Sindicância vai apurar se negligência contribuiu para o desabastecimento na Zona Leste
A informação é do diretor do DMAE, Antônio Roberto Menezes, que se manifestou nesta quinta-feira, 10, à imprensa escrita e online a respeito dos 9 dias que a população da Zona Leste da cidade ficou sem água. Segundo o diretor o abastecimento já está normal.
De acordo com Menezes uma Comissão de Sindicância vai ser montada para apurar os fatos. “Vamos montar uma Sindicância, não com o objetivo de punir, mas de verificar todos os nossos procedimentos operacionais e reorganizar os nossos processos. Claro que se ficar demonstrado que houve negligência por parte de algum servidor nosso, tomaremos as providências cabíveis. O importante mesmo é que tal situação não volte a ocorrer”, alertou o diretor.
No texto encaminhado à imprensa, O diretor lamenta e pede desculpas pelo transtorno causado pelo desabastecimento na região, deixando aproximadamente 15 mil famílias sem água.
De acordo com Menezes, ao longo dos dias que a Zona Leste ficou sem água, os servidores do DMAE trabalharam de forma intensa para sanar o problema.
Mas apesar do restabelecimento do serviço a situação ainda requer cautela, pois o sistema está operando apenas com duas bombas até que cheguem as peças para consertar o equipamento de reserva da Elevatória Aquarius (ETA 1).
O diretor explicou que os problemas começaram ainda em março com a realização de testes preventivos que detectaram que a bomba reserva da ETA 1 não estava funcionando. “A ETA 1 abastece toda a região leste da cidade, região de topografia acidentada e para isto são utilizadas três bombas, sendo que duas ficam em operação e uma de reserva. Ao realizarmos testes preventivos na bomba reserva, foi detectado que ela apresentava problemas. A partir daí, foram realizados procedimentos burocráticos internos para a compra de peças sobressalentes. Contudo, devido à crise financeira e a retração do mercado, as próprias empresas declararam que entregariam as peças apenas em 45/60 dias e não em 15/20 dias em média, como ocorria normalmente,” explicou.
Porém sem as peças de reposição os problemas foram surgindo um atrás do outro. “No dia 1º de maio, uma das duas bombas que estavam em operação, fato muito raro, teve problemas também, resultando então, no abastecimento por apenas uma bomba. Além disso, no dia 05 de maio, quinta feira, um toco de ferro fundido se rompeu, sendo necessário o esvaziamento da tubulação de recalque. Quando achávamos que o problema estava solucionado, outro surgia, como o aquecimento das bombas, fato ocorrido no dia 07, segunda feira. A ocorrência destas situações quase simultâneas é fato muito raro, que dificilmente acontece e por isto tivemos que ir mudando a previsão da normalidade no abastecimento ao longo deste período,” justificou.
Para resolver a questão da falta de água foi preciso desmontar duas bombas e montar uma e ainda realizar manobras para que os bairros não fossem afetados o dia inteiro, ou seja, em determinada hora do dia era interrompido o abastecimento de um bairro e liberado para outro sucessivamente, como forma de amenizar a situação.