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Entrevista: De suplente de vereador a prefeito

Para quem teve apenas 1 mês como experiência no meio político como suplente de vereador pelo PMDB em 2009 com 1.572 votos na época o prefeito eleito, Sérgio Azevedo, teve uma grande ascensão política quando obteve quase 38 mil votos nas eleições municipais de 2016.

Antes de ser eleito prefeito, Sérgio foi suplente de vereador em 2009
Antes de ser eleito prefeito, Sérgio foi suplente de vereador em 2009

Na ocasião Sérgio substituiu o então vereador Waldemar Lemes Filho e neste período uma das ações foi sugerir a contratação de seguro para os veículos da prefeitura. Depois desta experiência o engenheiro de carreira na Secretaria de Obras se filiou ao PSDB e já sinalizava o desejo de um dia disputar a prefeitura de Poços de Caldas. Possibilidade esta que começou a se tornar realidade no final de 2014 quando as conversas tomavam rumo nas reuniões do grupo visando o pleito eleitoral. No início de 2015 o nome de Sérgio já era apontado como o principal candidato pelo PSDB, que apresentou um nome novo, não muito conhecido por toda população e que talvez significasse uma mudança, assim como foi com o atual prefeito Eloísio do Carmo Lourenço em 2012. “Quando eu vim pra Poços há 27 anos jamais passava pela minha cabeça em ser prefeito, mas há 1 ano a gente já planejava a candidatura, entendia ser uma candidatura viável e principalmente porque vinha de encontro com o desejo da população que queria menos política e neste ano esta sinalização por mudança na política ficou ainda mais forte”, revelou o prefeito eleito.

A estratégia surtira efeito e hoje faltando 2 dias para o 1º de janeiro, Sérgio tomará posse como o novo prefeito de Poços de Caldas. Durante a semana que antecede a Sessão de Posse, o Poçoscom.com conversou com Sérgio sobre a expectativa para este momento. A entrevista foi concedida na terça-feira, instantes antes de mais uma reunião para definir os nomes dos secretários que ainda restavam, definição esta que foi divulgada na tarde desta quinta-feira.

Assim que for empossado uma das principais medidas de Sérgio à frente da prefeitura será fazer uma mini reforma administrativa, logo nos primeiros dias a meta é que os secretários apresentem uma redução de custeios e redução de cargos em cada pasta, excluindo cargos que não são necessários de acordo com o organograma. “Precisamos fazer esta adequação para que seja real. Se a pessoa foi nomeada para determinado cargo ela tem que exercer a função do mesmo e não desempenhar outra função”, destacou Sérgio.

A crise econômica é uma das preocupações do futuro prefeito que preferiu não adiantar como estão as contas da prefeitura pois espera fechar o ano para realmente saber como estão as finanças. Mas o que realmente preocupa é o déficit mensal. “O que não muda é o quadro do futuro. A minha grande preocupação na é se vai ficar uma dívida. Minha grande preocupação é a dívida que fica todo mês que é o déficit mensal que a prefeitura tem e é muito alto da ordem de R$ 6 a R$ 7 milhões, porque mesmo que eu pegue a prefeitura zeradinha, no dia 31 de janeiro eu estou devendo R$ 7 milhões, e no dia 28 de fevereiro estou devendo R$ 14 milhões, isso inviabiliza tocar a prefeitura, alertou o futuro prefeito.

Ainda falando sobre a situação financeira Sérgio disse que vai pagar o piso para os professores, que foi uma das promessas de campanha, porém disse que isso vai acontecer ao longo dos 4 anos de mandato e não de imediato, mesmo com a aprovação da emenda no orçamento de 2017 que prevê recursos para o referido pagamento. Ele ainda criticou o fato dos atuais vereadores aprovarem tal emenda uma vez que os recursos são considerados virtuais. “O piso deveria ser pago durante o mandato e não agora fazendo política sobre isso. É promessa nossa de pagar e nós vamos cumprir. Não estou preocupado em fazer isso logo no primeiro ano. , temos 4 anos para isso. No nosso mandato vamos valorizar os professores e eles vão receber o que é devido a eles, mas só que para isso vamos organizar a prefeitura. Não é botando no orçamento, tirando R$ 5 ou R$ 6 milhões de reais do Trem Turístico que nem existe no momento é um recurso virtual e que muito me admira a Câmara ter aprovado uma situação desta, tirar o dinheiro virtual de uma coisa que não existe e cobrir virtualmente outra situação. Isso é a velha política que quer mostrar para população uma coisa que não é real. Nosso compromisso com os professores é real e vamos cumprir”, ressaltou.

Durante a entrevista Sérgio utilizou o termo velha política muitas vezes e destacou a importância de sua vitória e principalmente com a aliança com o vice-prefeito Flávio Faria (REDE) e ex-petista, e que na época da campanha foi vista como uma união polêmica, pois até seriam dois partidos adversários. União que resultou no afastamento de um dos principais aliados da candidatura de Sérgio, o ex-prefeito Sebastião Navarro, uma vez que Flávio quando oposição fazia duras críticas ao governo de Navarro, principalmente no caso do Instituto Sollus que lesou o município em R$ 7 milhões de reais.  Sérgio defendeu a união, justamente porque entendeu que os ideais dele e de Flávio para Poços eram parecidos. “A minha ideia quando convidei o professor Flávio foi justamente romper com esta divisão existente, ricos e pobres, pretos e brancos, eu e ele…nos e vocês, isso não existe. Acho que todo mundo tem que visar o mesmo lado que é o cidadão, o povo. A minha intenção e do Flávio é essa. Tanto é que quando fomos sentar para ver o plano de governo para fazer um plano de governo único, das 40 propostas apresentadas por Flávio 32 estavam no nosso plano também, além de outras 6 que aceitamos na hora. Então foi ai eu vimos que afinidade era muito grande porque o Flávio quer a mesma coisa que eu quero que é governar para o povo e nada de governar para o partido. Governar para quem votou em mim e quem não votou. É governar 100% para a população.

Antes de encerrar a entrevista não poderíamos deixar de lembrar o episódio que marcou o início da campanha quando Sérgio passou mal logo no primeiro debate entre os demais candidatos e não participou. Para Sérgio foi um momento muito difícil, mas que soube aproveitar e superar a situação. “Uma pessoa que não é política como eu, sente o desgaste de campanha, muito estresse, a ansiedade e acabei tendo um pico de estresse quando não deveria. Mas Deus faz tudo certo né? Aquilo ali foi o ponto de partida para eu crescer, foi ali que eu fui ganhando mais força ainda pra eu vim forte pra ganhar a eleição. Aquele episódio foi muito importante, primeiro para as pessoas verem que eu sou humano, que eu não sou político, que eu estava num ambiente que não era meu e que eu queria trazer a mudança. Em segundolugar, isso que veio me trazer mais força, acho que na crise que a gente consegue recuperar. Nas crises é que estão as oportunidades. Em vez de eu enxergar aquilo como uma coisa ruim, vi como uma coisa boa como uma oportunidade para eu me preparar melhor para que eu pudesse oferecer para a cidade uma candidatura robusta e foi o que aconteceu. Talvez se não tivesse acontecido aquele episódio o resultado nas urnas seria outro”, finalizou o futuro prefeito.

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