DiversosEconomiaMeio AmbienteNotíciasUtilidade pública

Terras Raras: Moradores de Caldas participam de audiência pública

audiência pública terras raras
A ação faz parte do processo de licenciamento ambiental para a produção mineral no município e contou com a participação de 300 moradores – foto Ascom Prefeitura de Caldas

Os moradores de Caldas-MG participaram no último sábado, 9, de uma audiência pública para discutir a exploração de terras raras na zona rural do município.

A realização de audiência faz parte do processo de licenciamento ambiental  para a produção mineral no município. O objetivo da audiência foi esclarecer detalhes sobre o empreendimento e ouvir a comunidade.

Além de atender à exigência do processo, a audiência também foi solicitada por cinco entidades, associações e organizações sociais, que foram representadas e tiveram seu tempo de fala na abertura do evento, assim como os representantes do empreendimento e a empresa responsável pelos estudos ambientais do projeto.

De acordo com o regimento adotado, foram abertas inscrições para que participantes da comunidade pudessem se manifestar e serem respondidos em blocos, totalizando 36 participações.

Participaram moradores, produtores rurais, representantes do poder público municipal e estadual, funcionários da Meteoric, educadores, comerciantes, ambientalistas e membros da sociedade em geral.

O rito da Audiência foi cumprido e os participantes se mantiveram presentes e bastante ativos, expressando manifestações favoráveis, contrárias, questionamentos e respostas.

Os minerais a serem extraídos pela empresa australiana Meteoric, através do Projeto Caldeira, são utilizados na produção de ímãs de terras raras, que têm alta eficiência e elevado valor agregado. São minerais-base da renovação da matriz energética no mundo.

Alguns exemplos de equipamentos fabricados a partir dos minerais de terras raras são motores de carros elétricos e geradores de energia eólica, além de telas de celulares, entre muitos outros.

Mais de 300 pessoas compareceram à audiência pública pessoalmente. O rito foi transmitido ao vivo e segue disponível na íntegra no canal do YouTube da empresa Meteoric Brasil.

 

Projeto Caldeira

O Projeto Caldeira é 100% no município de Caldas, com área indireta em Andradas e Poços de Caldas.

Caldas deverá abrigar a base da extração mineral e do beneficiamento da argila para a separação dos minerais de Terras Raras.

A recomposição das áreas de exploração será de responsabilidade da Meteoric e consta no projeto, assim como a questão da contribuição social e de infraestrutura em relação ao município. A perspectiva é que a implantação em Caldas tenha início em 2026.

Vislumbra-se ainda a possibilidade de avanço na cadeia produtiva no sentido de que, em um futuro próximo, haja investimentos para que os minerais de terras raras extraídos em Caldas possam servir à indústria nacional de tecnologia.

O Projeto Caldeira foi apresentado em agosto do ano passado ao secretário nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Vítor Saback, quando conheceu as operações do projeto.

Serão  investidos R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos. O projeto compreende 51 processos minerários. A partir do início das operações, a previsão é que sejam gerados 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.

Terras Raras

As terras raras são um conjunto de elementos químicos, normalmente encontrados na natureza misturados a minérios, de difícil extração – daí o nome -, mas com características peculiares, como magnetismo intenso e absorção e emissão de luz.

Tais propriedades especiais fazem com que sejam usadas numa infinidade de aplicações tecnológicas, como lâmpadas de LED, lasers, superímãs presentes nos discos rígidos de computadores e motores de carros elétricos, e na separação de componentes do petróleo.

O Brasil tem a terceira maior reserva de terras raras de todo o mundo, com 21 milhões de toneladas, ao lado da Rússia. Os maiores depósitos se concentram na China (44 milhões de toneladas) e no Vietnã (22 milhões de toneladas).

Apesar do tamanho das reservas, a extração realizada no país é pequena e a partir das reservas remanescentes da produção de monazita em uma unidade desativada em Buena, no Rio de Janeiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site está protegido. Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize as ferramentas de compartilhamento da página.

error: Este site está protegido.