Dívida com a Santa Casa Paulista é de R$ 12,4 milhões, afirma ex-secretário de Saúde 

O ex-secretário de Saúde de Poços de Caldas-MG, Thiago Mariano convocou uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 21, para falar sobre o rompimento do convênio com a Santa Casa de Salto de Pirapora-SP. De acordo com o Mariano, a dívida da Prefeitura com a Santa Casa Paulista é de R$ 12 milhões. 

A coletiva reuniu os principais veículos de comunicação da cidade, na sede do Clube dos Empresários, no edifício Manhattan. 

O ex-secretário falou por quase duas horas fazendo um balanço da gestão dele à frente da Saúde e ainda um desabafo em tom de decepção por ter ficado fora da atual administração. 

Sobre o convênio com a Santa Casa Paulista, o ex-secretário de Saúde disse que o rompimento do contrato foi precipitado, uma vez que o contrato venceria em junho deste ano e depois poderia ser renovado ou não ou poderia fazer um convênio com a Santa Casa de Poços como foi feito. “A Administração tem o direito de fazer o convênio com qualquer instituição que tenha interesse, mas poderia esperar um pouco mais para interromper o contrato e fazer outro emergencial no mesmo modelo do que estava vigente e no mesmo valor de R$ 5.920.000,00 por mês”, criticou. 

A questão financeira, que poderia causar um colapso na saúde seria sanada a partir do momento em que a dívida fosse paga no decorrer dos próximos meses, como vinha acontecendo na gestão dele. “Existia dívida sim, mas era corriqueira, uma coisa normal no decorrer do contrato. Somente o pagamento dos funcionários é que tinha uma data certa e não poderia ter atraso que era o quinto dia do mês. O resto íamos conversando e à medida que fossem feitos os empenhos, tendo dinheiro era feito o pagamento,” explicou o ex-secretário. 

Dívida 

O ex-secretário de saúde enfatizou ainda que até o dia 31 de dezembro a dívida da Prefeitura com a Santa Casa Paulista era de R$ 12.434.836,75, que não foram empenhados por questão de orçamento e que não haveria tempo hábil para emprenho. 

Porém ele solicitou ao secretário de Fazenda, que pelo menos fizesse o empenho referente ao pagamento dos funcionários no valor total de 979.409.81. “Com o encerramento do ano não tinha orçamento, e nem tempo para mandar projeto para Câmara para ajustar o orçamento com as emendas parlamentares que o município recebeu destinadas para a Saúde. Por isso nem todos os serviços foram empenhados, porém existe a dívida, uma vez que o serviço foi executado e serviço executado tem que ser pago”, explicou novamente Mariano. 

Sobre a dívida com a Prefeitura, em nota a Secretaria Municipal de Comunicação Social informou que tudo que foi empenhado foi pago. Agora a Prefeitura vai iniciar a análise da prestação de contas de dezembro de 2024. 

Desabafo 

Ainda durante a coletiva o ex-secretário se demonstrou bastante decepcionado com o prefeito Paulo Ney pelo fato de ter ficado fora da atual administração. Mariano fez um desabado e disse ter sido traído, pois se dedicou enquanto secretário de Saúde, como um dos articuladores da campanha eleitoral e como apoiador. “Eu fui traído. Eu trabalhei em três frentes da campanha. Uma como secretário de Saúde, que foi um ponto muito forte e positivo da administração passada. Uma como dirigente de partido como presidente do PSD, eu me sentia como da coordenação, pois estava abaixo somete do Celso Donato e ainda como apoiador. Até o dia 6 de outubro mantinha contato com o então candidato. Por duas vezes perguntei sobre a secretaria de Saúde e o Paulo Ney disse que não mudaria nada. Depois do dia 6 de outubro não conversamos mais, ele não respondia minhas mensagens e fui saber oficialmente que não faria parte da atual administração às sete horas da noite do dia 31 de dezembro, quando liguei para o Paulo. Não tenho nada contra a equipe escolhida, mas nunca passou pela minha cabeça que ficaria de fora”, desabafou.