Incêndio no Complexo Santa Cruz e Recanto Japonês foi vandalismo, diz Polícia
Depois de quase 6 meses de investigação a Polícia Civil de Poços de Caldas chegou aos responsáveis pelos incêndios em parte do Complexo Santa Cruz e ao que destruiu a Casa do Chá no Recanto Japonês no ano passado.
Ao todo 25 policiais civis participaram da força tarefa realizada às 06h da manhã desta quinta-feira, 26, e que resultou no cumprimento de 6 mandados de prisão e apreensão dos suspeitos. A operação foi batizada de Kasai, que em japonês significa fogo.
De início foram presos 3 maiores e apreendidos 3 menores com idades entre 16 e 17 anos, todos de classe média. Os policiais estiveram nas casas dos suspeitos no Jardim dos Estados, Santa Maria, Santa Augusta e no São José. Depois de ouvir os depoimentos, um dos adultos foi liberado, pois foi descartada a participação dele nos crimes. Os outros dois, Jonas Aparecido Alves e Petryn da Silva, ambos de 18 anos, tiveram a prisão preventiva decretada e continuam presos até a próxima segunda-feira, 30, quando o delegado, delegado Fabio Ribeiro Faria Ferreira, deve concluir o inquérito.
De acordo com o delegado, de início quando a Polícia Civil começou apurar o crime, a linha de investigação partia para a possibilidade do incêndio no Complexo Santa Cruz, ocorrido na noite de domingo do dia 17 de julho tivesse conotação política por conta do período eleitoral, porém com o segundo incêndio na Casa do Chá no Recanto Japonês, ocorrido no dia 28 de agosto, as investigações se voltaram para a possibilidade de vandalismo mesmo, por conta dos indícios encontrados no local do crime.
Durante a operação Kasai, os investigadores apreenderam computadores e celulares nas casas dos suspeitos. Os investigadores encontraram em um dos celulares, um vídeo gravados por um dos suspeitos reforça a participação deles no incêndio no Complexo Santa Cruz. O vídeo gravado pelos suspeitos mostra o momento em que o fogo foi ateado e em seguida os suspeitos andam pelas dependências do complexo.
Em uma das casas também foi apreendida uma garrucha que pertencia ao pai de um dos suspeitos que acabou sendo preso em flagrante por porte ilegal de arma.
Já na Delegacia, um dos suspeitos, Jonas Alves, falou com a imprensa e negou a participação no incêndio do Complexo Santa Cruz. “ Quem colocou fogo foi um amigo meu, que hoje já não considero mais como amigo. Eu apenas fiquei vendo”, justificou o suspeito. Apesar de ter negado a participação, Jonas não procurou a polícia para denunciar o crime.
Para o padrasto de Jonas, Lourival Alves Pizza, a prisão do enteado foi uma surpresa para a família. “ Ele é um menino bom, não entendo o que aconteceu. Ele fica em casa ouvindo musica jogando vídeo-game. Acho que foi a má influência dos amigos que levaram ele fazer o que fez”, lamentou o padrasto de Jonas, ainda abatido com a prisão.
Ainda segundo o delegado, apenas um dos envolvidos teria passagem pela Polícia, justamente por atear fogo em um imóvel quando tinha 14 anos. As investigações continuam e com base no depoimento dos envolvidos, a Polícia Civil vai tentar identificar outros 3 suspeitos. Os envolvidos na operação desta quinta-feira, ainda são suspeitos de pichações na Capela do Complexo e ainda de terem ateado fogo em um sofá no Parque Municipal.
Os menores foram ouvidos e liberados, Mas terão de responder junto a Justiça da Infância e Juventude. Já os dois maiores serão indiciados por dano qualificado com emprego de produto inflamável, no caso do Recanto Japonês, porém ainda é preciso calcular o prejuízo causado, uma vez que o material utilizado na Casa do Chá veio diretamente do Japão. E ainda por crime de incêndio em prédio público, no caso do Complexo Santa Cruz.
Esse tipo de notícia é de entristecer, arrasa com a gente. Em sã consciência, que mente poderia simplesmente pensar em destruir um patrimônio turístico, uma verdadeira obra de arte da própria cidade. Deveria ser admirado, preservado, divulgado, mostrado ao mundo pois trata-se da riqueza arquitetônica e cultural da cidade. Infelizmente as leis são muito brandas: isso deveria ser classificado como ato terrorista! Não sou natural de Poços: adotei a cidade como minha preferida. Tenho ali amigos que já considero como da família e fico muito triste por eles também. Sempre acompanho os noticiários da cidade pela mídia e fico maravilhado com as várias atividades culturais, esportivas, sociais de Poços de Caldas e isso é o tipo de coisa que jamais gostaria de ver. Torço aqui para que seja restaurado logo e volte a funcionar espetacularmente assim como era!
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