Polícia Civil apreende cerca de 300 toneladas de sabão em pó falsificado
Em mais uma ação de repressão aos crimes contra o consumidor, realizada nessa segunda-feira (14/2), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apreendeu cerca de 300 toneladas de sabão em pó falsificado nas cidades de Divinópolis e São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste mineiro.
A operação é um desdobramento das investigações que resultaram em outras duas grandes apreensões desse tipo de produto, aproximadamente 75 toneladas, ocorridas em Nova Serrana, também na região, nos meses de junho e agosto do último ano.
Na ação de ontem, a maior da história no país – informação confirmada pela empresa responsável pela marca alvo da fraude -, além das 300 toneladas de sabão em pó, foram arrecadados dois caminhões, seis carretas, três empilhadeiras, três betoneiras, três esteiras de produção, 13 balanças digitais, milhares de lacres e caixas de papelão falsificados para a embalagem do produto, dois aparelhos celulares, bem como diversos livros com anotações contábeis e de colaboradores.
Após acionamento, a Vigilância Sanitária e a Receita Estadual compareceram aos galpões para a realização dos trabalhos, sendo lavradas autuações por sonegação fiscal. A empresa responsável pela marca tomou conhecimento dos fatos e tem prestado o apoio técnico e logístico necessário.
Início das investigações
As investigações começaram em junho de 2021, a partir de uma denúncia anônima, na cidade de Nova Serrana. Na ocasião, policiais civis identificaram dois galpões onde era feito o armazenamento do material utilizado para a fabricação do sabão em pó falsificado. Naquela ação, cerca de 50 toneladas do produto foram apreendidas.
Posteriormente, uma segunda operação foi realizada, em agosto do mesmo ano, também no município, após monitoramento das equipes policiais, buscando identificar outros possíveis pontos de falsificação, o que resultou na arrecadação de mais 25 toneladas de sabão em pó. Houve, ainda, nessas ações, apreensão de documentos, empilhadeiras e material para selar as caixas contendo a marca do produto.
Cerca de quatro meses após a última apreensão, por intermédio da Agência de Inteligência Policial e da Delegacia de Polícia Civil em Itaúna, policiais receberam relatos de que haveria um galpão de armazenagem dos produtos falsificados na cidade. A partir das apurações realizadas, na madrugada de ontem (14/2), um caminhão foi interceptado enquanto descarregava sabão em pó no bairro Industrial, em Divinópolis.
Em prosseguimento, as equipes identificaram o imóvel utilizado para armazenar as embalagens falsificadas, e o responsável pelo galpão foi preso. No local, foram encontradas seis carretas carregadas com sabão. Em outros dois galpões, já na cidade de São Gonçalo do Pará, a PCMG localizou também toda a linha de envase da organização criminosa. As máquinas ainda estavam ligadas, contudo os trabalhadores já haviam saído do local.
Continuidade
Segundo os delegados responsáveis pela operação dessa segunda-feira, Weslley Castro e João Marcos, as investigações prosseguirão com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os coordenadores da organização criminosa, buscando rastrear e bloquear os lucros da operação ilícita, além de detectar eventuais redes de supermercados que promovam a receptação dos produtos para revendê-los à população. A estimativa é que a produção mensal girava em torno de 30 toneladas de sabão em pó.
“Trata-se da maior apreensão da história do Brasil, considerando o tipo de produto e a marca utilizada pelos falsificadores, a mais conhecida do país. Totalizando as três apreensões ocorridas desde o início das investigações, são mais de 375 toneladas de sabão em pó falsificado. Continuaremos a realizar novas ações com o intuito de identificar outros locais, bem como demais envolvidos nessa cadeia de falsificação, além de apurar novos crimes, incluindo dos comerciantes que compravam o produto para revenda”, explica Castro.
O investigado preso, de 27 anos, teve sua prisão ratificada pela prática dos crimes de falsificação de produto destinado a sanitização, organização criminosa e lavagem de dinheiro, sendo encaminhado ao sistema prisional. – fonte Polícia Civil