluiu no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, foram premiadas 15 ações de excelência no campo do Patrimônio Cultural brasileiro realizadas entre os anos de 2019 e 2022, por meio de uma abordagem transversal de temas da educação, da democracia e da igualdade racial.

A 36ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade recebeu um total de 374 inscrições, das quais 286 propostas foram habilitadas para a etapa estadual. Após reuniões das 27 Comissões Estaduais, 121 ações foram classificadas para a etapa nacional, cuja Comissão Técnica indicou, dentre essas, as 30 finalistas. Na última fase de avaliação do concurso, foram então selecionadas 15 ações vencedoras, contempladas com a premiação de R$ 25 mil cada.

Ana Maria de Paula Cruz, que esteve em Brasília na solenidade de premiação e encerramento do prêmio, venceu com a iniciativa “Acervo Plataforma projeto Curas”. A plataforma digital arquiva narrativas, memórias, práticas e bens imateriais das culturas tradicionais sul-mineiras de matrizes africanas e indígenas. O objetivo é assegurar a transmissão dos saberes de geração em geração para as comunidades tradicionais, detentores culturais, a população negra e, de uma forma geral, toda a população do sul e do estado Minas Gerais de maneira mais ampla.

“Ser convidada para participar do encerramento desse edital do IPHAN em Brasília para mim, enquanto mãe de santo, mulher preta, zeladora, conselheira e agente cultural, é de uma importância enorme. Minas foi o Estado que mais teve aprovações e estávamos em uma mesa com quatro pessoas mineiras que também foram premiadas”, destacou Ana Maria.

“O projeto Curas vem nessa crescente de reconhecimento, as pessoas se identificam com a plataforma. Esse curar é no dia a dia, o projeto é só uma forma de a gente materializar o que é imaterial, que é a fé, que é a cura espiritual. É muito gratificante ser a zeladora desse projeto. Espero que o Curas alcance cada vez mais pessoas, que mais pessoas se identifiquem com a nossa história e que todos entendam que o projeto é que uma plataforma de fé, de amor e, principalmente, de esperança”, completou.

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