Imagem de São Benedito é tombada como Patrimônio Cultural de Machado
Esta imagem de São Benedito é também conhecida em Machado, principalmente entre os congadeiros como São Benedito do Pau Oco, por ser de madeira e ter sua parte interna oca, onde os fiéis depositam pedidos de oração e agradecimentos por graças alcançadas.
A história desta imagem é o reflexo das congadas de Machado, resistente ao tempo, espaço e valor histórico e por isso agora faz parte do Patrimônio Cultural do município.
A imagem de madeira é considerada um Santo relíquia pelas centenas de congadeiros de Machado.
Ela apresenta características que remetem ao estilo Barroco, pela dinâmica formal, pelos movimentos das vestes e reentrâncias, configurando uma relação volumétrica bastante característica. Embora não tenhamos datação, é provável que tenha sido entalhada no final do século XIX, por causa de suas características estilísticas.
Historicamente, a imagem integrava o acervo sacro da antiga Capela de São Benedito, demolida em 1965. Depois dessa década, ela ficou guardada com a família do líder congadeiro e Rei Perpétuo Joaquim Santana, que a utilizava, inclusive, em rituais de benzeção. Com o falecimento de Joaquim Santana, em 1984, ela foi deixada no Cruzeiro do Cemitério da Saudade, em Machado, sendo resgatada e ficando sobre os cuidados da popular coveira Maria do Cemitério.
Pelo seu valor histórico, a imagem foi localizada por professores e levada para a Casa da Cultura de Machado, sendo restaurada e compondo o acervo municipal até os dias atuais.
Anualmente a Associação dos Congadeiros expõe a imagem na Tenda do Congo montada durante as festividades na Praça de São Benedito, nessa ocasião, os devotos e congadeiros em geral reverenciam a imagem em adoração, durante os 12 dias da Celebração religiosa.
Ressalta-se que para além do seu valor simbólico, afetivo e religioso, a imagem possui alta qualidade técnica no panejamento, com ricos detalhes de entalhe na madeira e cuidadoso trabalho de pintura e douramento.
O que também justifica seu tombamento com patrimônio cultural por seu valor histórico, simbólico, artístico, estético, afetivo e de religiosidade.
– Fonte e texto: João Alexandre Moura – Secretário Municipal de Cultura de Machado