Santa Casa mantém paralisação de novos atendimentos na UNACON
A suspensão de atendimento a novos pacientes com câncer no setor de oncologia da Santa Casa tem criado divergência entre a diretoria do hospital e a Secretaria Municipal de Saúde.
Na semana passada a instituição encaminhou um ofício ao secretário de Saúde, Carlos Mosconi, com cópias para o chefe do Executivo, Sérgio Azevedo e também para o presidente da Câmara, Antônio Carlos Pereira.
O documento comunicava que a Santa Casa não tinha mais condições financeiras para atender novos casos na Oncologia e que os pacientes já em atendimento poderiam ter dificuldades para a realização de alguns exames feitos fora da Santa Casa.
Diante do comunicado, ainda na semana passada o secretário de Saúde enviou um ofício ao Secretário de Saúde de Minas Gerais, solicitando solução para o problema e também se reuniu com ministro da Saúde, Ricardo Barros, em Brasília, na tentativa de buscar ajuda.
Neste meio tempo o secretário havia solicitado que o atendimento a novos casos na Oncologia não fosse suspenso.
Esta semana o secretário se posicionou contrário a suspensão do atendimento e reafirmou que solicitou à diretoria da Santa Casa que mantivesse o atendimento aos pacientes com suspeita ou diagnóstico de câncer, informando que o pagamento para isso não faltaria. Porém foi surpreendido com queixas de pacientes que não conseguiram ser atendidos no setor.
A diretoria da Santa Casa por sua vez veio a público informando que manteve a paralisação do atendimento a novos pacientes na Oncologia, pois foi a única foram de garantir por mais tempo o atendimento aos mais de 9 mil pacientes em tratamento na unidade. Tal medida foi tomada após várias tentativas de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo a superintendente da Santa Casa, Renata Cassiano, desde Janeiro a Secretaria de Saúde do município tomou conhecimento da situação financeira do hospital e desde então foram muitas tentativas de resolução por parte do hospital. “Já no dia 10 de Janeiro encaminhamos um ofício ao Dr. Carlos Mosconi alertando a administração municipal sobre a situação do hospital e sobre a importância de que o aumento do repasse da Urgência realizado no ano anterior fosse mantido. Infelizmente, o valor pago pelo serviço foi reduzido em R$ 200 mil mensais.”, disse a superintendente.
Desde o início do ano, a instituição vem buscando incansavelmente uma solução para o subfinanciamento das atividades hospitalares, principalmente no setor de Urgência e Emergência, responsabilidade do município, que sozinho é responsável por metade do déficit nas contas do hospital. Além dela, o próprio setor de oncologia, que atende 80 cidades da região e tem as verbas repassadas pelo município de Poços de Caldas, também contribui muito com a crise atual.
O secretário reiterou que todos os pagamentos de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde estão rigorosamente em dia e que sempre houve compromisso desta administração municipal com os pacientes de Poços de Caldas.
Dos quase R$ 16 milhões que o Estado deve para o Município, mais de R$ 5 milhões são devidos à Santa Casa.