Pode levar 300 anos até todas as árvores da floresta amazônica serem descobertas pelos cientistas
São tantas espécies crescendo no mesmo ambiente, que os cientistas acreditam que levará mais de 300 anos para que sejam todas catalogadas.
Os pesquisadores fizeram esta previsão com base em quase meio milhão de espécimes que foram preservadas por museus entre 1707 e 2015.
Até então, a lista de diferentes espécies de árvores chega a 11,676. Baseado nisso, eles acreditam que cerca de 4.000 árvores raras da Amazônia não foram descobertas e catalogadas ainda.
O conservacionista Dr. Nigel Pitman, do Field Museum em Chicago, disse: “Desde 1900, entre 50 e 200 novas árvores são descobertas na Amazônia todos os anos.”
“Nossa análise sugere que ainda faremos descobertas na área por mais de três séculos”.
Em 2013, os cientistas imaginavam que havia cerca de 16.000 espécies arbóreas na Amazônia.
O novo estudo, publicado na revista Journal Scientific Reports acredita que esta estimativa é uma aproximação muito boa da realidade.
O estudo foi possível através da digitalização de dados do acervo do museu, que possibilita o compartilhamento online das informações sobre cada espécime para especialistas por todo o mundo.
“Este trabalho não poderia ter sido feito sem os esforços de digitalização”, disse o Dr. Pitman. “Todas as informações de que precisávamos estavam no mesmo lugar, então não precisamos passar por cada museu do mundo. Fomos capazes de utilizar dados não apenas do Field Museum, mas de outras coleções de museus de toda a parte.
A lista de espécimes ajudará aqueles que tentam preservar a floresta no futuro, dizem os cientistas.
O coautor, Dr. Hans ter Steege, do Naturalis Biodiversity Centre, em Leiden, Holanda, disse: “Estamos tentando fornecer às pessoas ferramentas para que elas possam trabalhar de maneira mais eficiente por esta causa. A lista de verificação dá aos cientistas um melhor senso do que realmente está crescendo na bacia amazônica, e isso ajuda os esforços de conservação.“
(Eraldo Peres/AP)