Projeto de restauração do Casarão do Conde Prates será mantido
Mais uma vez, o Casarão do Conde Prates mostra sua força e imponência, mesmo depois do incêndio que atingiu o prédio na madrugada da última segunda-feira (26). Após décadas de abandono, o Casarão não sucumbiu ao fogo e continua à espera da tão sonhada restauração. Nesta terça-feira (27), o proprietário do imóvel, o empresário Ronaldo Garcia, anunciou que manterá o projeto de restauro do Casarão e aguarda as aprovações necessárias por parte dos órgãos competentes para o início das obras, que ficarão a cargo da Macro Construtora.
Nesta semana, será realizada uma reunião com a participação da empresa, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Planejamento, Ministério Público e Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico (Condephact) para estabelecer o Plano de Ação Emergencial que será executado no prédio. Já as obras de restauro terão início assim que o projeto for aprovado.
O imóvel foi adquirido pelo empresário Ronaldo Garcia há dois anos que, desde então, vem trabalhando para viabilizar a restauração. Em acordo com o Ministério Público, foi realizada uma série de ações que visavam preservar o Casarão e evitar ocorrências no local. Entre as medidas tomadas antes do incêndio estão o desligamento da energia elétrica, o fechamento das portas e janelas, a colocação de cadeados nos portões e a retirada de materiais que poderiam proporcionar combustão no interior do imóvel, como madeira e papel.
Segundo o proprietário do imóvel todas as ações foram e continuam sendo executadas em consonância com os órgãos públicos envolvidos, como Prefeitura, Corpo de Bombeiros, Condephact, IEPHA e Ministério Público. Em março deste ano, a empresa responsável pelo projeto encaminhou, inclusive, ofício ao MP, detalhando as medidas de segurança adotadas para a preservação do Chalé.
O empresário reafirma seu compromisso com a preservação da memória de Poços de Caldas e com os anseios do povo poços-caldense e fará todas as adequações necessárias para dar prosseguimento ao projeto de restauro do Casarão do Conde Prates.
“Estamos consternados com o incêndio e aguardamos a apuração das causas pelas forças de segurança. O escritório do arquiteto Gustavo Penna, responsável pelo projeto de restauração, já foi contatado e não abriremos mão do nosso sonho de ver o Casarão do Conde Prates totalmente restaurado e aberto à visitação pública, colaborando para a construção de uma cidade mais humana e que respeita a própria história”, destaca Garcia.
O projeto
O projeto de restauração do Casarão do Conde Prates deu entrada junto à Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da Prefeitura no dia 19 de março de 2019 e inclui também a revitalização da Praça Paul Harris e a construção de um novo prédio anexo.
O arquiteto responsável pela ousada iniciativa é Gustavo Penna, da GPA&A, premiado profissional formado pela Escola de Arquitetura da UFMG, onde lecionou por três décadas. Reconhecido internacionalmente, já recebeu premiações em Chicago e Londres, por exemplo, e é membro do Conselho Curador da Fundação Oscar Niemeyer e da Fundação Dom Cabral e sócio-fundador da Academia de Escolas de Arquitetura e Urbanismo de Língua Portuguesa (AEAULP). Gustavo Penna é premiado, inclusive, por seu trabalho de preservação do patrimônio e respeito à memória arquitetônica, pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
O projeto que abrange a restauração do Casarão e a construção de um novo prédio anexo, no qual funcionará um hotel, tem como contrapartida a revitalização da Praça Paul Harris, por meio de uma Operação Urbana Consorciada, primeira iniciativa neste modelo a ser implantada em uma cidade do interior em todo o país. Hoje, a modalidade está presente apenas em grandes regiões metropolitanas.
O Casarão
Construção imponente na Rua Junqueiras, o Casarão foi construído em 1886, como casa de veraneio do Conde Eduardo Silva Prates. O imóvel foi tombado como patrimônio histórico pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico (Condephact) em junho de 2016. Já abrigou repartições públicas e há décadas espera pela sonhada restauração.