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Necropsia revela que farmacêutica foi morta por asfixia ainda na manhã de sexta-feira 

De acordo com a delegada Maria Cecília Gomes Flora, a necropsia apontou que a morte da farmacêutica ocorreu na manhã de sexta-feira – foto arquivo

A farmacêutica Lilian Marzullo, de 44 anos encontrada morta na manhã de sábado, 23, no apartamento em que morava com o marido e os filhos de 5 e 10 anos, foi morta por asfixia, apontou o exame de necropsia, revela a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Maria Cecília Gomes Flora. 

De acordo com a delegada o exame realizado ainda no sábado, revelou ainda que a vítima encontrada morta sobre a cama apresentava sinais de rigidez cadavérica, indicando que a morte teria ocorrido a 24 horas, ou seja, ainda na manhã de sexta-feira, 22. 

O principal suspeito é o marido da vítima, o corretor de seguros, Warlei Elias de Assis de 48 anos, que tirou a própria vida.  

O caso veio à tona depois que o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender uma possível vítima de suicídio em um prédio na Rua Rio Grande do Sul, no Jardim Bela Vista. Os filhos do casal tinham sido tirados do imóvel pelo irmão de Warlei, horas antes da queda. 

Após 4 horas de negociação, o corretor de seguros acabou se jogando do terceiro andar do apartamento. De acordo com o boletim de ocorrência Warlei tinha ligado para a família, que mora em Belo Horizonte, dizendo que iria se matar pois havia descoberto uma traição da esposa. 

Porém na manhã de sábado, após uma integrante do Corpo de Bombeiros entrar no imóvel encontrou a farmacêutica já sem vida. Não havia sinais de luta ou arrombamento no apartamento. 

Poços registra 126 casos de violência doméstica contra a mulher por mês

De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais até outubro deste ano foram registrados 1.266 casos de violência familiar e doméstica contra a mulher em Poços de Caldas, ou seja 126,6 casos por mês.  

No ano passado foram 1.404 casos de violência no mesmo período, ou seja, 140 casos por mês, porém os 12 meses de 2023 totalizaram 1.683 casos de violência doméstica contra a mulher em Poços de Caldas. 

Ainda em 2023 foram dois casos de feminicídio na cidade, com a morte da farmacêutica neste fim de semana, também são dois casos de feminicídio. 

No caso da farmacêutica, a titular da DEAM revela que não havia nenhum histórico de ocorrência, solicitação de medida protetiva e atendimento junto à Delegacia Especializada. “É importante destacar que hoje, 25 de novembro é o Dia Internacional Para Eliminação de Violência contra a Mulher, e que estatisticamente, a grande maioria das vítimas de feminicídios não havia procurado ajuda, a maioria não possui medida protetiva e em muitos casos não chegaram nem a reportar os fatos ou agressões anteriores à polícia. A violência dentro destes relacionamentos é gradativa e geralmente começa com alguns abusos de natureza psicológica até culminar em agressões físicas e até mesmo feminicídio. No caso deste sábado, a vítima não era acompanhada pela DEAM e não havia registro de solicitação de medida protetiva pretéritas e nem registro de violência doméstica. É importante reforçar que as mulheres que se encontram nesta situação devem procurar ajuda aos primeiros sinais de violência, seja ela de ordem psicológica, moral ou física, “destacou a delegada responsável pela DEAM.    

A delegada ressaltou ainda que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias dos fatos, que a princípio são tratados como feminicídio seguido de suicídio. 

Responsabilização 

Em agosto deste ano, o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAOVD) do Ministério Público de Minas Gerais divulgou a pesquisa “Cenário de Feminicídios em MG: um estudo sobre as mortes violentas de mulheres entre os anos de 2021 e 2023”.  

Entre os dados revelados, estão a existência de processos judiciais em 72% dos feminicídios consumados registrados no estado neste período e a prisão de 44% dos autores em flagrante delito.   

Realizado a partir da análise 497 casos consumados de feminicídios, o estudo informa, ainda, que 94% dos assassinatos de mulheres levados a júri resultaram na condenação dos acusados.   

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