Justiça autoriza A Expresso Gardênia vender linhas intermunicipais
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais autorizou a Viação Expresso Gardênia vender parte das linhas intermunicipais. A medida atende à solicitação da empresa, que está em recuperação judicial desde 2020 e a venda de linhas seria uma forma de escapar da falência e também uma forma de pagar os credores, entre eles os funcionários demitidos.
Pelo menos duas empresas, que já operam em Minas Gerais manifestaram interesse em assumir as linhas.
Com a autorização, as linhas de Belo Horizonte para Poços de Caldas, São Sebastião do Paraíso, Passos e Cássia devem ser transferidas para a empresa Max Tour Fretamentos e Turismo.
Outras 13 linhas no Sul de Minas, entre elas Pouso Alegre para São Lourenço, Pouso Alegre para Poços de Caldas, Lavras a Varginha, devem ser operadas pela SC Minas Transportes, a antiga Santa Cruz.
Pela decisão serão incluídos no processo de recuperação judicial os credores de processos trabalhistas ou por acidentes de trabalho, os credores que têm garantia real e quirografários, além de micro e pequenas empresas, as quais a viação tem débitos.
O documento assinado pela juíza de Direito Cláudia Helena Batista também menciona que a alienação do direito de exploração corresponde somente 4% do ativo total da empresa.
Linhas suspensas e demissões
A viação que atende 107 municípios no Sul de Minas teve 34 contratos suspensos depois que fiscalizações da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), apontaram irregularidades nos veículos, principalmente no quesito segurança, e alguns deles foram retirados de circulação.
Sem ter como manter a prestação de serviço, a empresa chegou a demitir 200 funcionários, inclusive na unidade de Poços de Caldas.
Entre demissões e manifestações de funcionários, a viação estimou um prejuízo de R$ 4,5 milhões — valor que poderia aumentar para R$ 6 milhões, caso as linhas não fossem retomadas.