Recebendo compras. É hora de higienizar
*Roberto Tereziano
Higienizar as compras que chegaram do supermercado em período de pandemia é um novo período tenso para a dona de casa. Talvez se pareça com o tempo de TPM.
Se ela tiver a sorte de ter feito suas compras online em um dos estabelecimentos que cumpre o período de entrega à tensão é menor. Ela escolhe entre os horários disponíveis, exemplo, entre nove e onze da manhã e recebe a compra dentro do período preestabelecido. A preocupação é apenas de horas. Será que virá? Porém, se for a um estabelecimento que ainda não conseguiu dinamizar tal setor a tensão pela expectativa da entrega pode durar dias.
Começa com o preparo do “EPI” (equipamento de proteção individual) máscara facial, luvas para manipular a maquina de cartões, caneta própria, pois muitas vezes ela ainda tem que assinar para comprovar que recebeu a compra.
Como não é possível manter o distanciamento ideal, pois ela tem que pegar a máquina de cartões, tem que devolvê-lo, etc. E nem sempre o entregador está usando máscara principalmente, algumas donas de casa aumentam a proteção individual usando também lenço na cabeça e óculos. Conta uma delas que outro dia o entregador desprotegido até se assustou e perguntou se todo aquele “EPI” era medo.
Finalmente acionam a campainha. Ela já toda paramentada olha pela janela e confirma que as compras chegaram. Pega um galão de água sanitária para o tapete externo, um frasco de álcool em gel, chaves para destrancar o portão, destranca-o e se afasta. Depois avisa o entregador que pode colocar a mercadoria numa mesa que está do lado de dentro. Afasta-se espera que tudo seja descarregado. Se estiver uma única caixa de papelão a operação é rápida, mas do contrário, tudo leva oito ou dez minutos.
Em tempos normais o entregador de água, gás, ou de compras pode entrar e deixar a compra na copa ou na cozinha, o que não acontece nos dias de hoje.
Depois, é hora de pegar a máquina leitora de cartões etc. Finalmente, fecha o portão e começa a operação volta pra casa. Água sanitária no tapete para higienizar os calçados, ou troca-se deixando um para uso externo outro interno. É hora de levar os produtos para o quintal.
Entra em ação a operação álcool-gel, água sanitária e sabão. Expõe-se as notas fiscais e possíveis trocos ao sol. Passe-se álcool até no molho de chaves, detergente líquido no cartão de crédito. Como cédula de dinheiro é um excelente local para cultura de bactérias, uma dona de casa, de vez em quando passava álcool também no dinheiro. Hoje ela apenas deixa as notas por vários dias expostas ao sol.
Primeiro passa-se álcool tem todas as embalagens, abrindo-as em seguida e colocando os produtos em vidros ou outras vasilhas.
Passa-se água sanitária em determinados produtos, frutas e legumes são mergulhados em água diluída com cloro ou sabão. Até parece loucura, mas é assim mesmo. Água Sanitária para lavar a embalagem de água sanitária. Até a embalagem de sabão é lavada com sabão.
Depois tudo é lavado em água corrente para tirar o excedente de sabão e cloro e o gel e qualquer outro resíduo. Quando possível ainda se deixa um bom tempo tudo exposto ao sol, só então a compra está pronta para ser acondicionada dentro de casa. Evita-se também comprar vários produtos que antes eram consumidos in natura. Lá fora resta ainda acondicionar as embalagens vazias para o descarte.
Pode até parecerexagero, mas se a maioria das pessoas o tivesse aplicado, talvez não tivéssemos tantos casos de infecção.
Por cuidado o local do quintal que teve certo contato com as embalagens ainda será lavado com água sanitária.
Só então a dona de casa vai dispensar todo seu “EPI” e tomar seu novo banho.
Pode ser que passada a pandemia alguns dos tais protocolos de higienização de produtos como frutas, legumes e ovos, dentre outros passe a fazer parte da rotina de muitas donas de casa, porém seriam ações normais em qualquer tempo.
Afinal, todo cuidado é pouco é a frase de ordem.