Empresa Australiana investe R$ 1,35 bilhão e projeto de terras raras em Poços de Caldas
Foi assinado na manhã desta quinta-feira, 29, o protocolo de investimentos entre o Governo de Minas e a empresa australiana Viridis Mineração e Minerais para a instalação de um projeto, em Poços de Caldas, no Sul do estado.
O projeto vai gerar cerca de 120 empregos permanentes.
A assinatura do protocolo contou com a presença do Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o vice-embaixador da Austrália no Brasil, Grant Morisson, o prefeito Sérgio Azevedo, secretários municipais, vereadores, diretores da Viridis Mining &Minerals e autoridades civis.
O Projeto Colossus terá como objetivo desenvolver a mineração de terras raras e elementos na região, local que, em resultados iniciais, tem indicado grandes volumes de recursos e teores de elementos de terras raras (ETRs) mais elevados do mundo.
Para isso, serão investidos R$ 1,35 bi pela empresa.
Os minerais de terrar raras são, hoje, essenciais para a fabricação de peças e equipamentos de alta tecnologia usados nas indústrias eletroeletrônica, aeroespacial e de
geração de energia renovável.
O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local, o que agrega valor ao produto e ainda potencializa a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos recursos para serem aplicados em melhorias e serviços para os mineiros.
A previsão é que a planta – com 70 licenças em uma área de 15 mil hectares – inicie a operação entre 36 e 48 meses.
Estratégico
As pesquisas em Poços de Caldas seguem sendo realizadas, mas os primeiros resultados são bastante animadores, conforme análise de momento dos investidores.
A Invest Minas, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Estado
de Desenvolvimento Econômico (Sede), sinaliza que, atualmente, a China é a detentora de 90% do mercado de terras raras.
Com o investimento da empresa atraído para Minas Gerais, há potencial para impactar a oferta mundial desses elementos, fortalecendo e inserindo de vez o estado – e o país – em mais um mercado estratégico.
O que são terras raras?
Gadolínio, Neodímio, Európio, Ítrio, Térbio, Lantânio e Disprósio. Os nomes são pouco conhecidos, mas todos eles já fazem parte da vida de boa parte da população mundial,
pois estão em componentes dos nossos telefones celulares. Eles fazem parte de um grupo de elementos chamados como “terras raras”, que possuem propriedades
semelhantes entre si e ocorrem mais frequentemente em áreas próximas a vulcões extintos, como Poços de Caldas.
A dificuldade está na extração desses elementos, pois eles ocorrem misturados a vários outros minérios e a separação é feita por meio de processos complexos. Portanto, quanto maior o teor encontrado, mais viável se torna a sua extração.
Além dos celulares, esses elementos são utilizados em componentes de aviões, telas de LCD, placas solares, turbinas eólicas, dispositivos de raio-X, discos rígidos de
computadores, carros elétricos, dispositivos a laser e até para separação de elementos do
petróleo.